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Cruz de Deus, cruz do povo. concepções e práticas de devoção à cruz na “Caminhada Santa Cruz”, norte de Minas GeraisDias , Juliana Aparecida Silva Farias 17 March 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-03-17 / This study aims to evaluate the devotional rituals to the cross in Santa Cruz Walking inrural communities of Machados, Lages and Santa Rita de Santa Cruz, north of Minas Gerais. The walking is a practice whose rituals date back to the seventeenth century in the region of mines and was taken up by residents without the presence of members of the ecclesiastical hierarchy. Here‘s this study‘s problem: how such a practice is kept alive in a time when society is more urban than rural; that is to say, how a distinctive religious phenomenon of a religiosity of colonial times reaches the XXI century. Such research problem is outlined in these questions: what is the origin of devotion to the holy walking? Why devotees interrupt their routine to dedicate their time to the walking? What does the cross mean to the devotees? In search of answers, this study tries to write a history of this holy walking — written records of which are too scarce— and to outline the imaginary cross permeating the practice of devoting. An initial hypothesis is that the representation of the cross among current participants of the walking was linked to their everyday culture and tradition, and that such representation was influenced by continuous changes in regional religious field. A study on specific bibliography guided the observation of the community walking — where it takes place and so that lean more of its organization and rituals — in three cruises during 2013 and 2014. Observations were recorded with photographs and field notes. Questionnaires and interviews were used in the light oral history methodology to build the history of the holy walking with the support from historical and anthropological approaches. The conclusion is that devotion have arisen in the context of a popular Catholicism as to an untying from ecclesiastical hierarchy — such is the way it was practiced in colonial Brazil — and that the practice on that same place was born a century ago. After an interruption of nearly 13 years, the holy walking practice took place again but this time accordingly with needs and devotional goals of current practitioners, that put aside their daily activities to devote themselves to the event. Exorcism prayers and use of the sign of the cross over and over again in ―defense against the enemy‖ revealed the mystical dimension of devotion to the cross in the imagination of this devout group, where its singularity. That said, this study‘s relevance to the religious studies includes revisiting a classic theme and an empirical investigation / Este estudo buscou verificar as concepções e práticas de devoção à cruz na "Caminhada Santa Cruz", nas comunidades rurais de Lages, Machados e Santa Rita de Santa Cruz, situadas no norte de Minas Gerais. A caminhada caracteriza-se por elementos que remetem a uma religiosidade praticada na região das minas, nos séculos XVII/XVIII, que foi retomada pelos moradores das referidas comunidades, sem a presença de membros da hierarquia eclesiástica. Estes dados configuraram problema deste estudo à medida em que despertou o desejo de descobrir como tal prática se mantem viva, nestes tempos em que a sociedade é mais urbana do que rural; como um fenômeno religioso característico de uma religiosidade dos tempos coloniais no Brasil, se estendeu ao século XXI. Um trabalho inicial junto às comunidades trouxeram as seguintes indagações: qual é a origem da devoção à cruz na ―Caminhada Santa Cruz‖? Por que motivo interrompe-se a rotina para a caminhada e o quanto se faz importante para o devoto? O que a cruz significa para o devoto? Em busca de respostas, este estudo objetivou construir a história desse fenômeno religioso — sobre o qual registros escritos são quase inexistentes — para que dela pudesse extrair não somente a origem, mas as práticas e suas características, os participantes, rupturas e continuidades no seu interior; e ainda delinear a concepção da cruz que permeia a prática dos devotos. Uma primeira hipótese era a de que a concepção que os atuais participantes tem da cruz, na Caminhada Santa Cruz, está ligada à cultura do cotidiano e da tradição; outra hipótese, a de que a devoção sofreu influência das mudanças em curso no campo religioso regional. A pesquisa bibliográfica inicial norteou a observação da caminhada comunitária in loco: sua organização e seus rituais em três cruzeiros da região, nos anos de 2013 e 2014. Esse acompanhamento foi registrado com fotografias e em diário de campo. Questionários e entrevistas foram utilizados para, através da metodologia da História Oral, construir a história da caminhada, tomando auxílio de referências com abordagens histórica e antropológica. A conclusão é que, além de a devoção ter surgido no contexto do catolicismo popular quanto à desvinculação da hierarquia eclesiástica — tal é o modo como este foi praticado no Brasil Colônia —, a prática nasceu há um século e se mantém naquele mesmo lugar. Foi interrompida por 13 anos até ser retomada e reconfigurada conforme necessidades e objetivos devocionais daquele povo, que deixa suas atividades diárias para se dedicarem ao evento. Orações de exorcismo e uso do sinal da cruz repetidas vezes na ―defesa contra o inimigo‖ revelaram a dimensão mística da devoção à cruz no imaginário desse grupo devoto, o que o singulariza. Eis, então, a relevância deste estudo para as Ciências da Religião: a revisitação do tema clássico e o empírico investigado
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