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Efeito da Separação Maternal Sobre a Impulsividade, Consumo Voluntário de Etanol e Expressão de Componentes do Sistema Endocanabinóide e Dopaminérgico em Córtex Pré-frontal e Hipocampo: Influência do Consumo de Etanol em Binge na Adolescência

Mata, M.J. 16 September 2016 (has links)
Made available in DSpace on 2018-08-01T22:57:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_10292_023 - Dissertaçao Martielo JM.pdf: 1311723 bytes, checksum: 8223313b6c1add75c41e1d4e814174d0 (MD5) Previous issue date: 2016-09-16 / A separação maternal tem sido um modelo animal amplamente utilizado, para mimetizar eventos estressores no período neonatal, podendo levar ao desenvolvimento de déficits cognitivos e ao abuso de substâncias, como o etanol. Essa substância representa um potencial risco a saúde por se tratar de uma bebida muito consumida por jovens e adolescentes, principalmente, em binge, um consumo pesado episódico de etanol. Este é capaz de provocar alterações comportamentais e em sistemas de neurotransmissores, como o dopaminérgico e o endocanabinóide. Neste estudo, nós buscamos avaliar a influência do consumo de álcool em binge por ratos adolescentes submetidos à separação maternal sobre o aprendizado, a impulsividade e o consumo voluntário de etanol na vida adulta, bem como investigar os efeitos desses tratamentos sobre o sistema endocanabinóide e dopaminérgico. Para isso, ratos Wistar machos foram separados ou não de suas mães dos dias pós-natal 2-15, por 3 horas diárias. Os animais não separados foram mantidos sob condições padrões de biotério. No 35º dia de vida, os animais foram divididos em grupos para o tratamento agudo ou crônico. Ambos os grupos foram novamente divididos em 3 subgrupos, que receberam veículo (salina) ou etanol em doses de 3,0 ou 6,0 g/kg, por gavagem. O etanol foi administrado por três dias consecutivos (binge agudo) ou uma vez por dia, dois dias consecutivos, intercaladas por dois dias sem etanol, perfazendo um total de 10 doses (binge crônico). No final deste procedimento, os animais foram submetidos aos testes comportamentais de aprendizado e impulsividade, ambos utilizando um Labirinto em T, ao teste de consumo voluntário de etanol, ou eutanasiados para obtenção das estruturas córtex pré-frontal e hipocampo. A expressão de mRNA dos componentes do sistema endocanabinóide: receptor CB1, e as enzimas: monoacilglicerol lipase, amida hidrolase de ácidos graxos, N-acilfosfatidiletanolamina especifica fosfolipase D e diacilglicerol lipase, foi avaliada em ambas as estruturas, e os receptores dopaminérgicos D1, D2 e a enzima tirosina hidroxilase foram avaliados apenas no córtex pré-frontal. Nós observamos que separação maternal aumentou o comportamento de impulsividade e o consumo voluntário de etanol, e o consumo de etanol na adolescência prejudicou a memória de curta duração, parecendo previnir as demais alterações comportamentais geradas pela separação maternal. No córtex pré-frontal a separação maternal e o etanol alteraram o sistema dopaminérgico com redução da expressão de mRNA de D1 e aumento da tirosina hidroxilase, e parecem gerar um aumento das enzimas de síntese de endocanabinóides, N-acilfosfatidiletanolamina especifica fosfolipase D e diacilglicerol lipase. No hipocampo no grupo submetido a ambos os tratamentos houve uma redução da expressão de mRNA de CB1 e da enzima N-acilfosfatidiletanolamina especifica fosfolipase D, e um aumento da expressão da diacilglicerol lipase. Em conclusão, tanto a separação maternal quanto o etanol, foram capazes de provocar alterações comportamentais e nos sistemas endocanabinóide e dopaminérgico, e a separação maternal modifica a resposta aos efeitos do etanol.

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