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Os efeitos antidepressivos da ayahuasca, suas bases neurais e rela??o com a experi?ncia psicod?lica

Fontes, Fernanda Palhano Xavier de 28 July 2017 (has links)
Submitted by Automa??o e Estat?stica (sst@bczm.ufrn.br) on 2017-10-18T21:17:41Z No. of bitstreams: 1 FernandaPalhanoXavierDeFontes_TESE.pdf: 13181222 bytes, checksum: 0ecabee11e1314b4530f44422a85a1bd (MD5) / Approved for entry into archive by Arlan Eloi Leite Silva (eloihistoriador@yahoo.com.br) on 2017-10-30T19:36:31Z (GMT) No. of bitstreams: 1 FernandaPalhanoXavierDeFontes_TESE.pdf: 13181222 bytes, checksum: 0ecabee11e1314b4530f44422a85a1bd (MD5) / Made available in DSpace on 2017-10-30T19:36:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1 FernandaPalhanoXavierDeFontes_TESE.pdf: 13181222 bytes, checksum: 0ecabee11e1314b4530f44422a85a1bd (MD5) Previous issue date: 2017-07-28 / Ensaios cl?nicos recentes t?m sugerido o potencial antidepressivo de alguns psicod?licos seroton?rgicos, como a ayahuasca e a psilocibina. A ayahuasca ? uma subst?ncia utilizada h? centenas de anos por povos ind?genas da bacia amaz?nica. Essa bebida ? geralmente preparada a partir de duas plantas, uma contendo a triptamina psicod?lica N,Ndimetiltriptamina, um agonista de receptores seroton?rgicos e sigma-1. A outra planta cont?m potentes inibidores revers?veis da monoamina oxidase A, como a harmina, harmalina e tetrahidroharmina. Em um ensaio cl?nico recente, 17 pacientes com depress?o resistente ao tratamento foram submetidos a uma ?nica sess?o com a ayahuasca, e a severidade dos sintomas avaliados por escalas cl?nicas para a depress?o, nesse caso a Escala de Avalia??o de Depress?o de Montgomery-?sberg (MADRS) e a escala de Hamilton (HAM-D). Os resultados sugerem melhora significativa j? nas primeiras horas ap?s a ingest?o, efeito esse mantido por 21 dias. Apesar de promissor, esse estudo n?o controlou o efeito placebo, que ? alto, chegando a alcan?ar 40%, em ensaios cl?nicos para depress?o. Esta tese faz parte de um ensaio cl?nico duplo-cego randomizado placebo-controlado em 35 pacientes com depress?o unipolar resistente ao tratamento. Um grupo de volunt?rios controles saud?veis tamb?m foi avaliado. Os pacientes receberam uma ?nica dose de ayahuasca ou placebo. Um dia antes e um dia depois da administra??o da subst?ncia, os pacientes participaram de uma s?rie de testes e avalia??es, incluindo escalas psicom?tricas e imagem por resson?ncia magn?tica funcional (fMRI), realizados no decurso de uma sess?o experimental de quatro dias. A severidade da depress?o foi aferida por duas escalas cl?nicas: MADRS e HAM-D. As avalia??es foram realizadas um dia antes (linha de base), e um, dois e sete dias ap?s a sess?o de tratamento. Observamos efeitos antidepressivos significativos da ayahuasca quando comparados ao placebo em todos os instantes de tempo avaliados (D1, D2 e D7). Os escores da MADRS foram significativamente menores no grupo da ayahuasca, em compara??o com o placebo. Da mesma forma, as pontua??es da HAM-D foram significativamente diferentes entre os grupos no D7. Os tamanhos do efeito entre os grupos aumentaram de D1 para D7. As taxas de resposta (redu??o de 50% nos sintomas) foram elevadas para ambos os grupos nos dias D1 e D2. J? sete dias ap?s a sess?o, a taxa de resposta foi significativamente maior no grupo ayahuasca que no placebo (64% ayahuasca x 27% placebo). Nesse mesmo ponto de avalia??o, a taxa de remiss?o foi marginalmente maior no grupo ayahuasca que no placebo (p<0.056, 36% ayahuasca x 7% placebo). Al?m disso, investigamos a rela??o entre os efeitos antidepressivos e os efeitos psicod?licos agudos da ayahuasca, avaliados pela Escala de Avalia??o Alucin?gena (HRS, Hallucinogenic Rating Scale) e o Question?rio de Experi?ncia M?stica (MEQ30, Mystical Experience Questionnaire). Os resultados sugerem que efeitos psicod?licos mais intensos est?o correlacionados a taxas de resposta maiores no D7. Por fim, para investigar as bases neurais dos efeitos antidepressivos da ayahuasca, utilizamos dados de fMRI adquiridos durante a realiza??o de um protocolo de regula??o emocional um dia antes e um dia ap?s a sess?o de tratamento. Observamos mudan?as na am?gdala, ?nsula anterior, c?rtex pr?-frontal ventrolateral e na por??o subgenual do giro do c?ngulo. Este ? o primeiro ensaio cl?nico, duplocego, controlado, a testar o uso de uma subst?ncia psicod?lica para a depress?o resistente ao tratamento. Em conjunto, nossos resultados trazem novas evid?ncias que apoiam a seguran?a e o valor terap?utico da ayahuasca, administrada dentro de um cen?rio apropriado, para ajudar a tratar a depress?o. / Recent open label trials show that psychedelics hold promise as fast-onset antidepressants in treatment resistant depression. In Brazil, a psychedelic substance worth mentioning is the ayahuasca. This brew composed by the psychedelic N,N-dimethyltryptamine (N,NDMT), a serotonin and sigma-1 receptors agonist, and reversible monoamine oxidase A inhibitors, such as harmine, harmaline, and tetrahydroharmine, causes changes in perception, emotion and cognition. Preliminary results from our group suggest its antidepressant potential, in addition to demonstrating its safety and tolerability. Although promising, none of these studies have controlled for the placebo effect, which is high in clinical trials for depression. To address this issue, we conducted a parallel-arm, double-blind randomized placebocontrolled trial in 35 patients with treatment-resistant depression. A healthy control group of 50 volunteers was also examined. Patients received a single dose of either ayahuasca or placebo. One day before dosing, and one day after dosing patients were enrolled in a series of tests and assessments, including psychometric scales and fMRI, conducted in the course of a four-day experimental session, to assess changes in different markers of depression. Two clinical scales for depression assessed changes in depression severity: the Montgomery??sberg Depression Rating Scale (MADRS) and the Hamilton Depression Rating scale (HAM-D). Assessments were made at baseline, and at 1, 2 and 7 days after dosing. We observed significant antidepressant effects of ayahuasca when compared to placebo at all endpoints. MADRS scores were significantly lower in the ayahuasca group, compared to placebo. Likewise, HAMD scores were significantly different at D7. Between-group effect sizes increased from D1 to D7. Response rates were high for both groups at D1 and D2, and were significantly higher in the ayahuasca group at D7. Remission rate was marginally significant at D7. In addition, we examined the relationship between the antidepressant and acute psychedelic effects of ayahuasca. The psychedelic effects were assessed using the Hallucinogen Rating Scale (HRS) and the Mystical Experience Questionnaire (MEQ30) after the dosing session. We found that higher psychedelic effects measured by both HRS and MEQ30 correlated with improvements in clinical outcome at D7. Finally, to investigate the neural bases of the antidepressant effects of ayahuasca, we used fMRI data through an emotional task at baseline, and one day after dosing. We observed changes in key limbic regions, such as amygdala, anterior insula, ventrolateral prefrontal cortex, and subgenual cingulate cortex in ayahuasca group when compared to placebo. To our knowledge this is the first controlled trial to test a psychedelic substance in treatment resistant depression. Overall, this study brings new evidence supporting the safety and therapeutic value of ayahuasca, dosed within an appropriate setting, to help treat depression.

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