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Memórias midiatizadas da tragédia escolar de Realengo e as suas marcas nas recordações individuais de moradores do bairro carioca / Memorias mediatizadas de la tragedia escolar de Realengo y sus marcas en las recordaciones individuales de habitantes del barrio carioca

Pimenta, Thales Henrique Nunes 25 March 2014 (has links)
Submitted by Maicon Juliano Schmidt (maicons) on 2015-04-18T11:50:44Z No. of bitstreams: 1 Thales Henrique Nunes Pimenta.pdf: 2822445 bytes, checksum: 53d819c07638c17057224a7da5ccd77a (MD5) / Made available in DSpace on 2015-04-18T11:50:44Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Thales Henrique Nunes Pimenta.pdf: 2822445 bytes, checksum: 53d819c07638c17057224a7da5ccd77a (MD5) Previous issue date: 2014-03-25 / CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Na presente dissertação são problematizadas as memórias da tragédia escolar ocorrida em abril de 2011 no bairro carioca de Realengo - com um total de 13 mortes incluindo a do assassino - e as marcas de sua transformação no âmbito da recepção midiática por entre as recordações de moradores que, em distintas proporções, viveram os trabalhos de luto e memória relacionados ao episódio de violência. Para tanto, realizei alguns movimentos exploratórios no ano de 2012 tentando entender os processos de midiatização implicados na seleção local de aspectos pelos quais o evento é lembrado e, ao mesmo tempo, dando início à problematização teórica pela qual passou a se desenvolver na pesquisa o conceito de enquadramentos midiatizados da memória coletiva, que descortina a ação das mídias nos conjuntos de lembranças e seus sentidos sobre eventos de impacto. Nesse sentido, os trabalhos de enquadramento da memória são discutidos como processo fenomenológico de lógicas operativas sujeitas não apenas às experiências vividas ou ao engajamento dos sujeitos no recordar e no esquecer, mas também aos deslocamentos e atualizações sobre o acontecimento midiático construído a partir do evento em si. Entendendo por isso que o agenciamento de lembranças da tragédia não se daria fora do cenário de midiatização, tanto o acontecimento quanto as perspectivas através das quais os meios de comunicação o produziram - e mais adiante retomaram em movimento de recordação midiática - são o conjunto de aspectos empíricos explorados na contextualização da pesquisa, que utiliza um pequeno corpus de narrativas como índice sobre a ambiência comunicacional vivida pelos informantes em seus trabalhos de memória. Dado que esses sujeitos são agentes de memória trazendo o passado à tona como princípio de ação sobre o presente na tentativa de encerrar o luto coletivo em uma seleção daquilo que deve ser lembrado ou esquecido, as experiências de recepção têm ascendência sobre os trabalhos memoriais porque, nesse âmbito, os sujeitos comunicantes fazem uma série de usos e apropriações das narrativas midiáticas, produzindo referentes que dão norteamento à formação dos seus conjuntos de lembranças. No contexto de Realengo, as mediações que tiveram relevância na recepção sobre a tragédia foram não apenas os usos e apropriações dos informantes, mas também os cenários do cotidiano vivido, a circulação interacional e as negociações coletivas de sentidos, suas vivências de cultura religiosa, suas competências midiáticas e, sobretudo, suas posições de gênero, bem como alguns aspectos biográficos de ação subjacente. Para então dar conta da etapa sistemática no ano de 2013, fiz um levantamento das pesquisas que lidam com a memória na perspectiva teórico-empírica da recepção para desenvolver, em sequência, o método dos relatos de memórias midiatizadas - cujas operações técnicas de entrevista em profundidade têm como premissa descortinar as marcas de experiências vividas no âmbito da recepção para daí explorá-las ponto a ponto, entendendo seu papel na constituição de recordações, silêncios, contradições e esquecimentos dos informantes a respeito da tragédia. / En esta disertación son problematizadas las memorias de la tragedia escolar brasileña que sucedió en abril de 2011 en el distrito carioca de Realengo – con un total de 13 muertes, incluyendo el homicida – y las marcas de su transformación en el ámbito de la recepción mediática por entre recordaciones de habitantes que, en distintas proporciones, vivieron los trabajos de luto y memoria relacionados al episodio de violencia. Para hacerlo, llevé a cabo algunos movimientos exploratorios en 2012 tratando de entender los procesos de mediatización implicados en la selección de aspectos a través de los cuales la tragedia es recordada en el barrio y, al mismo tiempo, empezando la problematización teórica de la investigación, donde pasé a desarrollar el concepto de los encuadres mediatizados de la memoria colectiva descortinando la acción de los medios comunicacionales en conjuntos de recuerdos y sus sentidos sobre los eventos de impacto. En ese sentido, los trabajos de encuadre memorial son pensados como un proceso fenomenológico de lógicas operativas que están sujetas no sólo a las experiencias vividas o al compromiso de los sujetos en la recordación y el olvido, sino también a los trayectos y actualizaciones del acontecimiento mediático dado a partir del evento en sí. Teniendo en cuenta que la agencia de recuerdos acerca de la tragedia no ocurriría fuera del escenario de mediatización en el que vivimos, tanto el acontecimiento como las perspectivas por las cuales los medios de comunicación lo produjeron – y más adelante evocaron en movimiento de recordación mediática – son el conjunto de aspectos empíricos que fueron explorados en la contextualización de este itinerario investigativo, que utiliza un recorte de narrativas mediáticas como índice de la ambiencia comunicacional vivida por los informantes en sus trabajos de memoria. Dado que los sujetos son agentes de memoria trayendo el pasado a la luz como un principio de acción en el presente a través de una selección de lo que se deberá recordar u olvidar con vistas al cierre del luto colectivo, las experiencias de recepción tienen ascendencia sobre los trabajos memoriales porque, en ese ámbito, los sujetos comunicantes hacen una serie de usos y apropiaciones de las narrativas mediáticas, produciendo referentes que nortean sus conjuntos de recuerdos. En el contexto de Realengo, las mediaciones de relevancia en la recepción sobre el episodio fueron no sólo los usos y apropiaciones de los informantes, sino que también los escenarios del cotidiano vivido, la circulación y las negociaciones colectivas de sentidos, sus vivencias de cultura religiosa, sus competencias mediáticas y, sobre todo, sus posiciones de género, además de algunos aspectos biográficos en acción subyacente. Para realizar la etapa sistemática en 2013, por lo tanto, hizo un movimiento de investigación documental acerca de la memoria en perspectiva teórico-empírica de la recepción para así desarrollar el método de los relatos de memorias mediatizadas – cuya operacionalización técnica de entrevista en profundidad tiene como premisa descortinar marcas de experiencias vividas en la recepción para explorarlas entendiendo su rol en los recuerdos, contradicciones, silencios y olvidos de los informantes.

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