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Violência no pós-parto: outra face da violência contra mulherSILVA, Elisabete Pereira 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / A violência contra a mulher pelo parceiro íntimo, no período gravídico-puerperal, vem
recebendo uma crescente atenção dos pesquisadores, mas poucos estudos têm sido realizados
no pós-parto, especialmente no Brasil. O objetivo do presente estudo de coorte, realizado no
período de julho de 2005 a dezembro de 2006, foi estimar a prevalência, manutenção e
incidência de violência psicológica, física e sexual por parceiro íntimo, no pós-parto, e
analisar os fatores de risco associados em mulheres, cadastradas no Programa Saúde da
Família do Distrito Sanitário II da Cidade do Recife. A população do estudo, 960 mulheres foi
entrevistada, durante a gestação e o puerpério, com entrevistas realizadas face-a-face. A
análise dos dados foi feita a partir de um modelo teórico-conceitual hierarquizado. A
prevalência estimada para antes, durante e/ou depois da gestação foi de 47,4% e para os três
períodos isolados, foi de 32,4%, 31,0% e 22,6%, respectivamente. A manutenção foi de
15,4% e a incidência foi de 5,3%. No pós-parto, a violência psicológica foi mais prevalente
(42,0%), do que a física (28,7%) e a sexual (9,8%). Na análise multivariada, as variáveis que
se mantiveram com associação estatisticamente significante para prevalência de violência no
pós-parto foram: uso de drogas pelo parceiro (RP=1,3; IC 95%: 1,0-1,7), brigas entre o casal
(RP=2,1; IC 95%: 1,1-3,7), a mulher agredir fisicamente o parceiro (RP=1,4; IC 95%: 1,1-
1,8) e sofrer violência antes e/ou durante a gestação (RP=2,9; IC 95%: 2,0-4,1). Para a
manutenção de violência, foram: experiência da mulher de violência na infância (RP=1,5; IC
95%: 1,1-2,1), o uso de drogas pelo parceiro (RP=1,5; IC 95%: 1,1-2,0), brigas entre o casal
(RP=3,6; IC 95%: 1,5-9,1), comportamento controlador do parceiro (RP=2,5; IC 95%: 1,2-
5,2) e a mulher sofrer violência antes da gestação (RP=3,0; IC 95%: 2,0-4,7). E, para a
incidência de violência: baixa escolaridade (RR=2,6; IC 95%: 1,3-5,3) e renda da mulher
(RR=1,7; IC 95%: 1,0-2,8), brigas entre o casal (RR=2,5; IC 95%: 1,1-5,7) e a mulher agredir
fisicamente o parceiro (RR=1,9; IC 95%: 1,1-3,3). Considerando a magnitude, os fatores de
risco e o impacto da violência por parceiro íntimo no pós-parto, conclui-se que não se trata
apenas de um problema médico ou de saúde pública, mas, sim, de uma situação complexa e
multifatorial que impõe intervenções urgentes e adequadas
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