A presente investigação pretende realizar uma análise interpretativa do discurso do Eco Macaense, periódico publicado em Macau em finais do Oitocentos (1893-1899). As notícias foram entendidas como "leituras de um processo dinâmico que interagem na e com a sociedade do seu tempo. A sua análise foi ancorada no discurso dos actores sociais, que tomam posição e elaboram representações dos outros. Esta dissertação privilegia o estudo das sociabilidades, das mentalidades e da cultura ocidental no Oriente; dos preconceitos que sustentavam as relações de dominação através do olhar particular do Eco Macaense. Esta análise foi precedida por uma caracterização político-administrativa e económica, ainda que sucinta, para uma melhor percepção do espaço e vivência macaense. Espaços de lazer e cultura, culto e religião, ensino e práticas pedagógicas, norma e marginalidades são temas explanados que (re)criaram o ambiente social e cultural de Macau. Espaço ilustrativo da capcidade demonstrada por dois povos que aceitaram e respeitaram as diferenças do Outro, de forma pacífica.