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Violência institucional contra a pessoa idosa: a contradição de quem cuida / Institutional abuse of older persons: the contradiction of those who care

Berzins, Marilia Anselma Viana da Silva 10 March 2009 (has links)
Pessoas idosas são vítimas de diversas formas de violência. Esta pesquisa qualitativa, fundamentada no referencial teórico da gerontologia e na perspectiva interpretativa, estuda a velhice e a violência institucional contra pessoas idosas a partir da interpretação do conteúdo das entrevistas de 16 profissionais que trabalham no setor da emergência de um hospital público da cidade de São Paulo. Os dados foram obtidos através de entrevistas semiestruturadas, feitas a informantes selecionados de diferentes categorias profissionais. O conteúdo das entrevistas foi dividido em duas macrocategorias: velhice e violência institucional. Os profissionais entrevistados associaram velhice à fragilidade, doença, dependência e feiura. Quanto à violência institucional, o termo era inicialmente desconhecido pelos sujeitos. Ao tomarem conhecimento da definição oficial do termo, os sujeitos informaram que este tipo de violência ocorre no serviço pesquisado e que as pessoas idosas são mais vulneráveis à sua ocorrência. Os profissionais declararam que as pessoas idosas são vítimas das diversas formas de violência institucional manifestadas nas subcategorias peregrinação, falta de escuta da clientela, frieza, rispidez, falta de atenção, negligência, maus-tratos, além de outras formas de violência. O grupo de profissionais não se reconhece como agente de violência institucional, transferindo a ação violenta para a alteridade: em primeiro lugar, os próprios colegas de trabalho, e de forma genérica, para a organização do sistema de trabalho. A violência institucional é infligida a todos os usuários, independentemente da idade. Entretanto, os profissionais de saúde apontam para uma maior vulnerabilidade das pessoas idosas, apoiados no conceito e entendimento que eles têm de velhice. Assim, a pesquisa aponta para a necessidade de reconstrução cultural do conceito de velhice pelos profissionais de saúde de forma a favorecer um cuidado mais humanizado. / Elderly people are victims of several forms of violence. This qualitative research, based on the theoretical references of gerontology and on the interpretative perspective, studies old age and institutional violence against older persons from the interpretation of the contents of 16 interviews with professionals who work in the Emergency Room of a public hospital in São Paulo city. Data was sourced through semi-structured interviews to individuals selected from different professional categories. The content of the interviews was divided in two macro categories, old age and institutional violence. The respondents linked old age to frailty, sickness, dependence and ugliness. As for the institutional violence, this terminology was first unknown to them, but as soon they learned its official definition, the respondents informed that this kind of violence happens in that site and that the elderly people are more vulnerable to it. The professionals declared that older persons are victims of many forms of institutional violence that are shown in the subcategories peregrination, lack of listening attitude to the clients, indifference, rudeness, lack of attention, neglect, maltreatment, among other forms of violence. The group of hospital professionals cannot see themselves as institutional violence agents and they transfer the violent action to alterity: firstly, to their own co-workers, and broadly, to the work organization. Institutional violence is inflicted to all users, regardless their age. However, health professionals point out that older persons are more vulnerable to it, supported on the concept and understanding they have about old age. Therefore, the research indicates the need of cultural reconstruction of the concept of old age by health professionals aiming to a more humanized care.
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Violência institucional contra a pessoa idosa: a contradição de quem cuida / Institutional abuse of older persons: the contradiction of those who care

Marilia Anselma Viana da Silva Berzins 10 March 2009 (has links)
Pessoas idosas são vítimas de diversas formas de violência. Esta pesquisa qualitativa, fundamentada no referencial teórico da gerontologia e na perspectiva interpretativa, estuda a velhice e a violência institucional contra pessoas idosas a partir da interpretação do conteúdo das entrevistas de 16 profissionais que trabalham no setor da emergência de um hospital público da cidade de São Paulo. Os dados foram obtidos através de entrevistas semiestruturadas, feitas a informantes selecionados de diferentes categorias profissionais. O conteúdo das entrevistas foi dividido em duas macrocategorias: velhice e violência institucional. Os profissionais entrevistados associaram velhice à fragilidade, doença, dependência e feiura. Quanto à violência institucional, o termo era inicialmente desconhecido pelos sujeitos. Ao tomarem conhecimento da definição oficial do termo, os sujeitos informaram que este tipo de violência ocorre no serviço pesquisado e que as pessoas idosas são mais vulneráveis à sua ocorrência. Os profissionais declararam que as pessoas idosas são vítimas das diversas formas de violência institucional manifestadas nas subcategorias peregrinação, falta de escuta da clientela, frieza, rispidez, falta de atenção, negligência, maus-tratos, além de outras formas de violência. O grupo de profissionais não se reconhece como agente de violência institucional, transferindo a ação violenta para a alteridade: em primeiro lugar, os próprios colegas de trabalho, e de forma genérica, para a organização do sistema de trabalho. A violência institucional é infligida a todos os usuários, independentemente da idade. Entretanto, os profissionais de saúde apontam para uma maior vulnerabilidade das pessoas idosas, apoiados no conceito e entendimento que eles têm de velhice. Assim, a pesquisa aponta para a necessidade de reconstrução cultural do conceito de velhice pelos profissionais de saúde de forma a favorecer um cuidado mais humanizado. / Elderly people are victims of several forms of violence. This qualitative research, based on the theoretical references of gerontology and on the interpretative perspective, studies old age and institutional violence against older persons from the interpretation of the contents of 16 interviews with professionals who work in the Emergency Room of a public hospital in São Paulo city. Data was sourced through semi-structured interviews to individuals selected from different professional categories. The content of the interviews was divided in two macro categories, old age and institutional violence. The respondents linked old age to frailty, sickness, dependence and ugliness. As for the institutional violence, this terminology was first unknown to them, but as soon they learned its official definition, the respondents informed that this kind of violence happens in that site and that the elderly people are more vulnerable to it. The professionals declared that older persons are victims of many forms of institutional violence that are shown in the subcategories peregrination, lack of listening attitude to the clients, indifference, rudeness, lack of attention, neglect, maltreatment, among other forms of violence. The group of hospital professionals cannot see themselves as institutional violence agents and they transfer the violent action to alterity: firstly, to their own co-workers, and broadly, to the work organization. Institutional violence is inflicted to all users, regardless their age. However, health professionals point out that older persons are more vulnerable to it, supported on the concept and understanding they have about old age. Therefore, the research indicates the need of cultural reconstruction of the concept of old age by health professionals aiming to a more humanized care.

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