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A Conjugalidade em Recém-Casados pela Análise Societal das Representações Sociais de Willem DoiseTORRES, J. P. 26 May 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-05-26 / A presente pesquisa se propôs a estudar a conjugalidade em recém-casados buscando compreender de que maneira as mudanças sociais interferem o início da conjugalidade. Utilizou-se como base a Teoria das Representações Sociais (TRS), que constitui um modelo teórico para compreensão e explicação da construção do conhecimento leigo. Dentro da TRS, enfatizou-se a abordagem Societal de Willem Doise, que propõe estudar o fenômeno a partir de quatro níveis de análise: intraindividuais; interindividuais e situacionais; intergrupais e societal. Participaram da pesquisa dez casais de classe média, selecionados a partir dos seguintes critérios: deveriam ter no máximo quatro anos de união civil registrada em cartório - sendo esta a primeira de ambos (1); não deveriam ter filhos (2) e deveriam ter morado com os pais antes do casamento (3). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas que tiveram duração de 13 a 51 minutos e foram gravadas em áudio com o consentimento dos participantes. Os resultados indicam que a conjugalidade atual é permeada tanto pelas antigas quanto pelas novas representações sociais, podendo coexistir na dinâmica marital. Vale ressaltar que um mesmo elemento de representação apresentou significados diferentes para homens e mulheres. Na análise intraindividual foram identificados os elementos mudança de status e influência familiar surgidos no convívio, até então, inédito. Nas análises interindividual e situacional destacou-se o elemento busca pela boa convivência, ou seja, verifica-se que diante dos desafios da conjugalidade os casais buscam o equilíbrio recuperando e balanceando os aspectos positivos da relação, visando a manutenção satisfatória do casamento. Na análise intergrupal foram identificadas diferentes direções de influência das representações sociais na forma com que os casais representam o casamento em relação à família e às redes sociais. Quanto ao trabalho, notou-se que os casais já traziam representações que influenciam a forma como lidam com ele. Por fim, em relação aos amigos foram observados dois vieses: a forma como representam o casamento e os amigos solteiros. A análise societal possibilitou compreender as representações sociais identificadas nos três níveis de análise por meio da identificação de dois metas-sistemas (Doise, 2014). Foram eles: os padrões tradicionais, representados pelos papéis a serem desempenhados por homens e mulheres; e, em sentido contrário, os padrões emergentes, quebrando as fronteiras dos papéis exercidos e promovendo a busca da igualdade na relação no nível profissional, no cuidado com os filhos e com a casa, dentre outros. As representações sociais da conjugalidade apresentaram também elementos que caracterizam a afetividade positiva e a vontade dos casais na construção da vida em conjunto, seja no sentido da partilha do investimento na vida profissional, em busca de um padrão de vida melhor, seja no lazer e na perspectiva de dar boas condições aos filhos que pretendem ter. O desafio dos casais consiste em equilibrar as conquistas em meio aos diversos elementos que interferem na conjugalidade e promover os esforços necessários à conquista dessas metas.
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