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Paralisia cerebral e transtorno do processamento sensorialFARIAS, Flávia Cabral de 31 January 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010 / Prefeitura da Cidade do Recife / Introdução: A paralisia cerebral é definida como uma desordem sensório-motora, mas
mesmo sabendo que os déficits sensoriais são tão limitantes quanto às desordens motoras, os
profissionais da reabilitação tendem a enfatizar apenas os déficits motores nas avaliações e
intervenções. Na prática clínica, crianças portadoras de paralisia cerebral do tipo diparética
espástica apresentam importante transtorno do processamento sensorial, demonstrando maior
dificuldade para planejar e executar os movimentos, o que repercute no seu desempenho
funcional. Diversos estudos destacam o transtorno do processamento sensorial nas crianças
com paralisia cerebral, porém poucos estudos mostram a associação entre esse transtorno e as
alterações do desempenho motor. Objetivo: Verificar se as crianças diparéticas espásticas
com maior grau de comprometimento do desempenho motor apresentam maior média de itens
alterados do processamento sensorial. Método: Foi realizado um estudo descritivo do tipo
série de casos, composto por 76 pacientes na faixa etária de 2 a 8 anos e 11 meses, portadores
de diparesia espástica, atendidos no período de janeiro a maio de 2009 nos setores da terapia
ocupacional, fisioterapia e hidroterapia da Associação de Assistência à Criança Deficiente
(AACD) em Recife, Pernambuco. Inicialmente, a identificação das crianças elegíveis foi feita
através de uma busca ativa nos prontuários. Em seguida as mães foram entrevistadas sobre os
aspectos sociodemográficos, biológicos, assistenciais e relacionados à estimulação da criança
e quando necessário para complementação destes dados a pesquisadora recorria aos
prontuários. As crianças foram avaliadas quanto ao transtorno do processamento sensorial
através de um roteiro elaborado para crianças com paralisia cerebral e em relação ao nível do
desempenho motor através do sistema de classificação da função motora grossa (GMFCS).
Resultados: Nas crianças com pior nível de desempenho motor a média de itens alterados do
processamento sensorial foi significante maior em relação aos sistemas proprioceptivo e
vestibular do tipo hiperresponsivo à gravidade e/ou movimento (p <0, 001 para ambos).
Dentre as variáveis biológicas analisadas, as que apresentaram médias mais elevadas de itens
alterados do processamento sensorial foram a faixa etária de 4 a 5 anos, o nascimento a termo
e um tempo de internamento hospitalar ao nascer menor ou igual há 30 dias. Nenhuma das
características socioeconômicas e demográficas dos cuidadores apresentaram associação
estatisticamente significante com este índice. Conclusão: A associação entre os transtornos
do processamento sensorial e as alterações do desempenho motor foi evidenciada nas crianças
com paralisia cerebral do tipo diparética espástica. Sendo assim, a identificação dos
transtornos do processamento sensorial dessas crianças favorecerá um melhor planejamento
da intervenção dos terapeutas ocupacionais, possibilitando maior adequação dos aspectos
sensoriais e consequentemente, melhor desempenho motor e nas habilidades funcionais das
crianças portadoras de paralisia cerebral
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