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Desigualdades socioeconômicas e saúde bucal / Socioeconomic inequalities and oral health

Roger Keller Celeste 31 March 2009 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Esta tese tem como foco os efeitos da desigualdade de renda na saúde bucal e as tendências em desigualdades socioeconômicas em saúde bucal. Qualquer injustiça social, pelo caráter moral é digna de estudo, porém nem toda desigualdade de renda é socialmente injusta. Ela se torna injusta quando as pessoas com menos recursos são aquelas que permitem que as desigualdades econômicas afetem direitos humanos, como o direito a um nível de vida que assegure ao indivíduo e a sua família uma vida saudável. As desigualdades de renda foram estudadas em duas vertentes:a) efeitos contextuais da desigualdade de renda na saúde bucal ; b) tendências na diferença de saúde bucal entre pessoas com maior e menor renda. A primeira parte contém quatro artigos originais que estudaram a associação e os mecanismos contextuais p elos quais a desigualdade de renda afeta a saúde bucal. Para isso, foram utilizados dados do inquérito em saúde bucal SBBrasil de 2002. Os resultados mostraram que: a) a associação entre desigualdade de renda e saúde bucal é mais forte em relação à cárie dental do que outras doenças bucais (e.g. doenças periodontais e maloclusões); b)seus efeitos estão mais fortemente associados à doenças bucais de menor latência; c) os efeitos associados à cárie dental afetam pobres e ricos igualmente; e d) a ausência de políticas públicas parece ser a melhor explicação para os efeitos da excessiva desigualdade de renda no Brasil. Ainda em relação às políticas públicas, foi encontrados que os ricos beneficiam-se mais de políticas públicas municipais do que os pobres. A segunda parte desta tese contém dois artigos originais que descrevem as tendências em saúde bucal e o uso dos serviços odontológicos em grupos de maior e menor renda, no Brasil e na Suécia. Para essas análises, foram usados dados dos inquéritos em saúde bucal no Brasil dos anos de 1986 e 2002, e para Suécia foram obtidos dados do "Swedish Level of Living Survey" para 1968, 1974, 1981, 1991 e 2000. As tendências relacionadas à prevalência de edentulismo mostraram que houve uma redução das desigualdade em percentuais absolutos nos dois países, porém, no Brasil houve um aumento das diferenças quando o desfecho foi a prevalência de nenhum dente perdido. As reduções das disparidades em edentulimo estiveram associadas à presença de uma diferença inicial significativa ,já o aumento das desigualdade na prevalência de nenhum dente perdido esteve relacionado a uma pequena desigualdade no início da coleta de dados. Em relação às desigualdades de uso dos serviços, ressalta-se que o grupo mais pobre permanece utilizando menos os serviços odontológicos em ambos os países e as diferenças continuam significantes através dos tempos. Entretanto, tanto no Brasil como na Suécia, essas diferenças reduziram levemente nas coortes jovens em função do declínio no percentual de pessoas mais ricas que visitam o dentista. Nossos dados permitem concluir que as desigualdades, em saúde bucal, mesmo em países altamente igualitários, como a Suécia. / This thesis focuses on the effect of income distribution on oral health and trends on socioeconomic disparities in oral health. Any social injustice, because of moral issues, is worth studying, though not all inequality of is unfair. Income inequality is unfair when people with less economic resources are penalized with poor health because of their condition of poverty. Unjust societies are those that allow economic inequalities to affect human rights as the right to a standard of living that ensures the individuals and their family a healthy life. Income inequalities were studied in two aspects: a) the contextual effects of income inequality in oral health, and; b) trends in the difference in oral health among people with higher and lower income. The first part contains 4 original articles that studied the association and the contextual mechanism by which income inequality affects oral health. For this we used data of the oral health survey SSBrasil in 2002. The results showed that: a) the association between income inequality and oral health is stronger in relation to dental caries than other oral diseases (e.g. periodontal diseases and malocclusions); b) the effects of inequality of income are more strongly associated with oral diseases of a shorter latency: c) that the effects associated with dental caries affect equally the rich and the poor. The second part of this thesis contains two original articles that described the trends in oral health and in the use of dental services into groups of higher and lower income, in Brazil and Sweden. For this analysis data were obtained from the Brazilian oral health surveys for the year 2002, while for Sweden were used data from the "Swedish Level of Living Survey" for the years 1968, 1974, 1981, 1991 and 2000. Trends in the prevalence of edentulismo showed a reduction in absolute disparities in both countries, but in Brazil trends in the prevalence of "no missing tooth" increased. Reductions in disparities in edentulismo were associated with the presence of a significant initiak difference, while the increase in inequality for outcome "no missing tooth" was related to small inequalities in the begining of data collection. Trends in the use of dental services highlighted that the poorer have been using less the dental services in both countries and the difference remain saignificant over time. however, in Brazil and Sweden, these differences decrease slightly in the cohort of young people because there was a decline in the percentage of rich people who visit the dentist. Our data show that income inequalities in oral health and use of dental serviceshave historically favored the more affluent population even in highly egalitarian countires as Sweden.
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Desigualdades socioeconômicas e saúde bucal / Socioeconomic inequalities and oral health

Roger Keller Celeste 31 March 2009 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Esta tese tem como foco os efeitos da desigualdade de renda na saúde bucal e as tendências em desigualdades socioeconômicas em saúde bucal. Qualquer injustiça social, pelo caráter moral é digna de estudo, porém nem toda desigualdade de renda é socialmente injusta. Ela se torna injusta quando as pessoas com menos recursos são aquelas que permitem que as desigualdades econômicas afetem direitos humanos, como o direito a um nível de vida que assegure ao indivíduo e a sua família uma vida saudável. As desigualdades de renda foram estudadas em duas vertentes:a) efeitos contextuais da desigualdade de renda na saúde bucal ; b) tendências na diferença de saúde bucal entre pessoas com maior e menor renda. A primeira parte contém quatro artigos originais que estudaram a associação e os mecanismos contextuais p elos quais a desigualdade de renda afeta a saúde bucal. Para isso, foram utilizados dados do inquérito em saúde bucal SBBrasil de 2002. Os resultados mostraram que: a) a associação entre desigualdade de renda e saúde bucal é mais forte em relação à cárie dental do que outras doenças bucais (e.g. doenças periodontais e maloclusões); b)seus efeitos estão mais fortemente associados à doenças bucais de menor latência; c) os efeitos associados à cárie dental afetam pobres e ricos igualmente; e d) a ausência de políticas públicas parece ser a melhor explicação para os efeitos da excessiva desigualdade de renda no Brasil. Ainda em relação às políticas públicas, foi encontrados que os ricos beneficiam-se mais de políticas públicas municipais do que os pobres. A segunda parte desta tese contém dois artigos originais que descrevem as tendências em saúde bucal e o uso dos serviços odontológicos em grupos de maior e menor renda, no Brasil e na Suécia. Para essas análises, foram usados dados dos inquéritos em saúde bucal no Brasil dos anos de 1986 e 2002, e para Suécia foram obtidos dados do "Swedish Level of Living Survey" para 1968, 1974, 1981, 1991 e 2000. As tendências relacionadas à prevalência de edentulismo mostraram que houve uma redução das desigualdade em percentuais absolutos nos dois países, porém, no Brasil houve um aumento das diferenças quando o desfecho foi a prevalência de nenhum dente perdido. As reduções das disparidades em edentulimo estiveram associadas à presença de uma diferença inicial significativa ,já o aumento das desigualdade na prevalência de nenhum dente perdido esteve relacionado a uma pequena desigualdade no início da coleta de dados. Em relação às desigualdades de uso dos serviços, ressalta-se que o grupo mais pobre permanece utilizando menos os serviços odontológicos em ambos os países e as diferenças continuam significantes através dos tempos. Entretanto, tanto no Brasil como na Suécia, essas diferenças reduziram levemente nas coortes jovens em função do declínio no percentual de pessoas mais ricas que visitam o dentista. Nossos dados permitem concluir que as desigualdades, em saúde bucal, mesmo em países altamente igualitários, como a Suécia. / This thesis focuses on the effect of income distribution on oral health and trends on socioeconomic disparities in oral health. Any social injustice, because of moral issues, is worth studying, though not all inequality of is unfair. Income inequality is unfair when people with less economic resources are penalized with poor health because of their condition of poverty. Unjust societies are those that allow economic inequalities to affect human rights as the right to a standard of living that ensures the individuals and their family a healthy life. Income inequalities were studied in two aspects: a) the contextual effects of income inequality in oral health, and; b) trends in the difference in oral health among people with higher and lower income. The first part contains 4 original articles that studied the association and the contextual mechanism by which income inequality affects oral health. For this we used data of the oral health survey SSBrasil in 2002. The results showed that: a) the association between income inequality and oral health is stronger in relation to dental caries than other oral diseases (e.g. periodontal diseases and malocclusions); b) the effects of inequality of income are more strongly associated with oral diseases of a shorter latency: c) that the effects associated with dental caries affect equally the rich and the poor. The second part of this thesis contains two original articles that described the trends in oral health and in the use of dental services into groups of higher and lower income, in Brazil and Sweden. For this analysis data were obtained from the Brazilian oral health surveys for the year 2002, while for Sweden were used data from the "Swedish Level of Living Survey" for the years 1968, 1974, 1981, 1991 and 2000. Trends in the prevalence of edentulismo showed a reduction in absolute disparities in both countries, but in Brazil trends in the prevalence of "no missing tooth" increased. Reductions in disparities in edentulismo were associated with the presence of a significant initiak difference, while the increase in inequality for outcome "no missing tooth" was related to small inequalities in the begining of data collection. Trends in the use of dental services highlighted that the poorer have been using less the dental services in both countries and the difference remain saignificant over time. however, in Brazil and Sweden, these differences decrease slightly in the cohort of young people because there was a decline in the percentage of rich people who visit the dentist. Our data show that income inequalities in oral health and use of dental serviceshave historically favored the more affluent population even in highly egalitarian countires as Sweden.

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