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Um estudo sobre a segmentação não-convencional de palavras em escritores iniciantes: comparando a escrita de palavras, frases e textos por adultos e crianças em processo de alfabetizaçãoSANTOS, Marcelle Pereira de Lima Barbosa dos 31 January 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013 / O processo de aquisição da linguagem escrita não está apenas atrelado ao conhecimento do sistema alfabético de escrita, mas também ao conhecimento sintático e morfológico que o escritor tem a respeito do sistema de representação da linguagem escrita, de maneira que um enunciado verbal pode ser segmentado. Grande parte dos estudos sobre a segmentação de palavras foi realizada com crianças, examinando a ocorrência de duas formas de segmentação não-convencionais: a hipossegmentação (junturas vocabulares) e a hipersegmentação (separação de segmentos das palavras). Os estudos têm sido realizados com crianças em idade regular quanto ao processo de alfabetização, pouco se sabendo a respeito de como jovens e adultos com escolaridade tardia (como é o caso de estudantes do programa de educação de jovens e adultos (EJA) segmentam. Diante disso, é importantes saber se a natureza das segmentações não-convencionais observadas na literatura com escritores iniciantes, crianças, no caso, também seria observada entre escritores iniciantes adultos ou se haveria diferenças entre adultos e crianças quanto à segmentação não-convencional de palavras. Outro aspecto a investigar em relação a esses dois grupos de indivíduos é se a segmentação das palavras seria de mesma natureza, caso a tarefa envolvesse ditado de unidades linguísticas distintas, com palavras/segmentos isoladas e em frases, e a escrita de textos. Nota-se uma lacuna no que diz respeito à investigação deste fenômeno em jovens e adultos pouco escolarizados em processo de alfabetização e na comparação entre esses escritores iniciantes e crianças também em processo de aquisição da escrita. Um estudo deste tipo permite examinar o papel da escolarização e o papel da idade neste processo. Os participantes da pesquisa foram: Grupo 1: 25 crianças de baixa renda, alunas do 2º e 3º anos do ensino fundamental de escolas públicas com idades entre 7 e 10 anos; e Grupo 2: 25 jovens e adultos de baixa renda, alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos) com idades entre 16 e 60 anos, também da rede pública, frequentando o 2º e 3º anos do ensino fundamental. Duas tarefas de escrita foram propostas a todos os participantes: Tarefa 1: ditado de palavras e frases; e Tarefa 2: ditado de um texto. Em ambas as situações foram examinadas a escrita de palavras que a literatura aponta como problemáticas, ou seja, palavras que são comumente hipo e hipersegmentadas pelos escritores iniciantes. Os resultados mostraram que os dois grupos realizam a segmentação não-convencional; no entanto, as crianças a fazem em maior número. Já em relação ao tipo de segmentação não-convencional mais comum diferente do que encontramos na literatura, a hipersegmentação parece ser o tipo mais comumente realizado na escrita desses dois grupos. Os casos híbridos também apareceram na escrita de crianças e não houve casos na escrita dos adultos tardiamente escolarizados, sendo sua maior incidência foi no grupo das crianças. A partir das análises podemos concluir que há, sim, diferenças significativas na aprendizagem escrita de crianças e adultos, uma vez que as crianças segmentam mais não-convencionalmente que os adultos, fato que pode ser explicado por o adulto estar há mais tempo inserido em contextos de escrita informal. Outro fato observado é que, independente de idade, os dois grupos realizaram segmentações não-convencionais em suas escritas, provando que mesmo os adultos tendo menos dificuldade para segmentar convencionalmente eles são escritores iniciantes e, por isso, também estão passando por um processo de desenvolvimento igual às crianças.
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