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A ordem do discurso geoescolarBatista, Bruno Nunes January 2017 (has links)
Ao longo das últimas décadas, o ensino de Geografia vem orientando-se com maior ênfase por meio de diretrizes sinalizadas pelo construtivismo pedagógico e as pedagogias progressistas e psicológicas, cujas premissas partem de centrar no aluno a construção do conhecimento e partir do cotidiano e dos arredores escolares para que possa ser significativo o saber geográfico. No entanto, perguntar se o conjunto desses pressupostos foi sempre o mesmo, e como ele chegou a ser o que é, conduz-nos a realizar uma História do presente, ou seja, partir de uma problemática atual para compreender em que momento ela se tornou um problema. Esta tese aponta que o campo contemporâneo da Geografia escolar não é natural, tampouco neutro, nem esteve desde sempre aí. Para ser o que é, teve que passar por inúmeros processos que estabeleceram a ordem do discurso geoescolar. Criado nesta pesquisa, este conceito parte do princípio de que não se pode falar sobre o quiser no ensino de Geografia, nem qualquer um pode fazê-lo; é necessário seguir regras, normas e prescrições, que delimitam o certo e o errado, o verdadeiro e o falso e, portanto, dizem como a aula deve ser. O movimento investigativo aqui desenvolvido partiu dessas alavancas não para entender as ideias compartilhadas na didática geográfica, e sim as condições de possibilidade, relações de poder e saber, que a instituíram. Um trabalho arqueológico e genealógico; sobretudo, uma perspectiva de trabalho pós-estruturalista ancorada nas teorizações de Michel Foucault. Por intermédio da descrição de arquivos subjacentes ao ensino de Geografia na primeira metade do século XX, questionando de onde se fala, como se fala e quem fala sobre ensino de Geografia, identificamos um discurso capitaneado pelo que chamamos da tríade queda/resgate/redenção, isto é, um elevado número de textos sequenciados pela denúncia recorrente ao método tradicional de ensino e tudo que ele envolve; a celebração de um projeto renovador operacionalizado pela Pedagogia ativa e as psicologias escolares; um ideal de final de história, representando por uma nação evoluída, tecnologicamente desenvolvida e voltada para o constante progresso. No entanto, não bastou descrever a constituição da ordem do discurso geoescolar; fundamental também foi o entendimento das práticas de poder e saber que a moldaram. Com hegemonia, infiltrou-se nessa formação discursiva uma constelação maior de objetos e conceitos que, advindos da emergência da acumulação flexível do capital, alicerçavam-se na necessidade de maior investimento em capital humano, isto é, sujeitos flexíveis, individualistas e consumidores, para manter em funcionamento os jogos econômicos de inspiração neoliberal. Balizada pela pedagogia do interesse, a metodologia de projetos, a interdisciplinaridade e as didáticas ativas, e tendo, como pano de fundo, o fatalismo da extinção, pode-se afirmar que, muitas vezes, a ordem do discurso geoescolar foi um mecanismo a serviço da economia de mercado. / Over the last decades, Geography teaching has been guided with greater emphasis through directives signaled by pedagogical constructivism and progressive and psychological pedagogies, whose premises depart from focusing on the student the construction of knowledge and departing from everyday life and from the school surroundings so that geographic knowledge can be significant. However, to ask whether the set of these assumptions has always been the same, and how it came to be what it is, leads us to realize a history of the present, that is, starting from a current problematic to understand in which moment it has become a problem. This thesis points out that the contemporary area of school Geography is not natural, nor neutral, neither has it ever been there. To be what it is, it had to go through numerous processes that established the order of geoschool discourse. Created in this research, this concept assumes that you can not talk about what you want in Geography teaching, nor can anyone do it; it is necessary to follow rules, norms and prescriptions, which delimit right and wrong, true and false, and therefore say how the class should be. The investigative movement developed here was based on these levers not to understand the ideas shared in geographical didactics, but rather the conditions of possibility, relations of power and knowledge that instituted it. Archaeological and genealogical work; above all, a post-structuralism work perspective anchored in the theories of Michel Foucault. Through the description of the archives underlying to the teaching of Geography in the first half of the XX century, questioning from where it speaks, how it speaks and who speaks about Geography teaching, we identify a discourse headed by what we call the triad of fall / rescue / redemption, That is, a high number of texts sequenced by recurrent denunciation of the traditional method of teaching and all that it involves; The celebration of a renewal project operationalized by active pedagogy and school psychology; an end-of-history ideal, represented by an evolved nation, technologically developed and geared towards constant progress. However, it was not enough to describe the constitution of the order of geoschool discourse; fundamental was also the understanding of the practices of power and knowledge that shaped it. With hegemony, was infiltrated in this discursive formation, a greater constellation of objects and concepts that, stemming from the emergence of flexible capital accumulation, were based on the need for greater investment in human capital, that is, flexible, individualistic and consumers subjects, to keep economic games of neoliberal inspiration running. Bounded by pedagogy of interest, methodology of project, interdisciplinarity and active didactics, and having, as a background, the fatalism of extinction, it can be affirmed that, often, the order of geoschool discourse was a mechanism at the service of the market economy.
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A ordem do discurso geoescolarBatista, Bruno Nunes January 2017 (has links)
Ao longo das últimas décadas, o ensino de Geografia vem orientando-se com maior ênfase por meio de diretrizes sinalizadas pelo construtivismo pedagógico e as pedagogias progressistas e psicológicas, cujas premissas partem de centrar no aluno a construção do conhecimento e partir do cotidiano e dos arredores escolares para que possa ser significativo o saber geográfico. No entanto, perguntar se o conjunto desses pressupostos foi sempre o mesmo, e como ele chegou a ser o que é, conduz-nos a realizar uma História do presente, ou seja, partir de uma problemática atual para compreender em que momento ela se tornou um problema. Esta tese aponta que o campo contemporâneo da Geografia escolar não é natural, tampouco neutro, nem esteve desde sempre aí. Para ser o que é, teve que passar por inúmeros processos que estabeleceram a ordem do discurso geoescolar. Criado nesta pesquisa, este conceito parte do princípio de que não se pode falar sobre o quiser no ensino de Geografia, nem qualquer um pode fazê-lo; é necessário seguir regras, normas e prescrições, que delimitam o certo e o errado, o verdadeiro e o falso e, portanto, dizem como a aula deve ser. O movimento investigativo aqui desenvolvido partiu dessas alavancas não para entender as ideias compartilhadas na didática geográfica, e sim as condições de possibilidade, relações de poder e saber, que a instituíram. Um trabalho arqueológico e genealógico; sobretudo, uma perspectiva de trabalho pós-estruturalista ancorada nas teorizações de Michel Foucault. Por intermédio da descrição de arquivos subjacentes ao ensino de Geografia na primeira metade do século XX, questionando de onde se fala, como se fala e quem fala sobre ensino de Geografia, identificamos um discurso capitaneado pelo que chamamos da tríade queda/resgate/redenção, isto é, um elevado número de textos sequenciados pela denúncia recorrente ao método tradicional de ensino e tudo que ele envolve; a celebração de um projeto renovador operacionalizado pela Pedagogia ativa e as psicologias escolares; um ideal de final de história, representando por uma nação evoluída, tecnologicamente desenvolvida e voltada para o constante progresso. No entanto, não bastou descrever a constituição da ordem do discurso geoescolar; fundamental também foi o entendimento das práticas de poder e saber que a moldaram. Com hegemonia, infiltrou-se nessa formação discursiva uma constelação maior de objetos e conceitos que, advindos da emergência da acumulação flexível do capital, alicerçavam-se na necessidade de maior investimento em capital humano, isto é, sujeitos flexíveis, individualistas e consumidores, para manter em funcionamento os jogos econômicos de inspiração neoliberal. Balizada pela pedagogia do interesse, a metodologia de projetos, a interdisciplinaridade e as didáticas ativas, e tendo, como pano de fundo, o fatalismo da extinção, pode-se afirmar que, muitas vezes, a ordem do discurso geoescolar foi um mecanismo a serviço da economia de mercado. / Over the last decades, Geography teaching has been guided with greater emphasis through directives signaled by pedagogical constructivism and progressive and psychological pedagogies, whose premises depart from focusing on the student the construction of knowledge and departing from everyday life and from the school surroundings so that geographic knowledge can be significant. However, to ask whether the set of these assumptions has always been the same, and how it came to be what it is, leads us to realize a history of the present, that is, starting from a current problematic to understand in which moment it has become a problem. This thesis points out that the contemporary area of school Geography is not natural, nor neutral, neither has it ever been there. To be what it is, it had to go through numerous processes that established the order of geoschool discourse. Created in this research, this concept assumes that you can not talk about what you want in Geography teaching, nor can anyone do it; it is necessary to follow rules, norms and prescriptions, which delimit right and wrong, true and false, and therefore say how the class should be. The investigative movement developed here was based on these levers not to understand the ideas shared in geographical didactics, but rather the conditions of possibility, relations of power and knowledge that instituted it. Archaeological and genealogical work; above all, a post-structuralism work perspective anchored in the theories of Michel Foucault. Through the description of the archives underlying to the teaching of Geography in the first half of the XX century, questioning from where it speaks, how it speaks and who speaks about Geography teaching, we identify a discourse headed by what we call the triad of fall / rescue / redemption, That is, a high number of texts sequenced by recurrent denunciation of the traditional method of teaching and all that it involves; The celebration of a renewal project operationalized by active pedagogy and school psychology; an end-of-history ideal, represented by an evolved nation, technologically developed and geared towards constant progress. However, it was not enough to describe the constitution of the order of geoschool discourse; fundamental was also the understanding of the practices of power and knowledge that shaped it. With hegemony, was infiltrated in this discursive formation, a greater constellation of objects and concepts that, stemming from the emergence of flexible capital accumulation, were based on the need for greater investment in human capital, that is, flexible, individualistic and consumers subjects, to keep economic games of neoliberal inspiration running. Bounded by pedagogy of interest, methodology of project, interdisciplinarity and active didactics, and having, as a background, the fatalism of extinction, it can be affirmed that, often, the order of geoschool discourse was a mechanism at the service of the market economy.
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A ordem do discurso geoescolarBatista, Bruno Nunes January 2017 (has links)
Ao longo das últimas décadas, o ensino de Geografia vem orientando-se com maior ênfase por meio de diretrizes sinalizadas pelo construtivismo pedagógico e as pedagogias progressistas e psicológicas, cujas premissas partem de centrar no aluno a construção do conhecimento e partir do cotidiano e dos arredores escolares para que possa ser significativo o saber geográfico. No entanto, perguntar se o conjunto desses pressupostos foi sempre o mesmo, e como ele chegou a ser o que é, conduz-nos a realizar uma História do presente, ou seja, partir de uma problemática atual para compreender em que momento ela se tornou um problema. Esta tese aponta que o campo contemporâneo da Geografia escolar não é natural, tampouco neutro, nem esteve desde sempre aí. Para ser o que é, teve que passar por inúmeros processos que estabeleceram a ordem do discurso geoescolar. Criado nesta pesquisa, este conceito parte do princípio de que não se pode falar sobre o quiser no ensino de Geografia, nem qualquer um pode fazê-lo; é necessário seguir regras, normas e prescrições, que delimitam o certo e o errado, o verdadeiro e o falso e, portanto, dizem como a aula deve ser. O movimento investigativo aqui desenvolvido partiu dessas alavancas não para entender as ideias compartilhadas na didática geográfica, e sim as condições de possibilidade, relações de poder e saber, que a instituíram. Um trabalho arqueológico e genealógico; sobretudo, uma perspectiva de trabalho pós-estruturalista ancorada nas teorizações de Michel Foucault. Por intermédio da descrição de arquivos subjacentes ao ensino de Geografia na primeira metade do século XX, questionando de onde se fala, como se fala e quem fala sobre ensino de Geografia, identificamos um discurso capitaneado pelo que chamamos da tríade queda/resgate/redenção, isto é, um elevado número de textos sequenciados pela denúncia recorrente ao método tradicional de ensino e tudo que ele envolve; a celebração de um projeto renovador operacionalizado pela Pedagogia ativa e as psicologias escolares; um ideal de final de história, representando por uma nação evoluída, tecnologicamente desenvolvida e voltada para o constante progresso. No entanto, não bastou descrever a constituição da ordem do discurso geoescolar; fundamental também foi o entendimento das práticas de poder e saber que a moldaram. Com hegemonia, infiltrou-se nessa formação discursiva uma constelação maior de objetos e conceitos que, advindos da emergência da acumulação flexível do capital, alicerçavam-se na necessidade de maior investimento em capital humano, isto é, sujeitos flexíveis, individualistas e consumidores, para manter em funcionamento os jogos econômicos de inspiração neoliberal. Balizada pela pedagogia do interesse, a metodologia de projetos, a interdisciplinaridade e as didáticas ativas, e tendo, como pano de fundo, o fatalismo da extinção, pode-se afirmar que, muitas vezes, a ordem do discurso geoescolar foi um mecanismo a serviço da economia de mercado. / Over the last decades, Geography teaching has been guided with greater emphasis through directives signaled by pedagogical constructivism and progressive and psychological pedagogies, whose premises depart from focusing on the student the construction of knowledge and departing from everyday life and from the school surroundings so that geographic knowledge can be significant. However, to ask whether the set of these assumptions has always been the same, and how it came to be what it is, leads us to realize a history of the present, that is, starting from a current problematic to understand in which moment it has become a problem. This thesis points out that the contemporary area of school Geography is not natural, nor neutral, neither has it ever been there. To be what it is, it had to go through numerous processes that established the order of geoschool discourse. Created in this research, this concept assumes that you can not talk about what you want in Geography teaching, nor can anyone do it; it is necessary to follow rules, norms and prescriptions, which delimit right and wrong, true and false, and therefore say how the class should be. The investigative movement developed here was based on these levers not to understand the ideas shared in geographical didactics, but rather the conditions of possibility, relations of power and knowledge that instituted it. Archaeological and genealogical work; above all, a post-structuralism work perspective anchored in the theories of Michel Foucault. Through the description of the archives underlying to the teaching of Geography in the first half of the XX century, questioning from where it speaks, how it speaks and who speaks about Geography teaching, we identify a discourse headed by what we call the triad of fall / rescue / redemption, That is, a high number of texts sequenced by recurrent denunciation of the traditional method of teaching and all that it involves; The celebration of a renewal project operationalized by active pedagogy and school psychology; an end-of-history ideal, represented by an evolved nation, technologically developed and geared towards constant progress. However, it was not enough to describe the constitution of the order of geoschool discourse; fundamental was also the understanding of the practices of power and knowledge that shaped it. With hegemony, was infiltrated in this discursive formation, a greater constellation of objects and concepts that, stemming from the emergence of flexible capital accumulation, were based on the need for greater investment in human capital, that is, flexible, individualistic and consumers subjects, to keep economic games of neoliberal inspiration running. Bounded by pedagogy of interest, methodology of project, interdisciplinarity and active didactics, and having, as a background, the fatalism of extinction, it can be affirmed that, often, the order of geoschool discourse was a mechanism at the service of the market economy.
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