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Sistema reprodutivo em plantas da caatinga: evidências de um padrão

Virgínia de Lima Leite, Ana January 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T15:04:29Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo4811_1.pdf: 813798 bytes, checksum: 09781eb4a7f6abb6b903188ca8a11e57 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2006 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A biologia reprodutiva tem sido estudada em diversas formações vegetacionais tropicais. Entretanto, poucos são os estudos com esse enfoque para espécies que ocorrem em áreas de Caatinga, a única grande região natural brasileira cujos limites estão restritos ao território nacional. O presente trabalho traz informações sobre a biologia reprodutiva de 14 espécies lenhosas da Caatinga, incluindo uma revisão do sistema reprodutivo de outras 39 espécies estudadas nesse ecossistema e analisa a polinização e a reprodução em Caesalpinia pyramidalis (Leguminosae-Caesalpinioideae) e Aosa rupestris (Loasaceae). A maioria das espécies estiveram com flores durante 3-4 meses, principalmente entre julho e dezembro (estação seca). Foi constatado elevado percentual de espécies hermafroditas (79%), comparadas com os demais sistemas sexuais observados. Quanto ao sistema reprodutivo, não houve diferença significativa na freqüência de espécies autocompatíveis (39%) e autoincompatíveis (61%) analisadas para a Caatinga. Entretanto, a freqüência de espécies arbustivas e arbóreas (70%) auto-incompatíveis, comparada com herbáceas e lianas (30%), diferiu significativamente. Para a maioria das espécies a razão fruto/flor foi menor que a razão semente/óvulo, com sucesso reprodutivo pré-emergente entre 0,9-28%. Caesalpinia pyramidalis apresentou auto-incompatibilidade de ação tardia, com tubos polínicos alcançando o saco embrionário 24h após as autopolinizações. Foram observadas baixas razões fruto/flor (0,03) e semente/óvulo (0,36), com reduzido sucesso reprodutivo (0,0108). Nesta espécie, a polinização é realizada principalmente por espécies de Xylocopa e Centris. Embora durante as visitas dos polinizadores ocorra autopolinização através da geitonogamia, esta pode ser compensada pela baixa produção de néctar e alta freqüência de visitas realizadas pelas abelhas, possibilitando a polinização cruzada. Aosa rupestris é monofílica, polinizada exclusivamente por abelhas Bicolletes sp.nov. (Colletidae-Paracolletini). Embora ocorra autogamia, a proporção de frutos e sementes sob polinização natural é maior que aquela observada através da autopolinização espontânea. O movimento de um estame até o centro da flor e o intervalo entre um estame e o seguinte não são influenciados a partir das visitas do polinizador. De acordo com esses resultados, considerando a biologia reprodutiva, a Caatinga é tão complexa quanto os demais ecossistemas florestais tropicais. Muitas de suas espécies são também fortemente dependentes da ação dos polinizadores para alcançar o sucesso reprodutivo

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