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O processo grupal como resistência ao sofrimento e ao adoecimento docente: um estudo à luz da perspectiva histórico-dialética / The group process as teachers resistance to suffering and disease: a historical dialectical studyFernandes, Luciete Valota 30 September 2015 (has links)
Este trabalho objetiva investigar se e como o processo grupal pode ser um instrumento de resistência ao sofrimento, ao adoecimento e à alienação na relação com o trabalho docente. Apresenta como referenciais teóricos basilares a psicologia histórico-cultural e a perspectiva histórico-dialética dos grupos humanos, representada primordialmente pelos autores Silvia Lane, Martín-Baró e Arthur Petrovski. Tem, ainda, como postulado teórico nuclear, o método materialista histórico e dialético, o qual norteia as aproximações analíticas sucessivas do objeto fundamental desta tese. Uma abordagem materialista e dialética de grupo busca explicá-lo em sua historicidade, movimento e síntese de multideterminações sociais, logo, como processo grupal. O estudo abrange, como métodos investigatórios, uma palestra interativa sobre a Saúde do Professor, entrevistas de esclarecimento e principalmente o processo grupal com professores da rede estadual paulista. No percurso ontológico do grupo, os educadores primaram pela discussão e reflexão de temas substanciais em torno da realidade singular-particular da escola e do cenário da educação pública do estado e país, tendo como centralidade o trabalho docente em seus nexos essenciais com os processos de saúde, de sofrimento psicossocial e de adoecimento. As categorias da dialética materialista de totalidade, contradição e mediação balizaram o método aproximativo de captação do grupo como objeto real e concreto via mediação das abstrações teóricas forjadas a partir das representações empíricas obtidas. As principais categorias psicossociais extraídas nesse procedimento analítico e interpretativo foram a Atividade Grupal, a Afetividade Grupal e a Identidade Grupal. Estas iluminaram a análise das situações singulares, cuja dinâmica resultou em um conjunto de sínteses teórico-empíricas apreendidas nas complexas interconexões entre os professores e o grupo. A reflexão coletiva sobre os elementos singulares e gerais da negatividade e da positividade do trabalho docente produzem contradições e avanços nas consciências pedagógicas. As dimensões negativas predominantes baseiam-se no poder autocrático imediato e mediato da administração escolar, na desvalorização financeira e social do magistério, na crescente precarização das condições de trabalho, que impossibilitam a concretização plena da atividade educativa e o contato permanente com as produções humano-genéricas. As dimensões positivas estão atreladas fundamentalmente às análises grupais acerca das perspectivas tênues de objetivação de uma atividade de ensino potencialmente geradora de sentido pessoal, que reavivam ideais de uma educação superadora da particularidade alienada e ensejam afetos positivos. O processo grupal engendra a satisfação de múltiplas necessidades humanizadoras que se transformam em motivos estimuladores das atividades individuais, quais sejam: motivos terapêuticos, motivos reveladores das dificuldades docentes, motivos de aprendizagem, motivos do trabalho coletivo, motivos reflexivos do processo saúde-doença e motivos afetivo-emocionais. A satisfação das necessidades humanizadoras, obliteradas no plano concreto da realidade escolar e social, geram afetos positivos nos participantes. O grupo adquire uma nova qualidade na hierarquia motivacional da estrutura da consciência/atividade de determinados professores, revelada pelas análises da discrepância entre as Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo da escola e o grupo consolidado. Uma identidade coesa entendida como momento importante para o desenvolvimento ulterior e superior de uma identidade menos institucionalizada e mais emancipada foi detectada na produção grupal. Essas constatações teórico-empíricas autorizam a defesa da tese supracitada, não obstante a superação integral da alienação pedagógica está determinada pela superação desta totalidade concreta, na direção de uma sociabilidade omnilateral / This thesis aims at investigating if and how the group process may be an instrument of resistance to suffering, disease and alienation related to teachers work. It has as its theoretical basis cultural-historical psychology and a historical dialectical perspective of human groups, represented mainly by the authors Silvia Lane, Martín-Baró and Arthur Petrovski. It also has as its core postulate the historical dialectical materialistic method which guides the successive analytical approaches to the fundamental object of this thesis. This dialectical materialistic approach intended to explain the group in its historicity, movement and synthesis of multiple social determinations, and, therefore, as a group process. The study comprises, as investigative methods, an interactive lecture about The health of the teacher, enlightenment interviews and, mainly, group processes with public state teachers in São Paulo. The prevailing discussions and reflections among the educators through the ontological movement of the group were about substantial themes of the particular reality of schools and of the situation of public education in the country, having as its centrality the teaching activity and its connections to health, psychosocial suffering, and disease processes. The dialectical-materialist categories of totality, contradiction and mediation were the basis of the approximative method of group formation as a concrete and real object via mediation of theoretical abstractions forged by the empirical representations obtained. The main psychosocial categories extracted from this analytical and interpretive process were Group Activity, Group Affection and Group Identity. These categories shed light into the analysis of the dynamics of particular situations that resulted in a number of theoretical and empirical syntheses captured in the complex interconnections between the teachers and the group. The collective thoughts about the particular and general elements of the negativity and positivity of the teaching career produce contradictions and advancements in teaching awareness. The negative aspects are predominantly related to the immediate autocratic power of the school administration, to the financial and social depreciation of the teaching career, to the increasing depreciation of work conditions, that incapacitate the complete concretion of the educational activity and the permanent contact with generic human productions. The positive aspects were fundamentally related to the group analysis around the slender perspectives of substantiation of a teaching activity that could potentially create personal meaning and revive ideals of an education that could overcome alienated particularities and bring positive affects. The group process satisfies multiple humanization needs that become motivating causes for the individual activities, which were: therapeutic motives; motives revealing of the difficulties of teaching; learning motives; collective work motives; reflection on the process of health and disease; and emotional affective motives. The satisfaction of humanization needs, obliterated in the concrete plan of school and social reality, generates positive affects in the participants. The group acquires a new quality in the motivational hierarchy of the structure of the awareness/activity of certain teachers, revealed by the analysis of the discrepancies between the collective pedagogical work classes (Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo ATPC) and the consolidated group. A coherent identity understood as an important moment for the ulterior and superior development of a less institutionalized and more emancipated identity was detected into the group production. Although, these theoretical-empirical findings authorize the defense of the aforementioned thesis, the complete solution of the pedagogical alienation is determined by the overcoming of this concrete totality towards omnilateral sociability
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O processo grupal como resistência ao sofrimento e ao adoecimento docente: um estudo à luz da perspectiva histórico-dialética / The group process as teachers resistance to suffering and disease: a historical dialectical studyLuciete Valota Fernandes 30 September 2015 (has links)
Este trabalho objetiva investigar se e como o processo grupal pode ser um instrumento de resistência ao sofrimento, ao adoecimento e à alienação na relação com o trabalho docente. Apresenta como referenciais teóricos basilares a psicologia histórico-cultural e a perspectiva histórico-dialética dos grupos humanos, representada primordialmente pelos autores Silvia Lane, Martín-Baró e Arthur Petrovski. Tem, ainda, como postulado teórico nuclear, o método materialista histórico e dialético, o qual norteia as aproximações analíticas sucessivas do objeto fundamental desta tese. Uma abordagem materialista e dialética de grupo busca explicá-lo em sua historicidade, movimento e síntese de multideterminações sociais, logo, como processo grupal. O estudo abrange, como métodos investigatórios, uma palestra interativa sobre a Saúde do Professor, entrevistas de esclarecimento e principalmente o processo grupal com professores da rede estadual paulista. No percurso ontológico do grupo, os educadores primaram pela discussão e reflexão de temas substanciais em torno da realidade singular-particular da escola e do cenário da educação pública do estado e país, tendo como centralidade o trabalho docente em seus nexos essenciais com os processos de saúde, de sofrimento psicossocial e de adoecimento. As categorias da dialética materialista de totalidade, contradição e mediação balizaram o método aproximativo de captação do grupo como objeto real e concreto via mediação das abstrações teóricas forjadas a partir das representações empíricas obtidas. As principais categorias psicossociais extraídas nesse procedimento analítico e interpretativo foram a Atividade Grupal, a Afetividade Grupal e a Identidade Grupal. Estas iluminaram a análise das situações singulares, cuja dinâmica resultou em um conjunto de sínteses teórico-empíricas apreendidas nas complexas interconexões entre os professores e o grupo. A reflexão coletiva sobre os elementos singulares e gerais da negatividade e da positividade do trabalho docente produzem contradições e avanços nas consciências pedagógicas. As dimensões negativas predominantes baseiam-se no poder autocrático imediato e mediato da administração escolar, na desvalorização financeira e social do magistério, na crescente precarização das condições de trabalho, que impossibilitam a concretização plena da atividade educativa e o contato permanente com as produções humano-genéricas. As dimensões positivas estão atreladas fundamentalmente às análises grupais acerca das perspectivas tênues de objetivação de uma atividade de ensino potencialmente geradora de sentido pessoal, que reavivam ideais de uma educação superadora da particularidade alienada e ensejam afetos positivos. O processo grupal engendra a satisfação de múltiplas necessidades humanizadoras que se transformam em motivos estimuladores das atividades individuais, quais sejam: motivos terapêuticos, motivos reveladores das dificuldades docentes, motivos de aprendizagem, motivos do trabalho coletivo, motivos reflexivos do processo saúde-doença e motivos afetivo-emocionais. A satisfação das necessidades humanizadoras, obliteradas no plano concreto da realidade escolar e social, geram afetos positivos nos participantes. O grupo adquire uma nova qualidade na hierarquia motivacional da estrutura da consciência/atividade de determinados professores, revelada pelas análises da discrepância entre as Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo da escola e o grupo consolidado. Uma identidade coesa entendida como momento importante para o desenvolvimento ulterior e superior de uma identidade menos institucionalizada e mais emancipada foi detectada na produção grupal. Essas constatações teórico-empíricas autorizam a defesa da tese supracitada, não obstante a superação integral da alienação pedagógica está determinada pela superação desta totalidade concreta, na direção de uma sociabilidade omnilateral / This thesis aims at investigating if and how the group process may be an instrument of resistance to suffering, disease and alienation related to teachers work. It has as its theoretical basis cultural-historical psychology and a historical dialectical perspective of human groups, represented mainly by the authors Silvia Lane, Martín-Baró and Arthur Petrovski. It also has as its core postulate the historical dialectical materialistic method which guides the successive analytical approaches to the fundamental object of this thesis. This dialectical materialistic approach intended to explain the group in its historicity, movement and synthesis of multiple social determinations, and, therefore, as a group process. The study comprises, as investigative methods, an interactive lecture about The health of the teacher, enlightenment interviews and, mainly, group processes with public state teachers in São Paulo. The prevailing discussions and reflections among the educators through the ontological movement of the group were about substantial themes of the particular reality of schools and of the situation of public education in the country, having as its centrality the teaching activity and its connections to health, psychosocial suffering, and disease processes. The dialectical-materialist categories of totality, contradiction and mediation were the basis of the approximative method of group formation as a concrete and real object via mediation of theoretical abstractions forged by the empirical representations obtained. The main psychosocial categories extracted from this analytical and interpretive process were Group Activity, Group Affection and Group Identity. These categories shed light into the analysis of the dynamics of particular situations that resulted in a number of theoretical and empirical syntheses captured in the complex interconnections between the teachers and the group. The collective thoughts about the particular and general elements of the negativity and positivity of the teaching career produce contradictions and advancements in teaching awareness. The negative aspects are predominantly related to the immediate autocratic power of the school administration, to the financial and social depreciation of the teaching career, to the increasing depreciation of work conditions, that incapacitate the complete concretion of the educational activity and the permanent contact with generic human productions. The positive aspects were fundamentally related to the group analysis around the slender perspectives of substantiation of a teaching activity that could potentially create personal meaning and revive ideals of an education that could overcome alienated particularities and bring positive affects. The group process satisfies multiple humanization needs that become motivating causes for the individual activities, which were: therapeutic motives; motives revealing of the difficulties of teaching; learning motives; collective work motives; reflection on the process of health and disease; and emotional affective motives. The satisfaction of humanization needs, obliterated in the concrete plan of school and social reality, generates positive affects in the participants. The group acquires a new quality in the motivational hierarchy of the structure of the awareness/activity of certain teachers, revealed by the analysis of the discrepancies between the collective pedagogical work classes (Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo ATPC) and the consolidated group. A coherent identity understood as an important moment for the ulterior and superior development of a less institutionalized and more emancipated identity was detected into the group production. Although, these theoretical-empirical findings authorize the defense of the aforementioned thesis, the complete solution of the pedagogical alienation is determined by the overcoming of this concrete totality towards omnilateral sociability
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