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Visões do agregado em Machado de Assis / Machado de Assis and the “agregado”Assis, Flávia Gieseler de 12 1900 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2007. / Submitted by Luis Felipe Souza (luis_felas@globo.com) on 2008-12-12T18:06:41Z
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Dissertacao_2007_FlaviaGieselerAssis.pdf: 547236 bytes, checksum: acdce5f5ddcc5c64f9d26d716111e9c9 (MD5) / Nos romances de Machado de Assis aparece com freqüência a figura do
agregado. Agregado era o indivíduo livre e pobre que necessitava viver às sombras de um senhor para a manutenção de sua existência. Na sociedade brasileira do século XIX, o modo de produção escravista e monocultor, tirava do homem livre praticamente todas as possibilidades de integração à produção mercantil. Sem ter como se sustentar, e vivendo em um país em que o domínio dos senhores sobrepujavam a impessoalidade das leis, o vínculo criado com estes senhores era, muitas vezes, a única forma que possuíam para garantir a sobrevivência. A sua situação frágil o privava, muitas vezes, de um existir autônomo. A proximidade e quase familiaridade com senhor, o colocava em uma situação ambígua: ao mesmo tempo tinha reconhecidos seus predicados humanos e lhe era atribuída desclassificação social. As ambigüidades da vida agregada possibilitam uma multiplicidade de ações e acomodações que são bastante exploradas por Machado de Assis em seus romances. Utilizando a obra de Machado de Assis, esse trabalho buscou explorar as possibilidades de articulação entre essas duas esferas sociais. A estrutura histórica forjou o autoritário pensamento senhorial; As doutrinas do além-mar (positivismo, realismo,
naturalismo), ajudaram a validar sua crença de superioridade. Ao agregado, que não podia contar com as normas impessoais, restou a tentativa de sobreviver sem poder contestar diretamente uma ordem rigidamente hierarquizada. Imobilizado por essa hierarquia, ele encontraria na manipulação da vontade senhorial sua única alternativa de alcançar seus interesses. Se as doutrinas cientificistas da época – as mesmas usadas como justificativa de dominação por parte dos senhores – percebiam o indivíduo de forma animalesca e, portanto, descaracterizava o agregado como um agente social, Machado de Assis resgatava
o ser moral permitindo a ele o direito ao cálculo e a perfídia. Essa era mais uma sutileza do pessimismo irônico de Machado de Assis: a capacidade de humanizar por meio da relativização. Machado de Assis não negou os indivíduos. Sua obra mostrou que a luta pelo poder, por interesses pessoais e pela autonomia perpetuam, posto que a sociedade seja rigidamente hierarquizada. Afinal, antes de ser hierárquica ela é dinâmica; seja nos romances de Machado de Assis, seja nos conflitos da vida real. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / In the romances from Machado de Assis the “agregado” appear quite often. “Agregado” is denomination for the free poor man who was forced to live under a Master’s protection. At the19th century Brazilian society, the slavery and mocultural system of production take from the free poor man all the possibilities he had to get integrated to the productive system. As a consequence the free poor man could not afford his own expenses; also he was unprotected by State once that the political system was dominated by the land’s owners oligarchies. His only alternative to survive was to be linked to those powerful men.
The autonomy of the “agregado” was null. However, he lived quite close from the
Masters; close enough to share his familiar life. By on hand the “agregado” was considerated as someone close to the master who he was liked, by the other hand he was
his social status was debased. This double situation allowed the “agregado” to lead the
live in a several different ways. He never acted directly against his masters wishes, but he tried to manipulated the situations in order to guarantee a bigger autonomy. The racialist theories from that time took the humanity from these kind of people. When Machado de Assis showed the manipulation’s capacity of the “agregado” he allowed this character to have a soul: his not a blind animal any more, but someone who fights to keep his own identity. In spite of the existence of a strong hierarchy at the Brazilian society the society still dynamic. Machado de Assis was able to revel this situation. That happens at his romances, that is not different at the real life.
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