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O prazer no absurdo : uma leitura contextual do aforismo 213 de humano, demasiado humano

Koketsu, Carlos Kenji January 2016 (has links)
Orientador: Prof. Dr. Antonio Edmilson Paschoal / Dissertaçao (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Defesa: Curitiba, 31/08/2016 / Inclui referências : f. 131-135 / Área de concentração: Filosofia / Resumo: O objetivo do presente trabalho é valer-se do aforismo intitulado "O prazer no absurdo", de Humano, Demasiado Humano, como ponto de entrada para uma análise do período em que esse texto foi produzido e, a partir dos elementos presentes neste breve trecho, avaliar de que modo pode-se ver nele refletido uma transição no pensamento do filósofo entre esta obra e sua produção inicial, sobretudo O Nascimento da Tragédia. Cremos que essa abordagem permitirá a identificação de pontos de convergência e divergência entre os dois períodos, o primeiro conhecido por sua metafísica de artista e, o segundo, pela instauração de seu filosofar histórico, procedimento que ele desenvolve, então, pautado na ciência. Desse modo, nosso roteiro irá primeiramente se deter sobre a questão do prazer e do absurdo tal como apresentados em O Nascimento da Tragédia e em como são articulados em nome de uma metafísica de artista, da qual iremos destacar a questão do ponto de vista da eternidade, a partir do qual o filósofo concluirá que a existência é justificável enquanto fenômeno estético. Em seguida, nos dedicaremos à forma como os mesmos temas serão tratados, em Humano, Demasiado Humano, de maneira indissociável do filosofar histórico, o que implicará numa valorização das coisas mais próximas em oposição às posições tradicionais da metafísica. Isso levará o filósofo a voltar sua atenção ao corpo humano, à fisiologia e à psicologia, e pensar o prazer como fruição de si, sentimento vital do próprio poder. Entre os dois períodos, iremos identificar uma mudança no pensamento de Nietzsche, a da passagem da physis da metafísica de artista para a ideia de segunda natureza, cujo objetivo é criar uma nova relação entre natureza e cultura, de incorporação, diferente de uma certa tradição romântica que os tratam como antagônicos. A análise, por fim, procurará fazer a aproximação entre arte e ciência – diferentemente da visão que reduz este período nietzschiano a científico – através da noção de exemplaridade elaborada pelo filósofo, assim como discorrerá sobre seu projeto de uma moralidade do gosto, que visa superar a moralidade do costume através de uma autossuperação, cuja meta é libertar o indivíduo das correntes da tradição cristã, da metafísica e da moral do dever ser. Palavras-chave: prazer; absurdo; estética; segunda natureza; exemplaridade; moralidade do gosto. / Abstract: The purpose of this work is to draw on the aphorism entitled "Pleasure in nonsense", from Human, All Too Human, as a point of departure for an analysis of the period in which this work was produced and, from the elements found in this short passage, to measure the way is revealed here the transition of the philosopher thoughts from early works, mainly The Birth of Tragedy. This approach certainly will allow the identification of convergence and divergence points between those two periods, the first known as the metaphysics of the artist and the second, by the establishment of the historical philosophy, procedure that he develops here guided by science. Thus, our itinerary will firstly take into consideration the issue of pleasure and nonsense as they appear in The Birth of Tragedy and how they are articulated on behalf of a metaphysics of the artist, from which it will be highlighted the question of viewpoint of eternity, from which the philosopher imply that the existence is justifiable as an aesthetic phenomenon. Then we will be committed to how these topics will be addressed in Human, All Too Human, inseparably from the historical philosophy, which will imply a valuation of the nearest things as opposed to the traditional positions of metaphysics. This will take the philosopher to turn his attention to the human body, physiology and psychology, and think of pleasure as fruition of oneself, vital sense of their own power. Between the two periods, we will identify a change in Nietzsche's thinking, the movement of physis in the metaphysics of the artist to the idea of second nature, whose goal is to create a new relationship between nature and culture, of merging them, in contrast to a certain romantic tradition that treat them as antagonistic. The analysis, at last, will endeavor to approximate art and science - contrary to the view that reduces this Nietzschean period as scientific - through the notion of exemplarity elaborated by the philosopher, and will discuss about his project of a morality of taste, which aims to overcome the morality of custom through a self-overcoming, whose goal is to free ourselves from the chains of the Christian tradition, from metaphysics and duty-based ethics. Key-words: pleasure; nonsense; aesthetics; second nature; exemplarity; morality of taste.

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