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Formação de professores indígenas e o contexto sociocultural da microcumunidade de Santa Rosa do Oco'yKastelic, Eloá Soares Dultra 07 July 2014 (has links)
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Eloá Soares Dultra Kastelic.pdf: 5962249 bytes, checksum: 5f8d484a09d9814873cc5834d4970b9d (MD5) / A região do Oeste paranaense é conhecida não só por abrigar uma das maravilhas naturais
mais visitadas do Brasil, as Cataratas do Iguaçu, mas também pela circulação de falantes de
aproximadamente setenta e duas etnias na cidade de Foz do Iguaçu. Nessa região, encontra-se
a aldeia indígena Santa Rosa do Oco‟y, localizada próximo à fronteira do Brasil e Paraguai,
contexto no qual foi gerada parte do corpus desta pesquisa. Os sujeitos foram seis professores
Avá-guarani de formação obtida em instituições de diferentes configurações e constituições:
três deles no Magistério de Nível Médio Indígena, dois no Magistério de Nível Médio não
indígena e um no curso de Pedagogia. Nesse cenário, o objetivo da investigação foi o de
verificar se o Magistério Indígena oferecido pelo Estado do Paraná contempla em sua
organização curricular elementos que contribuam para suprir as necessidades socioculturais
dos professores indígenas em formação. Para atingir esse objetivo, buscou-se responder às
seguintes perguntas de pesquisa: a) Como se dá a formação de professores no Magistério
Indígena de nível médio?; b) O que determinam as Leis quanto à educação escolar indígena?;
c) Como se processa a educação linguístico-cultural na microcomunidade de Santa Rosa do
Oco‟y? Essas questões foram discutidas nas seis seções que constituem a tese. A abordagem
metodológica foi a qualitativa-interpretativista, de cunho etnográfico, da forma como
propõem Denzin e Lincoln (2006); Bortoni-Ricardo (2008); Maher (2008); Gramsci (1991);
Freire (1987); Meliá (1998); Pires-Santos (1999); Cavalcanti (1999); Cesar (2007); Paraquett
(2009); Canclini (2001); Bhabha (2010); Hamel (2000); Kleiman (2001) e outros. Os teóricos
supracitados fundamentaram as análises, que procuraram dar visibilidade às vozes dos
professores indígenas, tendo contribuído, também, para a discussão sobre cultura, identidade e
processos interculturais, de maneira articulada às questões sociais, políticas e linguísticas.
Esse posicionamento reforçou o debate sobre a formação de professores indígenas na região
Sul do Brasil como reflexo das políticas públicas nacionais representadas por um de seus
estados federados. Atualmente, pode-se prever que a formação do professor indígena, com seu
modelo organizativo voltado para os princípios da interculturalidade, caminha para atender às
necessidades socioculturais das pessoas envolvidas. No entanto, a formação de professores
indígenas sofre constantemente com medidas políticas que ora fazem esse processo avançar,
ora retroceder, dado que estão relacionadas a uma conquista processual, marcadas pelos
conflitos instalados entre indígenas e não indígenas nos cenários plurilinguísticos e
pluriculturais das sociedades que os envolvem. Pautado pela valorização da cultura indígena,
o Magistério Indígena emerge como elemento significativo e agregador do processo de
formação dos professores indígenas, não só do Estado do Paraná, mas de todo o território
nacional, constituindo, dessa forma, uma seara de formação humana que apresenta
incorporações constantes.
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