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A herança geológica, a geomorfologia e a estratigrafia da barreira complexa de Passo de Torres, Planície Costeira Sul-Catarinense

Silva, Anderson Biancini da January 2015 (has links)
O sistema costeiro holocênico, estabelecido na porção emersa da Bacia de Pelotas – extremo sul da Margem Continental Brasileira –, possui setores contemporâneos com padrões de empilhamento opostos. As barreiras regressivas (progradacionais) ocorrem em embaiamentos da linha de costa, enquanto, as barreiras de natureza transgressiva (retrogradacionais) situam-se nas projeções costeiras. No embaiamento norte da Bacia de Pelotas, somente na barreira regressiva de Passo de Torres – situada entre o rio Mampituba e o extremo sul da lagoa do Caverá – se fazem presentes alinhamentos de cordões de dunas frontais (foredune ridges) bem desenvolvidos. No restante do embaiamento, lençóis de areias transgressivos (transgressive sand sheets), formados pela erosão parcial ou total dos cordões frontais, cobrem a morfologia das barreiras. Observa-se também que em certo ponto da progradação da barreira de Passo de Torres, o sistema eólico se desestabilizou e na sua morfologia lençóis de areias transgressivos cobrem os cordões frontais, igualmente como ocorre nas demais barreiras do embaiamento norte da Bacia de Pelotas. Desta forma, duas questões surgem: Por que unicamente na barreira de Passo de Torres, alinhamentos de cordões de dunas frontais ficaram preservados, enquanto que, nas demais barreiras do embaiamento os mesmos foram erodidos? E, além disso, por que em determinado momento da progradação da barreira, ocorreu uma desestabilização do sistema eólico (erosão) e os lençóis de areias transgressivos passam a dominar a morfologia da mesma? As hipóteses analisadas neste trabalho referem-se à influência do rio Mampituba, a mudanças climáticas e a herança geológica da topografia antecedente, ou seja, do substrato pleistocênico. Constatou-se que uma ação combinada destes fatores pode elucidar tais questões. Ressalta-se que uma inversão do comportamento do nível relativo do mar (uma elevação em torno de 2000 anos antes do presente) também foi analisada na tentativa de esclarecer o comportamento diferenciado da barreira de Passo de Torres. As hipóteses consideradas neste estudo foram avaliadas com base em análises geomorfológicas, estratigráficas, geocronológicas e batimétricas, através do emprego do sensoriamento remoto, de sistemas de posicionamento, do método geofísico do georradar, de sondagens (as quais se obtiveram materiais para datação) e cartas náuticas da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN). / The Holocene coastal system established in the onshore portion of the Pelotas Basin – the southern end of the Brazilian Continental Margin – has contemporary sectors with opposite stacking patterns. Regressive barriers (progradational) occur in shoreline embayments, while the transgressive barriers (retrogradational) are located in coastal projections. In the north embayment of the Pelotas Basin, only in the Passo de Torres regressive barrier – located between the Mampituba river and the southern end of the Caverá lagoon – there are alignments of well-developed foredune ridges. In other parts of the embayment, transgressive sand sheets, formed by partial or total erosion of the foredune ridges, cover the morphology of the barriers. It is also possible to observe that at a certain moment in the Holocene progradation of the Passo de Torres barrier, the aeolian system has been destabilized and in its morphology transgressive sand sheets cover the foredune ridges, the same that occurs in other barriers of the Pelotas Basin northern embayment. Thus, two questions arise: Why only in the Passo de Torres barrier, foredune ridges were preserved, while in the other barriers of the northern embayment they have been eroded? Furthermore, why at some point in barrier progradation, occurred destabilization of the aeolian system (erosion) and transgressive sand sheets start to dominate the barrier morphology? The hypotheses analyzed in this work are related to the influence of the Mampituba river, the climate change and geological inheritance of the antecedent topography, i.e., the Pleistocene substrate. The finding of this research shows that a combined action of these factors can elucidate these questions. It is noteworthy that a reversal of the relative sea-level behavior (rising around 2000 years before the present) was also evaluated in an attempt to explain the different behavior of the Passo de Torres barrier. The hypotheses suggested considered in this study were evaluated based on geomorphological, stratigraphic, geochronological and bathymetric analysis, using remote sensing, global positioning systems, the geophysical method of ground penetration radar (GPR), drill hole (of which was obtained material for dating) and nautical charts of the Directorate of Hydrography and Navigation (DHN).
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A herança geológica, a geomorfologia e a estratigrafia da barreira complexa de Passo de Torres, Planície Costeira Sul-Catarinense

Silva, Anderson Biancini da January 2015 (has links)
O sistema costeiro holocênico, estabelecido na porção emersa da Bacia de Pelotas – extremo sul da Margem Continental Brasileira –, possui setores contemporâneos com padrões de empilhamento opostos. As barreiras regressivas (progradacionais) ocorrem em embaiamentos da linha de costa, enquanto, as barreiras de natureza transgressiva (retrogradacionais) situam-se nas projeções costeiras. No embaiamento norte da Bacia de Pelotas, somente na barreira regressiva de Passo de Torres – situada entre o rio Mampituba e o extremo sul da lagoa do Caverá – se fazem presentes alinhamentos de cordões de dunas frontais (foredune ridges) bem desenvolvidos. No restante do embaiamento, lençóis de areias transgressivos (transgressive sand sheets), formados pela erosão parcial ou total dos cordões frontais, cobrem a morfologia das barreiras. Observa-se também que em certo ponto da progradação da barreira de Passo de Torres, o sistema eólico se desestabilizou e na sua morfologia lençóis de areias transgressivos cobrem os cordões frontais, igualmente como ocorre nas demais barreiras do embaiamento norte da Bacia de Pelotas. Desta forma, duas questões surgem: Por que unicamente na barreira de Passo de Torres, alinhamentos de cordões de dunas frontais ficaram preservados, enquanto que, nas demais barreiras do embaiamento os mesmos foram erodidos? E, além disso, por que em determinado momento da progradação da barreira, ocorreu uma desestabilização do sistema eólico (erosão) e os lençóis de areias transgressivos passam a dominar a morfologia da mesma? As hipóteses analisadas neste trabalho referem-se à influência do rio Mampituba, a mudanças climáticas e a herança geológica da topografia antecedente, ou seja, do substrato pleistocênico. Constatou-se que uma ação combinada destes fatores pode elucidar tais questões. Ressalta-se que uma inversão do comportamento do nível relativo do mar (uma elevação em torno de 2000 anos antes do presente) também foi analisada na tentativa de esclarecer o comportamento diferenciado da barreira de Passo de Torres. As hipóteses consideradas neste estudo foram avaliadas com base em análises geomorfológicas, estratigráficas, geocronológicas e batimétricas, através do emprego do sensoriamento remoto, de sistemas de posicionamento, do método geofísico do georradar, de sondagens (as quais se obtiveram materiais para datação) e cartas náuticas da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN). / The Holocene coastal system established in the onshore portion of the Pelotas Basin – the southern end of the Brazilian Continental Margin – has contemporary sectors with opposite stacking patterns. Regressive barriers (progradational) occur in shoreline embayments, while the transgressive barriers (retrogradational) are located in coastal projections. In the north embayment of the Pelotas Basin, only in the Passo de Torres regressive barrier – located between the Mampituba river and the southern end of the Caverá lagoon – there are alignments of well-developed foredune ridges. In other parts of the embayment, transgressive sand sheets, formed by partial or total erosion of the foredune ridges, cover the morphology of the barriers. It is also possible to observe that at a certain moment in the Holocene progradation of the Passo de Torres barrier, the aeolian system has been destabilized and in its morphology transgressive sand sheets cover the foredune ridges, the same that occurs in other barriers of the Pelotas Basin northern embayment. Thus, two questions arise: Why only in the Passo de Torres barrier, foredune ridges were preserved, while in the other barriers of the northern embayment they have been eroded? Furthermore, why at some point in barrier progradation, occurred destabilization of the aeolian system (erosion) and transgressive sand sheets start to dominate the barrier morphology? The hypotheses analyzed in this work are related to the influence of the Mampituba river, the climate change and geological inheritance of the antecedent topography, i.e., the Pleistocene substrate. The finding of this research shows that a combined action of these factors can elucidate these questions. It is noteworthy that a reversal of the relative sea-level behavior (rising around 2000 years before the present) was also evaluated in an attempt to explain the different behavior of the Passo de Torres barrier. The hypotheses suggested considered in this study were evaluated based on geomorphological, stratigraphic, geochronological and bathymetric analysis, using remote sensing, global positioning systems, the geophysical method of ground penetration radar (GPR), drill hole (of which was obtained material for dating) and nautical charts of the Directorate of Hydrography and Navigation (DHN).
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A herança geológica, a geomorfologia e a estratigrafia da barreira complexa de Passo de Torres, Planície Costeira Sul-Catarinense

Silva, Anderson Biancini da January 2015 (has links)
O sistema costeiro holocênico, estabelecido na porção emersa da Bacia de Pelotas – extremo sul da Margem Continental Brasileira –, possui setores contemporâneos com padrões de empilhamento opostos. As barreiras regressivas (progradacionais) ocorrem em embaiamentos da linha de costa, enquanto, as barreiras de natureza transgressiva (retrogradacionais) situam-se nas projeções costeiras. No embaiamento norte da Bacia de Pelotas, somente na barreira regressiva de Passo de Torres – situada entre o rio Mampituba e o extremo sul da lagoa do Caverá – se fazem presentes alinhamentos de cordões de dunas frontais (foredune ridges) bem desenvolvidos. No restante do embaiamento, lençóis de areias transgressivos (transgressive sand sheets), formados pela erosão parcial ou total dos cordões frontais, cobrem a morfologia das barreiras. Observa-se também que em certo ponto da progradação da barreira de Passo de Torres, o sistema eólico se desestabilizou e na sua morfologia lençóis de areias transgressivos cobrem os cordões frontais, igualmente como ocorre nas demais barreiras do embaiamento norte da Bacia de Pelotas. Desta forma, duas questões surgem: Por que unicamente na barreira de Passo de Torres, alinhamentos de cordões de dunas frontais ficaram preservados, enquanto que, nas demais barreiras do embaiamento os mesmos foram erodidos? E, além disso, por que em determinado momento da progradação da barreira, ocorreu uma desestabilização do sistema eólico (erosão) e os lençóis de areias transgressivos passam a dominar a morfologia da mesma? As hipóteses analisadas neste trabalho referem-se à influência do rio Mampituba, a mudanças climáticas e a herança geológica da topografia antecedente, ou seja, do substrato pleistocênico. Constatou-se que uma ação combinada destes fatores pode elucidar tais questões. Ressalta-se que uma inversão do comportamento do nível relativo do mar (uma elevação em torno de 2000 anos antes do presente) também foi analisada na tentativa de esclarecer o comportamento diferenciado da barreira de Passo de Torres. As hipóteses consideradas neste estudo foram avaliadas com base em análises geomorfológicas, estratigráficas, geocronológicas e batimétricas, através do emprego do sensoriamento remoto, de sistemas de posicionamento, do método geofísico do georradar, de sondagens (as quais se obtiveram materiais para datação) e cartas náuticas da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN). / The Holocene coastal system established in the onshore portion of the Pelotas Basin – the southern end of the Brazilian Continental Margin – has contemporary sectors with opposite stacking patterns. Regressive barriers (progradational) occur in shoreline embayments, while the transgressive barriers (retrogradational) are located in coastal projections. In the north embayment of the Pelotas Basin, only in the Passo de Torres regressive barrier – located between the Mampituba river and the southern end of the Caverá lagoon – there are alignments of well-developed foredune ridges. In other parts of the embayment, transgressive sand sheets, formed by partial or total erosion of the foredune ridges, cover the morphology of the barriers. It is also possible to observe that at a certain moment in the Holocene progradation of the Passo de Torres barrier, the aeolian system has been destabilized and in its morphology transgressive sand sheets cover the foredune ridges, the same that occurs in other barriers of the Pelotas Basin northern embayment. Thus, two questions arise: Why only in the Passo de Torres barrier, foredune ridges were preserved, while in the other barriers of the northern embayment they have been eroded? Furthermore, why at some point in barrier progradation, occurred destabilization of the aeolian system (erosion) and transgressive sand sheets start to dominate the barrier morphology? The hypotheses analyzed in this work are related to the influence of the Mampituba river, the climate change and geological inheritance of the antecedent topography, i.e., the Pleistocene substrate. The finding of this research shows that a combined action of these factors can elucidate these questions. It is noteworthy that a reversal of the relative sea-level behavior (rising around 2000 years before the present) was also evaluated in an attempt to explain the different behavior of the Passo de Torres barrier. The hypotheses suggested considered in this study were evaluated based on geomorphological, stratigraphic, geochronological and bathymetric analysis, using remote sensing, global positioning systems, the geophysical method of ground penetration radar (GPR), drill hole (of which was obtained material for dating) and nautical charts of the Directorate of Hydrography and Navigation (DHN).

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