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A constituição do si-mesmo e o uso da mente em Winnicott: ressonâncias escolaresPereira, Marta Regina Alves 22 April 2014 (has links)
Este trabalho resulta de um estudo que teve por objetivos investigar em que medida falhas na constituição do si-mesmo podem interferir no uso que uma criança faz dos recursos de sua própria mente e verificar como essa condição pode afetar as relações da criança consigo mesma, com os outros e com as demandas escolares; estabelecer relações entre o amadurecimento emocional e as dificuldades de aprendizagem e aprofundar o estudo do desenvolvimento intelectual a partir da teoria do amadurecimento de D. W. Winnicott. Para tanto, buscaram-se na teoria do referido autor os conceitos que dizem respeito à constituição do si-mesmo e ao funcionamento da mente. Além disso, um caso clínico referente ao atendimento de uma criança com queixas escolares foi apresentado para ilustrar as discussões teóricas empreendidas. Relatos de conversas estabelecidas com os pais da criança e com duas de suas professoras e a análise de relatórios produzidos na escola frequentada por ela somaram-se a este estudo. A constituição do si-mesmo foi compreendida como um processo gradativo, que pode ou não acontecer, tendo como suporte a tendência inata à integração e a adaptação ambiental suficientemente boa. Uma discussão a respeito da importância do ambiente na sustentação das conquistas do processo de amadurecimento relacionadas à integração da instintualidade, da destrutividade pessoal, da capacidade para sentir culpa e buscar a reparação foi desenvolvida de modo a relacioná-las com a constituição do si-mesmo e o uso da mente. Evidenciou-se que falhas ambientais que dificultam a integração da instintualidade podem levar à formação de um falso si-mesmo patológico e interferir no uso das funções intelectuais de uma pessoa, podendo dar origem a dificuldades de aprendizagem. Nesse contexto, a impossibilidade de aprender relaciona-se a algum tipo de adoecimento psíquico, a uma imaturidade emocional como consequência de falhas no processo de amadurecimento. No caso da criança aqui apresentada, como em outros do mesmo tipo, os problemas de aprendizagem decorrem de falhas na constituição do si-mesmo. Crianças que não conseguem integrar a instintualidade como própria podem vir a temer o contato com seus impulsos destrutivos e encontrar dificuldades para brincar espontaneamente, para relacionarse com outras crianças da mesma idade e para aprender. Com o trabalho analítico pode-se dar início à integração da destrutividade pessoal e colocar em marcha o processo de amadurecimento, tornando a criança capaz de relacionar-se de modo espontâneo e pessoal com as demandas próprias da vida e sentir-se livre para usufruir e aprender com as experiências vividas / This paper is a result of a study that aimed to investigate the extent to which failures in the constitution of the self can interfere with the way a child uses the resources of her own mind and verify how this may affect the child\'s relationships with herself, with others and with school demands; to establish relationships between emotional maturity and learning difficulties. Therefore, concepts regarding the constitution of the self and the workings of the mind were sought out from Winnicotts theory. Furthermore, a clinical case regarding the care of a child who had school problems was presented to exemplify the theoretical discussions undertaken by this paper. Reports of conversations conducted with the child\'s parents and two of her teachers and analysis of reports from the school she attended were added to this study. The constitution of the self was understood as a gradual process, which may or may not occur, supported by the innate propensity to integration and the good environmental adaptation. A discussion regarding the importance of the environment in sustaining the achievements from the maturation related to the integration of instinctuality, personal destructiveness, the capacity to feel guilt and to seek to make amends was developed in order to relate them to the constitution of the self and the use of the mind. It became evident that environmental failures that impair the instinctuality can induce to the generation of a pathological false self and interfere with the use of a persons intellectual functions, what may lead to learning difficulties. In this context, the impossibility of learning is related to some type of mental illness, to an emotional immaturity as a result of failures in the maturation process. In the case of the child presented in this study, as in other similar cases, learning problems are resulting from flaws in the constitution of the self. Children who are not able to integrate the instinctuality as their own may come to fear the contact with their destructive impulses and find it difficult to play spontaneously, to establish relationships with other children their own age and also to learn. The analytic work enables the beginning of the integration of personal destructiveness and set in motion the maturation process, making the child able to establish relationships in a spontaneous and personal way with the demands of life and to feel free to enjoy the experiences she goes through and learn from them
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A constituição do si-mesmo e o uso da mente em Winnicott: ressonâncias escolaresMarta Regina Alves Pereira 22 April 2014 (has links)
Este trabalho resulta de um estudo que teve por objetivos investigar em que medida falhas na constituição do si-mesmo podem interferir no uso que uma criança faz dos recursos de sua própria mente e verificar como essa condição pode afetar as relações da criança consigo mesma, com os outros e com as demandas escolares; estabelecer relações entre o amadurecimento emocional e as dificuldades de aprendizagem e aprofundar o estudo do desenvolvimento intelectual a partir da teoria do amadurecimento de D. W. Winnicott. Para tanto, buscaram-se na teoria do referido autor os conceitos que dizem respeito à constituição do si-mesmo e ao funcionamento da mente. Além disso, um caso clínico referente ao atendimento de uma criança com queixas escolares foi apresentado para ilustrar as discussões teóricas empreendidas. Relatos de conversas estabelecidas com os pais da criança e com duas de suas professoras e a análise de relatórios produzidos na escola frequentada por ela somaram-se a este estudo. A constituição do si-mesmo foi compreendida como um processo gradativo, que pode ou não acontecer, tendo como suporte a tendência inata à integração e a adaptação ambiental suficientemente boa. Uma discussão a respeito da importância do ambiente na sustentação das conquistas do processo de amadurecimento relacionadas à integração da instintualidade, da destrutividade pessoal, da capacidade para sentir culpa e buscar a reparação foi desenvolvida de modo a relacioná-las com a constituição do si-mesmo e o uso da mente. Evidenciou-se que falhas ambientais que dificultam a integração da instintualidade podem levar à formação de um falso si-mesmo patológico e interferir no uso das funções intelectuais de uma pessoa, podendo dar origem a dificuldades de aprendizagem. Nesse contexto, a impossibilidade de aprender relaciona-se a algum tipo de adoecimento psíquico, a uma imaturidade emocional como consequência de falhas no processo de amadurecimento. No caso da criança aqui apresentada, como em outros do mesmo tipo, os problemas de aprendizagem decorrem de falhas na constituição do si-mesmo. Crianças que não conseguem integrar a instintualidade como própria podem vir a temer o contato com seus impulsos destrutivos e encontrar dificuldades para brincar espontaneamente, para relacionarse com outras crianças da mesma idade e para aprender. Com o trabalho analítico pode-se dar início à integração da destrutividade pessoal e colocar em marcha o processo de amadurecimento, tornando a criança capaz de relacionar-se de modo espontâneo e pessoal com as demandas próprias da vida e sentir-se livre para usufruir e aprender com as experiências vividas / This paper is a result of a study that aimed to investigate the extent to which failures in the constitution of the self can interfere with the way a child uses the resources of her own mind and verify how this may affect the child\'s relationships with herself, with others and with school demands; to establish relationships between emotional maturity and learning difficulties. Therefore, concepts regarding the constitution of the self and the workings of the mind were sought out from Winnicotts theory. Furthermore, a clinical case regarding the care of a child who had school problems was presented to exemplify the theoretical discussions undertaken by this paper. Reports of conversations conducted with the child\'s parents and two of her teachers and analysis of reports from the school she attended were added to this study. The constitution of the self was understood as a gradual process, which may or may not occur, supported by the innate propensity to integration and the good environmental adaptation. A discussion regarding the importance of the environment in sustaining the achievements from the maturation related to the integration of instinctuality, personal destructiveness, the capacity to feel guilt and to seek to make amends was developed in order to relate them to the constitution of the self and the use of the mind. It became evident that environmental failures that impair the instinctuality can induce to the generation of a pathological false self and interfere with the use of a persons intellectual functions, what may lead to learning difficulties. In this context, the impossibility of learning is related to some type of mental illness, to an emotional immaturity as a result of failures in the maturation process. In the case of the child presented in this study, as in other similar cases, learning problems are resulting from flaws in the constitution of the self. Children who are not able to integrate the instinctuality as their own may come to fear the contact with their destructive impulses and find it difficult to play spontaneously, to establish relationships with other children their own age and also to learn. The analytic work enables the beginning of the integration of personal destructiveness and set in motion the maturation process, making the child able to establish relationships in a spontaneous and personal way with the demands of life and to feel free to enjoy the experiences she goes through and learn from them
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