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Entre a Terra e o Asfalto: a região metropolitana de São Paulo no contexto da agricultura urbana / Between Land and Asphalt: the Metropolitan Region of São Paulo in the context of urban agriculture

Rostichelli, Michele 10 February 2014 (has links)
A prática da agricultura é uma atividade que ganha cada vez mais visibilidade no espaço urbano. Entretanto, entendemos que nem todo cultivo em terra pode ser entendido como agricultura urbana. Os cultivos em pequenos recipientes ou em terraços mesmo que dentro do espaço urbano não é agricultura urbana. A prática da agricultura urbana envolve uma diversidade de sujeitos e um conjunto de técnicas para cultivar alimentos. Os alimentos que estes agricultores produzem são para venda e para o autoconsumo, mas todos consomem o que produzem. Nos municípios da Região do Grande ABC e em São Mateus, os agricultores urbanos são migrantes de outras Unidades Federativas e tem sua origem no espaço rural. São filhos de parceiros, trabalhadores do campo, sitiantes, motivo pelo qual ao irem para os grandes centros urbanos, tentaram reproduzir parte daquela vida que tinham. Além da necessidade econômica, para eles, há certa importância em produzir seu próprio alimento. Nas experiências de agricultura urbana, podemos encontrar experiências fomentadas pelos governos e por agências internacionais, bem como experiências autônomas que mesclam a questão política com a produção de alimentos. As primeiras, geralmente são fomentadas pelos próprios governos que tentam responder à pobreza e à fome incentivando a agricultura urbana dentro da perspectiva de segurança alimentar. No Brasil, o Programa Fome Zero, que tem em um de seus eixos o Programa de Agricultura e Hortas Urbanas, foi criado justamente com o objetivo de eliminar a pobreza. Entretanto, sabemos que o problema da fome é estrutural e programas como este não incluem mudança na estrutura, e não pretendem transformar a realidade, mas sim, mantê-la. As experiências autônomas são práticas que buscam relativa autonomia frente ao Estado e ao Mercado ao buscarem um modo de vida mais comunitário. Nestas diferenças, a prática da agricultura urbana aparece como local que aglomera pessoas e que, portanto, pode se tornar o local de (re)criação de laços mais comunitários e solidários. / The practice of agriculture is a new activity that gets more and more visibility in the urban space. However, not every planting can be understood as urban agriculture. Planting in small recipients or in the frontyard even inside the urban space isn\'t urban agriculture. The practice of urban agriculture involves a diversity of people and a set of techniques used on the land to plant food. The food is produced for selling and for selfconsume, but all of them consumes what they produce. In some cities in the Great ABC Region and in São Mateus, the urban agriculturists are migrant people from other National Units and whose origin is the rural space. They are partner\'s children, rural workers, small rural land owners. That\'s why by going to the great urban centers, they tried to reproduce part of that life they had before. For them, besides the economic need, there is certain importance on producing their own food. Among the urban agriculture experiences, we can find some of them supported by the government and international agencies, and also autonomous experiences that mix the political issues with the production of food. The political issues are usually supported by the same government that responds to poverty and hunger by supporting the urban agriculture in the perspective of food safety. In Brazil, the Programa Fome Zero (Zero Hunger Program) has a branch called Programa de Agricultura e Hortas Urbanas (Program of Agriculture and Urban Gardens) that was created with the only objective of eliminating poverty. However, we know that the problem of hunger is structural and programs like that are not supposed to change the structure, they don\'t intend to transform the reality into something new, on the contrary, they want to keep it the way it is. The autonomous experiences are some practices that seek relative autonomy from the State and Market by seeking a more communitarian lifestyle. In those differences, the practice of urban agriculture is shown as a place that gathers people and because of that, it can become a place for (re)creating more communitarian and solidary relations.
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Entre a Terra e o Asfalto: a região metropolitana de São Paulo no contexto da agricultura urbana / Between Land and Asphalt: the Metropolitan Region of São Paulo in the context of urban agriculture

Michele Rostichelli 10 February 2014 (has links)
A prática da agricultura é uma atividade que ganha cada vez mais visibilidade no espaço urbano. Entretanto, entendemos que nem todo cultivo em terra pode ser entendido como agricultura urbana. Os cultivos em pequenos recipientes ou em terraços mesmo que dentro do espaço urbano não é agricultura urbana. A prática da agricultura urbana envolve uma diversidade de sujeitos e um conjunto de técnicas para cultivar alimentos. Os alimentos que estes agricultores produzem são para venda e para o autoconsumo, mas todos consomem o que produzem. Nos municípios da Região do Grande ABC e em São Mateus, os agricultores urbanos são migrantes de outras Unidades Federativas e tem sua origem no espaço rural. São filhos de parceiros, trabalhadores do campo, sitiantes, motivo pelo qual ao irem para os grandes centros urbanos, tentaram reproduzir parte daquela vida que tinham. Além da necessidade econômica, para eles, há certa importância em produzir seu próprio alimento. Nas experiências de agricultura urbana, podemos encontrar experiências fomentadas pelos governos e por agências internacionais, bem como experiências autônomas que mesclam a questão política com a produção de alimentos. As primeiras, geralmente são fomentadas pelos próprios governos que tentam responder à pobreza e à fome incentivando a agricultura urbana dentro da perspectiva de segurança alimentar. No Brasil, o Programa Fome Zero, que tem em um de seus eixos o Programa de Agricultura e Hortas Urbanas, foi criado justamente com o objetivo de eliminar a pobreza. Entretanto, sabemos que o problema da fome é estrutural e programas como este não incluem mudança na estrutura, e não pretendem transformar a realidade, mas sim, mantê-la. As experiências autônomas são práticas que buscam relativa autonomia frente ao Estado e ao Mercado ao buscarem um modo de vida mais comunitário. Nestas diferenças, a prática da agricultura urbana aparece como local que aglomera pessoas e que, portanto, pode se tornar o local de (re)criação de laços mais comunitários e solidários. / The practice of agriculture is a new activity that gets more and more visibility in the urban space. However, not every planting can be understood as urban agriculture. Planting in small recipients or in the frontyard even inside the urban space isn\'t urban agriculture. The practice of urban agriculture involves a diversity of people and a set of techniques used on the land to plant food. The food is produced for selling and for selfconsume, but all of them consumes what they produce. In some cities in the Great ABC Region and in São Mateus, the urban agriculturists are migrant people from other National Units and whose origin is the rural space. They are partner\'s children, rural workers, small rural land owners. That\'s why by going to the great urban centers, they tried to reproduce part of that life they had before. For them, besides the economic need, there is certain importance on producing their own food. Among the urban agriculture experiences, we can find some of them supported by the government and international agencies, and also autonomous experiences that mix the political issues with the production of food. The political issues are usually supported by the same government that responds to poverty and hunger by supporting the urban agriculture in the perspective of food safety. In Brazil, the Programa Fome Zero (Zero Hunger Program) has a branch called Programa de Agricultura e Hortas Urbanas (Program of Agriculture and Urban Gardens) that was created with the only objective of eliminating poverty. However, we know that the problem of hunger is structural and programs like that are not supposed to change the structure, they don\'t intend to transform the reality into something new, on the contrary, they want to keep it the way it is. The autonomous experiences are some practices that seek relative autonomy from the State and Market by seeking a more communitarian lifestyle. In those differences, the practice of urban agriculture is shown as a place that gathers people and because of that, it can become a place for (re)creating more communitarian and solidary relations.

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