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Modelo de séries temporais aplicado a caracterização da mortalidade por suicídio no BrasilMoraes, Sinara Ribeiro January 2017 (has links)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva. / Introdução: O suicídio é definido como uma violência e ato decidido, iniciado e levado até o fim por uma pessoa com total conhecimento ou expectativa de um resultado fatal. Torna-se um importante problema de Saúde Pública, pelo crescimento observado nos últimos anos e estimativas para as próximas décadas. É considerada uma das principais causas de morte no mundo, com cerca de 1 milhão de óbitos anuais e taxa de 16 óbitos por 100.000 habitantes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a mortalidade por suicídio aumentou, em média, 60% nos últimos 45 anos, a maioria associada à população mais jovem. Objetivo: Estimar a taxa de mortalidade por suicídio no Brasil no período de 1997 a 2014. Métodos: Foi realizado um estudo ecológico e descritivo. Foi calculada a taxa de mortalidade pela divisão do número de óbitos por suicídio (disponibilizado pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade) pela população residente (disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no mesmo local e período, multiplicando-se por 100.000. Resultados: No período de 1997 a 2014 ocorreram 155.678 óbitos por suicídio no Brasil, equivalendo a uma taxa bruta de 4,7 óbitos por 100.000 habitantes. A análise da série histórica revelou que as taxas nacionais apresentaram crescimento linear (y=0,0742x+4,0114) em decorrência do período considerado (R2=0,8849). A Região Sul apresentou a maior taxa de mortalidade por suicídio no Brasil (8,2 óbitos por 100.000 habitantes). O Rio Grande do Sul apresentou a maior taxa de mortalidade (10,3 óbitos por 100.000 habitantes) seguido do estado de Santa Catarina (8,0 óbitos por 100.000 habitantes). O meio mais empregado para o suicídio foi o enforcamento/estrangulamento/ sufocação (2,6 óbitos por 100.000 habitantes), seguido do disparo por armas de fogo (0,4 óbitos por 100.000 habitantes). Na análise por idade as maiores taxas ocorreram em indivíduos com mais de 40 anos revelando crescimento logarítmico (y=2,8855ln(x)+2,612) das taxas de mortalidade em decorrência da idade, ou seja, o aumento das taxas de mortalidade pode ser explicado pelo aumento da idade (R2=0,8116). As maiores taxas foram observadas no sexo masculino (7,5 óbitos por 100.000 habitantes) sendo maiores quando comparadas as apresentadas pelas mulheres (proporção de 4:1). Observou-se também expressão polinomial (y=-12,967x2+61,098x-30,496) que revelou diminuição das proporções de mortalidade associadas ao aumento da escolaridade, ou seja, o aumento da mortalidade também pode ser explicado pela baixa escolaridade (R2=0,661). A maior proporção de óbitos por suicídio ocorreu em indivíduos solteiros (52,1%), e brancos/pardos (58,5% e 34,4%, respectivamente). Conclusão: As taxas de suicídio no Brasil foram altas e aumentaram no período de 1997 a 2014. A população predominante foi composta por homens adultos (com mais de 40 anos), brancos, com menor escolaridade, solteiros, residentes dos estados da Região Sul, sendo o enforcamento/ estrangulamento/ sufocação os meios mais utilizados. Mediante o exposto, recomenda-se o desenvolvimento de ações educativas visando a divulgação dos riscos, programas de prevenção e complicações relacionadas ao suicídio priorizando a Atenção Primária em Saúde, tendo como alvo tanto a população geral quanto grupos de risco específicos, profissionais da Saúde Pública, visando, assim, melhorar as estatísticas apresentadas.
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