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“SÓ DEUS, SÓ JESUS!”: O “Polícia Solidária” e a sensação de (in)segurança dos moradores do bairro do José Pinheiro, Campina Grande-PB.DANTAS, Camila Christina Feitoza Souza. 24 July 2018 (has links)
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Previous issue date: 2017 / Este estudo versa acerca da relação interacional entre os moradores do bairro do José Pinheiro e os policiais militares engajados no programa “Polícia Solidária” no mesmo bairro, na cidade de Campina Grande, e a influência de tal interação para a sensação de segurança dos moradores. Para tanto, partindo-se dos conceitos-chaves de policiamento comunitário propostos por Skolnick, Bayley (2002) e Trojanowicz, Bucqueroux (1999) que podem ser sintetizados em “reorientação das atividades de patrulhamento”, descentralização do comando”, “supervisão das atividades policiais” e “prevenção à criminalidade” desenvolvidos com vistas à uma aproximação entre os policiais militares e os moradores, bem como para a melhoria da sensação de segurança destes. Diante disso, analisou-se sob a perspectiva qualitativa através de incursões etnográficas, entrevistas, conversas informais e observação participante e não-participante, a percepção tanto dos moradores quantos dos policiais militares, sobre tais temáticas, de modo que ao fim, pôde-se descrever e analisar como era a relação entre os moradores e policiais militares do bairro. Os resultados indicaram que apesar de haver uma estrutura física que faz menção ao programa “Polícia Solidária” no bairro, qual seja, a Unidade de Polícia Solidária do Bairro do José Pinheiro, as ações de policiamento desenvolvidas no bairro, correspondiam às facetas preventivas e repressivas do policiamento tradicional, e não do policiamento comunitário, de modo que não havia uma aproximação consensual entre os policiais militares e os moradores do bairro, o que interferia na melhoria da sensação de segurança destes últimos. Em síntese, pode-se dizer que o patrulhamento era móvel e aleatório, abrangia uma extensa área territorial; bem como, que a referida Unidade de Polícia Solidária ainda atuava conforme um modelo centralizador de planejamento e execução das atividades policiais; e também que a supervisão das atividades policiais e a eventual responsabilização dos policiais militares eram precárias e ineficientes; por fim, concluiu-se que a prevenção à criminalidade seguia a lógica da filosofia de policiamento tradicional por meio do patrulhamento móvel, bem como abordagens e buscas pessoais esporádicas. Em razão da atuação policial insuficiente e da maciça presença das atividades criminosas, os moradores do bairro recorriam ao elemento sobrenatural, “Deus”, “Jesus”, como forma de proteção, o que evidenciava a ineficiência do Estado em promover políticas de segurança pública adequadas. / This study deals with the interaction between the residents of the neighborhood of José Pinheiro and the military police officers engaged in the "Solidary Police" program in the same neighborhood, in the city of Campina Grande, and the influence of such interaction on the residents' sense of safety. Therefore, starting from the key concepts of community policing proposed by Skolnick, Bayley (2002) and Trojanowicz, Bucqueroux (1999), which can be summarized in "reorientation of patrol activities", "decentralization of command", "supervision of police activities "and" prevention of crime"developed with a view to bring military police and residents closer together, as well as improving their sense of security. On this, the perception of both the inhabitants and the military police on these subjects was analyzed from a qualitative perspective through ethnographic incursions, interviews, informal conversations and participant and non-participant observation, so that, at the end, to describe and analyze how the relationship between residents and military police in the neighborhood was. The results indicated that although there is a physical structure that mentions the "Solidary Police" program in the neighborhood, which is the Solidarity Police Unit of the José Pinheiro Neighborhood, the policing actions developed in the neighborhood corresponded to the preventive and repressive facets of traditional policing rather than community policing, so there was no consensual rapprochement between the military police and neighborhood residents, which interfered with the improvement of the security feeling of the last ones. In summary, patrolling could be said to be mobile and random, covering an extensive territorial area; as well as, the indicated Solidarity Police Unit was still acting according to a centralized model of planning and execution of police activities; and also that supervision of police activities and possible accountability of military police officers were precarious and inefficient; Finally, it was concluded that crime prevention followed the logic of traditional policing philosophy through mobile patrolling, as well as sporadic approaches and personal searches. Because of the insufficient police action and the massive presence of criminal activities, the residents of the neighborhood used the supernatural element "God" and "Jesus" as a form of protection, which evidenced the State's inefficiency in promoting adequate public security policies.
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