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Escritas antropofágicas na América latina: releituras da história pela ficção / Anthropophagic writing in Latin America: rereading history through fictionGasparotto, Bernardo Antonio 02 March 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-03-02 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / At the turn to the 20th century, a series of literary movements took place, which resulted in an alteration of the dogmas of literary writing and in the concept of literature itself. One of these movements was the Brazilian Modernism whose great exponents were Oswald de Andrade and Mario de Andrade, the former with Manifesto Pau-Brasil (1924) and Manifesto Antropófago (1928), and the latter with Macunaíma (1928). These productions permitted the embodiment of what was intended as the “anthropophagic process” of Brazilian culture, and for that, they employed the metaphor of the autochthonous cannibal. Based on this metaphorical image, we approached several productions made by the European chroniclers who had their first encounters and impressions on this figure and custom. Thus, by examining the conceptions developed by the chroniclers such as Christopher Columbus (1492-1493), Hans Staden (1557), Theodore de Bry (1590), Gabriel Soares de Sousa (1587), José de Anchieta (1563), Hernán Cortés (1866), among others, we bring a compendium of the representation of the autochthonous cannibal figure in the Latin-American space (in the context of the discovery of America and the first contacts between civilizations), which is explored and reconfigured in literature in the three works that will be analyzed, namely: El entenado (1983), by the Argentinean Juan José Saer; Terra Papagalli (1997), by the Brazilians José Roberto Torero and Marcus Autelius Pimenta, both works being models of the new Latin-American historic novel; and Meu querido canibal (2000), by the Brazilian Antonio Torres, constituting a historiographic metafiction. In these works, there are various perspectives on how to portray the cultural manifestation of the cannibalistic ritual, as well as the meaning effects produced from this ritual. We also examined the ways in which such cultural practice is approached by the writers who produce their discourse from an enunciative locus of the hybrid, interracial, syncretic and transcultural Latin America. From this analysis, we aim to highlight that, due to the theoretical process that resulted from this awareness – with emphasis the Brazilian modernist movement as a great exponent –, Latin America developed a theoretical-critical framework and a literary production based on cultural anthropophagy – from which resulted the Latin-American historical novel – that support the local literary production, giving voice and opportunity to those who were colonized and had their discourse marginalized by the canon guidelines. / Na virada para o século XX, ocorreu uma série de movimentos literários, o que resultou em uma alteração nos dogmas da escrita literária e no próprio conceito de literatura. Um desses movimentos foi o Modernismo brasileiro, que teve como grandes expoentes Oswald de Andrade e Mario de Andrade, aquele com o Manifesto Pau-Brasil (1924) e o Manifesto Antropófago (1928), e este com Macunaíma (1928). Essas produções foram fundamentais na corporificação do que se pretendia com o “processo antropofágico” da cultura brasileira, utilizando, para isso, a metáfora do autóctone canibal. Com base nessa imagem metafórica, retomamos diversas produções realizadas pelos cronistas europeus que tiveram seus primeiros embates e impressões sobre tal figura e costume. Assim, mediante o exame das concepções desenvolvidas por cronistas como Cristóvão Colombo (1492-1493), Hans Staden (1557), Theodore de Bry (1590), Gabriel Soares de Sousa (1587), José de Anchieta (1563), Hernán Cortés (1866), entre outros, trazemos um compêndio da representação da figura do autóctone canibal no espaço latino-americano (no contexto do descobrimento da América e primeiros contatos entre civilizações), que passa a ser explorada e reconfigurada pela literatura nas três obras analisadas, quais sejam: El entenado (1983), do argentino Juan José Saer; Terra Papagalli (1997), dos brasileiros José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta, ambos modelos de novo romance histórico latino-americano; e Meu querido canibal (2000), do brasileiro Antonio Torrres, uma metaficção historiográfica. Nessas, apresentam-se perspectivas diversas sobre a forma de retratar a manifestação cultural do ritual canibalesco, bem como os efeitos de sentido que são produzidos a partir desse ritual. São observadas, ainda, as formas como tal prática cultural é utilizada pelos escritores que produzem seu discurso a partir de um locus enunciativo da América Latina híbrida, mestiça, sincrética e transcultural. A partir dessa análise, buscamos, pois, evidenciar que, graças ao processo teórico que resultou dessa conscientização – destacando-se, como um dos maiores expoentes, o movimento modernista brasileiro –, a América Latina desenvolveu uma linha teórico-crítica, bem como uma produção literária com base na antropofagia cultural – da qual o romance histórico crítico latino-americano é fruto –, que serve para ancorar a produção literária local, dando voz e vez àqueles que foram colonizados e tiveram seu discurso marginalizado pelas diretrizes do cânone europeu.
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