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O ETOS SATÂNICO: A ORATÓRIA ENTRECORTADA DE UM REBELDE RENEGADO / The Satanic Ethos: the hacking oratory of a renegade rebelZart, Paloma Catarina 28 February 2011 (has links)
ohn Milton (1608-1674) lived in an age marked by religious discussion. The English
Civil War (1640) had one of its supporters involving religion, literary texts were
composed with biblical allegories, and Milton, following the habits of his own time,
created literary works with sacred influence. For this reason and for a long time,
Paradise Lost has been seen under the biblical myth that served as material basis
for the composition of the epic. Before the Romantics, few critics had dared to leave
the comfort zone and had rehearsed an analysis that took care of other aspects
besides the contributions of classical authors and literary works or the biblical myth
itself. The Romantics opened up a new critical line which was concerned with the
characters of Paradise Lost, in special Satan. They heard the voices that bring to life
the epic narrative and they had found a model for their own age. The heroic noble
Satan of the Romantics, however, does not respond to the complexity of the
character. Far from being a mere embodiment of evil, an element that can be blamed
for all misfortune, the Miltonic Satan has in himself traces from the anterior good. He
is victimized by the understanding of his present and slaughtered with the memories
of his past; the character is placed between the image of a great leader externalized
to the other angels, and the doubts that overcome his thoughts. This thesis aims to
counteract these two parts of the character. / John Milton (1608-1674) viveu em um período marcado pela discussão religiosa. A
guerra civil inglesa (1640) tivera um de seus suportes envolvendo a religião, textos
literários foram compostos com alegorias bíblicas, e Milton, seguindo os hábitos de
seu tempo, criou obras com influência sacra. O Paradise Lost, por causa disso, foi,
durante muito tempo, observado à luz do mito bíblico que serviu de matéria base
para a composição do épico. Antes dos românticos, poucos críticos ousaram sair da
zona de conforto e ensaiaram uma análise que cuidava de outros aspectos além da
contribuição de autores e obras clássicas ou do mito bíblico. Com os românticos,
abriu-se definitivamente uma linha crítica atenta às personagens do Paradise Lost,
em especial de Satã. Eles ouviram as vozes que dão vida à narrativa épica e
descobriram um modelo para o seu próprio tempo. O Satã heróico e nobre dos
românticos, no entanto, não responde à complexidade da personagem. Longe de ser
uma mera materialização do mal, um elemento que possa ser culpado por todo o
infortúnio, o Satã de Milton abriga em si vestígios do bem anterior. Vitimado pela
compreensão de seu presente e abatido com as memórias do passado, a
personagem coloca-se entre a imagem de grande líder exteriorizada aos outros
anjos e as dúvidas que dominam os seus pensamentos. Esta dissertação tem por
objetivo contrapor essas duas partes da personagem.
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