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Da roda ao auditório: uma transformação do samba pela Rádio NacionalCavalcante Neto, João de Lira 09 March 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-03-09 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / The urban samba, which is a collective creation born in the midst spaces of black
sociability into the communities of Rio de Janeiro at the turn of the 19th century to the
20th century, practiced in the poor backyards and obliviously apart from the modern
concepts of originality and authorship, became suitable for the then-rising entertainment
industry (characterized by the heyday of the Revue, the consolidation of the music
industry, the emergence of radio and the advent of cinema). In this process of
continuous traffic, samba and its rhythmic pulse — heirs of large African diaspora
cultural ancestries, transmitted by oral tradition — were the object of successive
incorporations and elaborations. Sanitized and metamorphosed into an object of the
media consumption, elevated to the status of musical symbol by the nationalist project
of the “Estado Novo”, samba answered this double, and harassment, developing
strategies of a symbolic negotiation, absorbing new thematic of models of expression
and textual and sonic possibilities. Backed up in the concept of circularity of Mikhail
Bakhtin and, particularly, in Paul Zumthor's reflections on the effects of media coverage
of oral culture, this research seeks to investigate, based on the collection of the “Radio
Nacional”, today in the custody of the “Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro”
(MIS-RJ), the historical role that the programming of the station played in the
phenomenon samba’s resignification, once cursed and peripheral musical gender turned
into national hegemonic rhythm / O samba urbano, criação coletiva nascida em meio aos espaços de sociabilidade das
comunidades negras cariocas na virada do século XIX para o século XX, praticado nos
fundos dos quintais pobres e alheio aos modernos conceitos de originalidade e autoria,
passou a ser apropriado pela então nascente indústria do entretenimento (caracterizada
pelo auge do teatro de revista, a consolidação do mercado fonográfico, o surgimento do
rádio e o advento do cinema). Nesse processo de trânsito contínuo, o samba e sua
pulsação rítmica — herdeiros das ancestralidades culturais da grande diáspora africana,
transmitida pela tradição oral —, foram alvo de incorporações e reelaborações
sucessivas. Higienizado e metamorfoseado em objeto de consumo midiático, alçado à
condição de símbolo musical pelo projeto nacionalista do Estado Novo, o samba
respondeu a esse duplo assédio desenvolvendo estratégias de negociação simbólica,
absorvendo novas temáticas, modos de expressão e possibilidades textuais e sonoras.
Lastreada no conceito de circularidade cultural de Mikhail Bakhtin e, particularmente,
nas reflexões de Paul Zumthor a respeito dos efeitos da mediatização da cultura oral,
esta pesquisa busca investigar, com base no acervo da Rádio Nacional, hoje sob
custódia do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS-RJ), o papel histórico
que a programação da emissora desempenhou no fenômeno de ressignificação do
samba, antes gênero musical maldito e periférico, convertido em ritmo nacional
hegemônico
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