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Characterizing the gastrointestinal tract microbiota of dairy calves / Caracterização da microbiota do trato gastrointestinal de bezerros leiteirosDias, Juliana 22 February 2017 (has links)
Submitted by Marco Antônio de Ramos Chagas (mchagas@ufv.br) on 2017-11-14T12:59:59Z
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Previous issue date: 2017-02-22 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Ao nascimento, os bezerros exibem um trato gastrointestinal subdesenvolvido (TGI) cuja maturação é estritamente relacionada à colonização da microbiota. No entanto, pouco se sabe sobre os fatores que afetam o estabelecimento de comunidades de archaeas, bacterias e de fungos anaeróbicos no TGI dos bezerros, bem como as mudanças na estrutura e abundância desses grupos microbianos durante o período de transição da fase de pré-ruminante para verdadeiro ruminante. Para abordar essas lacunas no conhecimento, este trabalho empregou sequenciamento de próxima geração para caracterizar a microbiota do TGI de bezerros leiteiros mestiços (Holandês-Gir) durante o período pré-desmame. O primeiro estudo avaliou mudanças nas comunidades de archaeas metanogênicas, bacterias e fungos anaeróbicos no rúmen de bezerros leiteiros (n = 45) alimentados com duas dietas diferentes (M: somente leite cru (10% do peso vivo (PV)) e MC: leite cru (10% PV e concentrado ad libitum) e que foram abatidos aos 7, 28, 49, 63 dias de idade. No segundo estudo, caracterizamos as alterações nas comunidades bacterianas entre regiões GIT (rúmen, jejuno, ceco e cólon) de bezerros alimentados com MC (n = 17) que foram abatidos aos 7, 28, 49, 63 dias de idade. Os resultados do primeiro estudo revelaram que as comunidades de archaeas metanogênicas, bacterias e fungos coexistem no rúmen desde a primeira semana de vida, mas são afetadas diferentemente pela dieta e idade. A inclusão de concentrado na dieta de bezerros afetou significativamente a comunidade bacteriana do rúmen: observou-se um aumento na abundância de gêneros relacionados, direta e indiretamente, à degradação de amido (i.e. Megasphaera, Sharpea e Succinivribrio) e um decréscimo acentuado na abundancia de gêneros (i.e. Lactobacillus, Bacteroides e Parabacteroides) relacionados com a degradação de nutrientes do leite. Alterações na comunidade bacteriana, indiretamente afetaram a comunidade de metanogênicas: fermentação de carboidratos não fibrosos alterou padrões de fermentação (acetato:propionato) e disponibilidade de hidrogênio que por sua vez, favoreceu a colonização de Methanosphaera em vez de Methanobrevibacter. Na comunidade de fungos anaeróbicos, a abundância do genêro Caecomyces e família Neocallimastigaceae não variou significativamente com a dieta ou idade, provavelmente devido à alta variação inter-animal e baixo teor de fibra de concentrado usado em nosso estudo. In suma, este estudo mostrou que a manipulação da microbiota no rúmen em desenvolvimento é possível através da intervenção dietética. Nossos resultados podem ser úteis na elaboração de estratégias para promover a colonização de comunidades-alvo (isto é, produtores de butirato e utilizadoras de lactato) que estão ligadas ao desenvolvimento de papilas e equilíbrio do pH ruminal. Em relação ao segundo estudo, as comunidades bacterianas diferem qualitativa e quantitativamente entre os compartimentos (rúmen, jejuno, cécum e colón) do trato gastrointestinal e também respondem diferentemente ao avanço da idade que inclui a substituição progressiva da dieta líquida para a dieta sólida (i.e. aumento do consumo de concentrado). No rúmen, a comunidade bacteriana foi composta em sua maioria pelos gêneros Prevotella, Butyrivibrio e Ruminococcus cuja abundância aumentou proporcionalmente com a idade devido a maior disponibilidade de carboidratos não fibrosos no rúmen. No jejuno, o gênero Lactobacillus foi abundante desde a primeira semana de vida, mas sua dominância foi substituída por membros da família Clostridiaceae em bezerros mais velhos. As comunidades do ceco e do cólon foram compostas pelos gêneros Blautia, Paraprevotella, Prevotella Phascolarctobacterium and Succiniclasticum cuja abundância aumentou com a idade. Em resumo, nossos resultados mostraram que, embora comunidades bacterianas coexistam em regiões distintas do TGI, uma análise mais detalhada da estrutura, abundância e dinâmica dessas comunidades revela uma marcante segregação e sucessão ecológica no TGI de bezerros. Nosso estudo acrescenta novos insights sobre a colonização bacteriana no TGI de pré-ruminantes que podem servir como base para formulação de estratégias para promover a colonização de comunidades-alvo (i.e. bactérias probióticas) para melhorar a saúde e desempenho de bezerros leiteiros no período pré-desmame. / At birth, calves display an underdeveloped gastrointestinal tract (GIT) whose maturation is strictly related to microbiota colonization. However, little is known about the factors that affect the establishment of archaeal, bacterial and fungal communities in the GIT of calves, as well as the changes in their structure and abundance during calf development into a functional ruminant. To address these gaps in knowledge, this work employed next-generation sequencing to characterize the GIT microbiota of Holstein- Gyr crossbred dairy calves across pre-weaning development. The first study aimed to assess changes on the rumen archaeal, bacterial and fungal communities of crossbred dairy calves (n=45) across pre-weaning development (7, 28, 49, 63 days) on two different diets (M: only raw milk at 10% of body weight at birth (BW) and MC: raw milk (10% BW) plus starter concentrate ad libitum). In the second study, we characterized changes in the bacterial communities across GIT regions (rumen, jejunum, cecum and colon) of MC-fed calves (n=17) at 7, 28, 49, 63 days of age. The results of first study revealed that archaeal, bacterial and fungal communities co-occur in the rumen since early calf development but are impacted differently by pre-weaning diet and age. The inclusion of starter concentrate in the calf diet significantly affected rumen bacterial community by promoting increases of genera, direct and indirectly, related to degradation of readily fermentable carbohydrates (i.e. Megasphaera, Sharpea and Succinivribrio) and depressing those reliant on milk nutrients like lactose (i.e. Lactobacillus, Bacteroides and Parabacteroides). These bacterial changes resulted in apparent diet-driven archaeal differences due to altered fermentation patterns and availability of hydrogen in the rumen that favoured the colonization of members from genus Methanosphaera instead of Methanobrevibacter. No such differences were found for fungi community represented by members from genus Caecomyces and family Neocallimastigaceae, likely due to high inter-animal variation and low fibre content of concentrate used our study. Altogether, this study showed that manipulation of the microbiota in the developing rumen is possible through dietary intervention. Our results may be useful in designing strategies to promote colonization of target communities (i.e. butyrate- producers and lactate-utilizing) linked to functional development of the calf. In regards to second study, bacterial communities in the calf GIT differ qualitatively and quantitatively among compartments and respond differently to age advance that encompass the GIT development (i.e. rumen) and progressive replacement of milk- based to grain-diet (i.e. increase of starter concentrate intake). In the rumen, bacterial community was composed majority by members from genera Prevotella, Butyrivibrio and Ruminococcus whose abundance increased proportionally with age possibly due greater availability of readily fermentable carbohydrates in the rumen. Members from genus Lactobacillus were overrepresented in the jejunum but their predominance was replaced by members from Clostridiaceae family in older calves. The cecum and colon displayed similar abundance at taxa level and the abundance of genera Blautia, Paraprevotella, Prevotella, Phascolarctobacterium and Succiniclasticum increased significantly with age. In summary, our results showed that although there are bacterial communities “common” to distinct regions, a closer look at their structure, abundance and dynamic reveals marked segregation and ecological succession in the calf GIT. Our study adds new insights into bacterial colonization across GIT of pre-ruminant that may be considered in formulating strategies to promote the colonization of target communities aiming improve health (i.e. bacteria with probiotic capability) and performance of dairy calves in the pre-weaning period.
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