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História da química e ensino : uma proposta para a sala de aula a partir da teoria vital e da síntese da ureiaSilva, Ana Carla de Sousa January 2018 (has links)
Orientador: Prof. Dr. Breno Arsioli Moura / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Ensino, História, Filosofia das Ciências e Matemática, Santo André, 2018. / O presente trabalho tem como objetivo explorar a contribuição do uso da História da Ciência como recurso pedagógico para a discussão de aspectos da Natureza da Ciência (NdC), por meio de dois episódios da História da Química: a teoria vital (vitalismo) e a síntese da ureia.
O pensamento vitalístico pode ser encontrado desde o tempo dos gregos e postula que a vida não é meramente resultado de forças físicas e químicas, mas que estas são guiadas por meio de uma força vital intrínseca à própria vida. Algumas narrativas sugerem que, durante o século XIX, um grande debate surgiu quando Friedrich Wöhler (1800-1882) sintetizou a ureia, até então considerada uma substância orgânica, que só poderia ser produzida a partir de organismos vivos. Essa descoberta, feita no ano de 1828, tornou-se mais uma anedota que propaga a ideia de descobertas geniais da ciência, em que apenas uma pessoa foi responsável por todo o desenvolvimento de determinado conhecimento. Isso vem sendo perpetuado nas salas de aula que geralmente reproduzem uma versão simplificada e inadequada da História da Ciência. Problematizamos esses episódios no Ensino Médio por meio de uma adaptação da Abordagem Multicontextual da História da Ciência (AMHIC). A AMHIC foi originalmente desenvolvida para um contexto de formação de professores. Ao adaptar sua estrutura principal, foi possível inserir conteúdos históricos de forma contextualizada também no Ensino Médio. A proposta de ensino foi aplicada em uma turma de terceiro ano de uma escola pública no município de São Caetano do Sul. As atividades propiciaram discussões sobre o desenvolvimento da Química Orgânica, do conceito de isomeria e de aspectos da Natureza da Ciência (NdC). Após a intervenção, a análise dos dados nos permitiu concluir que os alunos atuaram ativamente no processo de ensino aprendizagem, se apropriaram dos conceitos de NdC de forma a se expressar por meio de uma visão menos ingênua da Ciência, além de terem aprimorado habilidades em relação à leitura e à escrita. / The purpose of this research is to explore the role of the History of Science as a pedagogic resource for the discussion of NOS, from the study of two episodes of History of Chemistry: the vital theory (vitalism) and the urea synthesis.
Vitalistic thinking can be found since the time of the Greeks and claims that life is not merely the result of physical and chemical forces, but that they are ruled by a vital force intrinsic to life itself. Some narratives propose that during the nineteenth-century, an intense debate arose when Friedrich Wöhler (1800-1882) synthesized urea, until then a substance considered to be organic and that could only be produced from living organisms. This discovery, made in 1828, became another anecdote that propagates the idea of miraculous discoveries of science, in which only one person was responsible for the whole development of certain knowledge. This idea has been perpetuated in classrooms and textbooks, which generally reproduce a simplified and inadequate version of the History of Science.
We problematized these episodes in classroom situations by adapting the Multicontextual Approach of History of Science (MCAHS). MCAHS was originally developed to be used in teacher education. By adapting its main structure, we used the idea of contextual teaching to introduce historical content also in high school classes. The teaching proposal was applied in a third grade of High School a public school in the city of São Caetano do Sul. The activities provided discussions on the development of Organic Chemistry, the concept of isomerism and aspects of the Nature of Science (NOS). After the intervention, the analysis of the data allowed us to conclude that the students had an active role in the learning process, appropriated the concepts of NOS in order to express themselves through a less naive view of Science, in addition to having improved skills in reading and writing.
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