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Efeito Neuroprotetor da N - acetilcisteína sobre a neuropatia alcoólica induzida experimentalmente em ratosHÖSCH, Natália Gabriele 27 February 2015 (has links)
A ingestão crônica de etanol é capaz de gerar lesões no sistema nervoso periférico que podem
ocasionar uma neuropatia periférica dolorosa. A neuropatia alcoólica é caracterizada pela dor
em queimação espontânea, hiperalgesia e alodinia. Evidências apoiam a ideia de que o estresse
oxidativo pode ser o gatilho bioquímico para o desenvolvimento da neuropatia alcoólica, visto
que, o etanol tem a capacidade de aumentar esse estresse através da formação de espécies
reativas do oxigênio, danificar estruturas bioquímicas e de esgotar as reservas de antioxidantes
endógenos. A N – acetilcisteína (NAC) é um antioxidante e exerce esta função por servir como
substrato da biossíntese da glutationa e ao capturar espécies reativas do oxigênio. Portanto, o
objetivo deste estudo foi investigar a ação protetora da NAC na neuropatia alcoólica induzida.
Foram utilizados ratos Wistar divididos em 4 grupos experimentais (grupo Controle, grupo
Etanol, grupo NAC + Etanol e grupo NAC) contendo uma média de 10 animais por grupo. Os
grupos foram tratados por 10 semanas e os testes nociceptivos, Randall Selitto (hiperalgesia
mecânica), Tail Flick (hiperalgesia térmica) e von Frey eletrônico (alodinia), foram realizados
no dia 0 (antes do tratamento), quarta, sexta, oitava e décimas semanas. O teste Rota – rod
também foi utilizado para avaliar o equilíbrio e coordenação motora dos animais, este teste foi
realizado no dia 0 e na 10ª semana de tratamento. Além dos testes comportamentais, na 10ª
semana de tratamento realizou – se imunofluorêscencia para investigar a expressão de c – Fos
em áreas cerebrais que estão relacionadas com a nocicepção (Núcleo Paraventricular
hipotalâmico (PVN), núcleo Dorsal da Rafe (NDR) e Substância Cinzenta Periaquedutal
(PAG)). Os resultados mostraram que os animais tratados com etanol apresentaram uma
diminuição significativa no limiar nociceptivo, como foi evidenciado a partir da diminuição do
tempo de latência no teste Tail Flick e da diminuição do limiar de retirada de pata no teste
Randall Selitto e von Frey eletrônico em relação à média basal (dia 0). O tratamento com NAC
durante 10 semanas, por sua vez, foi capaz de manter elevado o limiar nociceptivo térmico no
teste Tail Flick e manteve elevado também o limiar nociceptivo mecânico no teste Randall
Selitto e von Frey eletrônico em relação ao grupo Etanol. Uma diminuição na latência de queda
no teste Rota – rod foi observada no grupo Etanol após 10 semanas de tratamento em relação
ao dia 0. No entanto, o tratamento com NAC foi capaz de manter elevado a latência de queda
em relação ao grupo que só recebeu etanol. Para a imunofluorêscencia, os animais tratados com
etanol e que não receberam NAC apresentaram um aumento significativo do número de
neurônios imunorreativos a c-Fos no NDR, PVN e PAG em comparação aos animais controle.
Já o tratamento com NAC preveniu este aumento induzido pelo Etanol. Desta forma, esses
resultados sugerem que a NAC exerce uma ação antinociceptiva e neuroprotetora na neuropatia
alcoólica. / Chronic alcohol consumption produces a painful peripheral neuropathy which is characterized
by spontaneous burning pain, hyperalgesia and allodynia. Scientific evidences support
oxidative stress as the biochemical trigger for the development of alcoholic neuropathy, since
alcohol consumption increases the amounts of free radicals and damage biochemical structures,
in addition to deplete endogenous antioxidant reserves. N - acetylcysteine (NAC) is an
antioxidant agent that facilitates the biosynthesis of glutathione and capture reactive oxygen
species. Therefore, the aim of this study was to investigate the protective effect of NAC on
induced alcoholic neuropathy. Wistar rats were divided into 4 experimental groups (Control
group, Ethanol group, NAC + Ethanol group and NAC group) containing an average of 10
animals each group. Nociceptive tests, Randall Selitto (mechanical hyperalgesia), Tail flick
(thermal hyperalgesia) and electronic von Frey (allodynia) were performed at the day called 0
(before treatment) and at the fourth, sixth, eighth and tenth weeks. Rota-rod test was also
performed to assess the balance and motor coordination of the animals, at day zero and at the
tenth week. Immunofluorescence investigated the expression of c - Fos at brain areas associated
with nociception (Paraventricular Nucleus of Hypothalamus (PVN), Dorsal Raphe Nuclei
(DRN) and Periaqueductal Gray (PAG)). Results showed that Ethanol group showed a
significant decrease in the nociceptive threshold, as evidenced from the reduced latency time in
Tail flick test and decreased paw withdrawal threshold in Randall Sellito test and electronic von
Frey compared to the mean baseline (day 0). NAC + Ethanol group at 10th week, in turn,
maintained a high thermal nociceptive threshold at Tail flick test and also retained high
mechanical nociceptive threshold at Randall Selitto and electronic von Frey relative to Ethanol
group. A decrease in the falling latency at Rota-rod test was observed in the ethanol group after
10 weeks of treatment compared to day 0. However, NAC + Ethanol group kept the high values
of falling latency compared to Ethanol group. Immunofluorescence tests showed, for Ethanol
group, a significant increase in the number of immunoreactive neurons for c-Fos in DRN, PVN
and PAG if compared to Control group. Once again, NAC prevented the increase induced by
ethanol. Thus, these results suggest that NAC exerts a neuroprotective and an antinociceptive
effect in alcoholic neuropathy. / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES
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