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Toponímia Afro-indígena do Vale do IpojucaSilva, Sivaldo Correia da 31 January 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014 / As pesquisas toponímicas têm sido de grande relevo na preservação de aspectos da cultura
local. Isto é possível graças ao caráter singular do topônimo que muitas vezes porta uma
superposição de camadas da história de uma região ao longo do continuum denominativo. Os
topônimos não são apenas uma referência imediata a determinado objeto, mas refletem a
visão de mundo do sujeito denominador em relação a aspectos físicos da paisagem natural ou
elementos da cultura e história do povo de uma dada região. É a partir destas duas principais
categorias que Dick (1990) propõe um modelo de classificação toponímica para a realidade
brasileira que introduz taxes para elementos motivadores da natureza física ou de ordem
antropocultural. Baseado no modelo de Dick, este trabalho objetiva identificar os principais
elementos motivadores presentes nos topônimos de possível origem indígena e africana ao
longo do Vale do Rio Ipojuca, com base em cartas do IBGE (2010) dos municípios de
Ipojuca, Escada, Chã Grande, Gravatá, Bezerros, Caruaru, São Caitano, Tacaimbó, Belo
Jardim, Sanharó, Pesqueira e Arcoverde. Dentre outros objetivos, este trabalho investiga
aspectos sócio-históricos das regiões da Mata e Agreste de Pernambuco que consideramos
relevantes na tentativa de elucidar os elementos motivadores na toponímia do vale do Rio
Ipojuca. Enfatizamos nossa abordagem histórica na perspectiva da formação dos primeiros
núcleos de povoamento, dos fluxos e fixação de povos de etnias indígenas e africanas e nos
elementos culturais que estes povos deixaram impressos na toponímia. Com relação à língua,
analisamos como se deram as influências lexicais destas línguas no português brasileiro, que
consequentemente teve reflexos na toponímia local. Analisaremos também quais foram os
processos fonológicos mais comuns pelos quais possivelmente passaram estes topônimos no
processo de adaptação para o português brasileiro. Foi encontrada na região uma
predominância de 70% de topônimos indígenas de origem tupi dentre topônimos indígenas,
africanos e de etimologia desconhecida. Os elementos motivadores predominantes são de
ordem física, com 52% de fitotopônimos e 33% de zootopônimos.
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