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Estudos sobre o psicoativo N,N-dimetiltriptamina (DMT) em Mimosa tenuiflora (Willd.) Poiret e em bebidas consumidas em contexto religiosoGaujac, Alain January 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013 / CNPq / N,N-dimetiltriptamina ou DMT é um alcaloide indólico com acentuada ação psicoativa,
presente em bebidas vegetais de origem indígena, como o vinho da jurema e a
ayahuasca. Esses preparos vegetais são consumidos em rituais religiosos sincréticos
criados no Brasil no início do século 20, hoje dispersos e em contínua expansão por
todo o mundo. As bebidas são também utilizadas como droga de abuso, no contexto
recreativo, principalmente, graças à fácil disponibilidade das fontes vegetais utilizadas
nos seus preparos, oferecida pelo comércio virtual. Neste trabalho, foi proposto um
estudo de caracterização do DMT, isolado e purificado a partir das cascas da M.
tenuiflora (jurema-preta), envolvendo metodologias instrumentais de análise como
ressonância magnética nuclear de hidrogênio e carbono (RMN de
1H e
13C),
espectroscopia na região do infravermelho (IR) e espectrometria de massas (MS). O
nível de pureza do padrão foi determinado por absorção no ultravioleta (UV), utilizando
um padrão de triptamina. Na execução dos trabalhos iniciais, percebeu-se a
possibilidade de existência de polimorfismo para o DMT, fato comprovado através de
técnicas de análise calorimétrica (DSC) e difração de Raios X. A partir do padrão
analítico desenvolvido, foram propostos dois métodos para a determinação de DMT em
matrizes vegetais e nas bebidas utilizadas, como sacramento, em rituais religiosos de
origem brasileira, ambos otimizados por meio de técnicas multivariadas. O método
MSPD/GC-MS desenvolvido para a quantificação de DMT nas cascas de M. tenuiflora
foi devidamente validado, apresentando excelentes figuras de mérito. Apresentou boa
linearidade (r = 0,9962) e repetibilidade (CV < 7,4%), com limite de detecção de 0,12
mg g-1. Foram analisadas 24 amostras de cascas, nas quais se verificou a presença de
DMT, em níveis de concentração entre 1,26 e 9,35 mg g-1. O segundo método, descreve
os procedimentos para a determinação de DMT nas bebidas rituais, por HS-SPME/GC-
MS. Foi realizado amplo estudo de validação. Boa precisão (CV < 8,6%) e excelente
exatidão, com recuperações entre 71–109%. Os limites de detecção e quantificação
foram 0,78 e 9,5 mg L-1, respectivamente, além de boa linearidade (1,56–300 mg L-1, r2
= 0,9975). A análise do efeito na resposta analítica, causado por pequenas variações nos
parâmetros otimizados, revelou excelente robustez. O método validado foi aplicado na
análise de amostras reais de ayahuasca (7) e vinho da jurema (5). Todas as amostras
foram diluídas para análise. Verificou-se grande variabilidade entre as concentrações de
DMT nas bebidas. Nas amostras de vinho da jurema, os níveis de DMT estiveram entre
0,1 e 1,81 g L-1. Nas amostras de ayahuasca, concentrações entre 0,17 e 1,14 g L-1. A
análise de outras cinco amostras de vinho da jurema, preparadas em laboratório por
diferentes procedimentos, e diluídas para os ensaios, revelou que o aquecimento não
tem grande significância na quantidade de DMT extraído da planta, sendo mais
importantes o baixo pH do líquido extrativo e a presença de etanol. / Salvador
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