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Mortalidade de cacaueiros (Theobroma cacao L.) em várzeas após cheia extrema no baixo Rio MadeiraSimão, Marcos Vinícius Ribeiro de Castro 16 February 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-02-16 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / The cocoa has been cultivated for centuries in Amazonia floodplains. This was the
product most exported of this region and nowadays it has been an important non-timber
forest product for riverine populations of white water rivers. In 2014, the rivers water
level in lower Madeira river reached the highest level ever recorded, resulting in the
mortality of many cocoa trees on the floodplains. Despite some reports of cocoa tree
mortality after extreme floods, these are events rarely studied in the amazon region.
Then, the goals of this paper were: understand the floods dynamic in the lower Madeira
river; to estimate the cocoa tree mortality rate after an extreme flood; and to identify the
influence of environmental and dendrometric variables over this mortality rate. It was
found a growth trend of the higher water levels reached over the last three decades,
highlighting the flood of 2014, which exceeded 3.71 meters the mean of the maximum
levels of this historical series. It was observed that since the beginning of the 21st
century it has happened an increase in the cocoa plantations in the region, since the
majority (85%) of the cocoa plantations were set down over the last 15 years. This fact
potentialized the mortality caused by the extreme flood, considering that small cocoa
trees experience higher mortality rates after floods. The extreme flood occurred in 2014
caused the mortality of 100% of young cocoa tress and 46% of adult cocoa trees. Taking
into account only adult cocoa trees, those bigger in diameter experienced lower
mortality because they were more resistant to the action of the flow and the injuries
caused in the trunk. The increase in canopy cover contributed to lower mortality
probably by reducing the impact of logs brought by the flow and reducing the stress
caused by excess radiation in cocoa trees, which is a shade tolerant species. Mortality
was not influenced by the depth of the sediment layer deposited during the flood; this
result can be attributed to the species capacity to emit adventitious root from the trunk.
The variation in the flooding duration, between 70 and 105 days, also did not influence
mortality. It is possible that this result is due to the extreme magnitude of this flood,
which did not allow to sample cocoa plantations that went through less than 70 days of
flood. The pruning and the distance of the cocoa plantation at the riverbank also did not
influence the mortality. Thus, in view of the trend of increasing flood peaks in the lower
Madeira river and of intensification of new cocoa plantations in the region, the results of
this work are important steps for understanding these mortality events and for
adaptation of the cultivation of cocoa tree in the floodplains. / O cacau é cultivado há séculos nas várzeas da Amazônia. Esse já foi o produto mais
exportado da região e atualmente é um importante produto florestal não madeireiro para
famílias ribeirinhas que residem em várzeas de rios de água branca. Em 2014, o nível de
água no baixo Rio Madeira atingiu sua maior cota já registrada, o que resultou em
grande mortalidade de cacaueiros nas várzeas. Apesar de haver relatos esparsos de
mortalidade de cacaueiros após uma cheia extrema, esses são eventos pouco estudados
na região Amazônica. Assim, os objetivos desse trabalho foram: compreender a
dinâmica das cheias no baixo rio Madeira; estimar a taxa de mortalidade dos cacaueiros
após uma cheia extrema; e identificar a influência de variáveis ambientais e
dendrométricas sobre essa taxa de mortalidade. Constatou-se uma tendência de
crescimento das cotas máximas atingidas pelo rio nas últimas três décadas, destacandose a cheia de 2014, a qual superou em 3,71 metros a média das máximas dessa série
histórica. Observou-se que a partir do início do século XXI houve aumento do cultivo
de cacau na região, já que a maioria (85%) dos cacauais foram implantados nos últimos
15 anos. Isso potencializou a mortalidade causada pela cheia extrema, haja vista que
cacaueiros de menor porte sofrem maior mortalidade após alagamento. A cheia extrema
ocorrida em 2014 causou a mortalidade de 100% dos cacaueiros jovens e 46% dos
cacaueiros adultos. Considerando apenas os cacaueiros adultos, aqueles com maior
diâmetro sofreram menor mortalidade por serem mais resistentes à ação da correnteza e
a injúrias causadas no tronco. O aumento da cobertura do dossel contribui para redução
da mortalidade provavelmente por diminuir o impacto de troncos trazidos pela
correnteza e por reduzir o estresse causado pelo excesso de radiação no cacaueiro, que é
uma espécie umbrófila. A mortalidade não foi influenciada pela profundidade da
camada de sedimentos depositada durante a cheia, resultado esse atribuído à capacidade
da espécie em emitir raízes adventícias a partir do tronco. A variação da duração do
alagamento, entre 70 e 105 dias, também não influenciou a mortalidade. É possível que
isso seja devido à extrema magnitude dessa cheia, o que impossibilitou amostrar
cacauais que sofreram alagamento por menos de 70 dias. A realização de poda de copa e
a distância do cacaual à margem do rio também não influenciaram a mortalidade.
Assim, diante do cenário de tendência de aumento dos picos de cheia no baixo rio
Madeira e da intensificação do plantio de cacau na região, esses resultados constituem
passos importantes para a compreensão dos eventos de mortalidade e para adaptação do
cultivo de cacau nas várzeas.
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