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Caracterização da conectividade funcional das redes do estado de repouso em pacientes de primeiro episódio psicótico utilizando a ressonância magnética funcional / Characterization of resting state functional connectivity networks in first episode psychosis by functional magnetic resonance imagingZanatta, Daniela Perocco 12 June 2018 (has links)
INTRODUÇÃO: Transtornos psiquiátricos com sintomas psicóticos trazem prejuízos ocupacionais e sociais significativos aos seus portadores, com aumento da mortalidade e morbidade. Estes transtornos têm sido estudados como alterações do padrão de conectividade funcional nas redes cerebrais do estado de repouso. Entretanto, tais relatos são mais frequentes em pacientes crônicos, com literatura escassa sobre pacientes em primeiro episódio psicótico, principalmente não realizando comparações entre as redes. OBJETIVO: Este foi um estudo exploratório com objetivo de caracterizar a conectividade funcional cerebral das redes do estado de repouso em pacientes de primeiro episódio psicótico através da ressonância nuclear magnética funcional comparando-os a irmãos e a controles de base populacional. MÉTODOS: A amostra foi composta por por 38 pacientes em primeiro episódio psicótico, 13 irmãos e 41 controles de base populacional. Foram coletadas imagens por ressonância magnética funcional e a conectividade funcional foi obtida através do coeficiente de correlação de Pearson da série temporal do sinal BOLD de 264 regiões de interesse. A comparação da conectividade funcional entre os grupos de participantes foi feita pelo método Partial Least Square. Também foi utilizado o método Behavior Partial Least Square para buscar um padrão de conexões alteradas que estivesse associado a gravidade dos sintomas psicóticos, ao tempo de tratamento e a duração da psicose não tratada. A análise estatística contou com 10.000 permutações e um método de reamostragem e foram considerados significativos valores de p<0.05. RESULTADOS: As alterações nas redes, em sua maioria, foram devido à mudança de correlação positiva para correlação negativa nos pacientes em relação aos controles. As redes com maior número de conexões alteradas entre pacientes e controles foram a rede sensóriomotor mão, Default Mode Network (DMN) e rede visual. As conexões estiveram mais alteradas no lobo frontal direito. Não foi encontrada associação entre o padrão de conectividade funcional dos pacientes e a duração de psicose não tratada, o tempo de tratamento farmacológico e a gravidade da psicose. Na comparação entre pacientes e irmãos, foi encontrada uma tendência à significância de um padrão de conexões alteradas. Não foi encontrada diferença significativa entre o grupo de irmãos e o grupo controle. DISCUSSÃO: Pacientes em primeiro episódio psicótico apresentaram maior segregação das redes do estado de repouso comparados a controles de base populacional, corroborando a hipótese etiológica da Esquizofrenia de uma desconectividade funcional do cérebro. A rede sensório-motor mão surpreendentemente foi a rede com maior número de alterações, apontando a necessidade de mais estudos sobre a mesma. Os irmãos não apresentaram um padrão de conexões do repouso diferente dos controles, não corroborando as hipóteses de que tal grupo apresentaria um padrão intermediário entre pacientes e controles. CONCLUSÃO: Os achados apontam para um uma topologia cerebral amplamente prejudicada já no início da psicose, com uma maior segregação entre as redes do estado de repouso em pacientes de primeiro episódio psicótico. / INTRODUCTION: Psychiatric disorders with psychotic symptoms bring significant occupational and social harm to their patients, with increased mortality and morbidity. These disorders have been studies as changes in the functional connectivity patterns in resting state brain networks. However, reports are more frequently made in chronic patients, with a scarce literature from first episode psychosis patients, mostly not making intra-networks comparison. OBJECTIVE: This was an exploratory study that had the objective of characterize the brain functional connectivity of resting networks in first episode psychosis patients through functional magnetic resonance imaging compared to siblings and to population based controls. METHODS: Final sample consisted of 38 first episode psychosis, 13 siblings and 41 population-based controls. Functional magnetic resonance images were collected in first episode psychosis, siblings and population based controls. Functional connectivity was obtained through the Pearson Correlation Coefficient of 264 regions of interest BOLD signal time series´. Comparison of functional connectivity among groups of participants was made using Partial Least Square method. Behavior Partial Least Square was performed to seek for a pattern associated with illness severity, pharmacological treatment time and duration of untreated psychosis. The statistical analysis was conducted with 10,000 permutations and bootstrap considering significant values of p<0.05. RESULTS: Aberrant network connections were mostrly due to changes of positive correlation to negative correlation in patients compared to controle. The majority of altered connections were found in sensory-motor network, DMN and visual network. The areas most affected were right frontal lobe. It was not found a functional connectivity pattern associated with illness severity, treatment time and duration of untreated psychosis. A tendency difference was found in the connectivity pattern between siblings and patients. No different connectivity pattern was found between siblings and controls. DISCUSSION: First episode psychosis presented more segregated resting state networks than controls, reinforcing the disconnectivity etiology hypothesis for schizophrenia. An unexpected result was sensory-motor hand network being the network with more altered connections, pointing to the need of more studies to comprehend it. The sibling group did not differ from the control group, not corroborating the hypotheses that such a group would present an intermediate pattern between patients and controls. CONCLUSION: The findings point to a largely impaired brain topology already at the beginning of the psychosis, with greater segregation between resting state networks in patients with first episode psychosis.
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