O presente estudo tem como objetivo principal a compreensão do impacto da imagem corporal positiva (ICP) e das dificuldades de regulação emocional (DRE) na qualidade de vida (QdV) de pacientes com cancro da mama, estudando essas variáveis como eventuais preditores da QdV. Procura também comparar o grupo clínico e um grupo controlo acerca daqueles constructos. A amostra é constituída por 127 mulheres com cancro da mama e 127 mulheres sem este diagnóstico, com idades compreendidas entre os 28 e os 80 anos. Para a recolha de dados, recorreu-se à utilização dos instrumentos Body Appreciation Scale 2 (BAS-2; Tylka & Wood-Barcalow, 2015; versão portuguesa de Lemoine et al., 2017), Body Acceptance by Others (BAOS; Avalos & Tylka, 2006; versão portuguesa de Barbosa et al., 2018); Escala de Dificuldades na Regulação das Emoções (DERS; Gratz, K.L, & Roemer, 2004; versão portuguesa de Coutinho, J, Ribeiro, E., Ferreirinha, & Dias, 2010) e, por último, WHOQOL-BREF (WHOQOL Group, 1998; versão Portuguesa Serra et al, 2006. De um modo geral, a análise comparativa entre os dois grupos revelou-se coerente com as hipóteses formuladas, particularmente ao nível da QdV, assim como a existência de uma correlação estatisticamente significativa e negativa entre algumas DRE e a ICP. O modelo preditivo revelou a influência da apreciação corporal e da aceitação corporal pelos outros assim como das dimensões das estratégias e dos objetivos das DRE enquanto preditores da QdV, nos quatro domínios. O presente projeto de investigação mostrou-se eficaz no estudo do impacto das dimensões da ICP e das DRE na QdV de mulheres com cancro de mama, salientando a importância do foco na re(construção) e manutenção de uma imagem corporal positiva junto desta população clínica, tanto ao longo do tratamento da doença como na fase posterior, de retoma às rotinas diárias. Assim como a atenção particular ao modo como estas mulheres implementam estratégias de regulação emocional que se revelem mais saudáveis e adequadas, contribuindo para uma melhoria significativa da sua QdV. / The main objective of this study is to understand the impact of positive body image (PBI) and difficulties in emotion regulation (DER) on the quality of life (QoL) of patients with breast cancer, studying these variables as possible predictors of QoL. It also seeks to compare the clinical group and a control group on those constructs. The sample consists of 127 women with breast cancer and 127 women without this diagnosis, aged between 28 and 80 years. For the data collection, were used the instrumencts Body Appreciation Scale 2 (BAS-2; Tylka & Wood-Barcalow, 2015; Portuguese version by Lemoine et al., 2017), Body Acceptance by Others (BAOS; Avalos & Tylka, 2006; Portuguese version by Barbosa et al., 2018); Scale of Difficulties in Regulation of Emotions (DERS; Gratz, K.L, & Roemer, 2004; Portuguese version by Coutinho, J, Ribeiro, E., Ferreirinha, & Dias, 2010) and, finally, WHOQOL-BREF (WHOQOL Group, 1998, Portuguese version Serra et al, 2006. In general, the comparative analysis between the two groups proved to be consistent with the formulated hypotheses, particularly in terms of QoL, as well as the existence of a statistically significant and negative correlation between some DER and PCI. The predictive model revealed the influence of body appreciation and body acceptance by others, as well as the dimensions of DER strategies and objectives as predictors of QoL, in the four domains. This research project proved to be effective in studying the impact of the PCI and DRE dimensions on the QoL of women with breast cancer, emphasizing the importance of focusing on the re(construction) and maintenance of a positive body image in this clinical population, both during the treatment of the disease and in the later phase, to return to daily routines. As well as to pay particular attention to how these women implement emotional regulation strategies that prove to be healthier and more appropriate, contributing to a significant improvement in their QoL.

Vários estudos revelaram a associação entre o stress percebido e a qualidade conjugal, mas a evidência é escassa em relações de recasamento. O presente estudo analisou o efeito do stress na qualidade conjugal numa amostra de casais portugueses em famílias de recasamento. Participaram no estudo 89 casais numa relação conjugal heterossexual há pelo menos 6 meses (com coabitação), em que pelo menos um elemento do casal já tinha sido casado. O procedimento de recolha de dados foi realizado exclusivamente online, através de um questionário sociodemográfico, da Escala de Stress Percebido e da Escala de Ajustamento Diádico-Revista. As análises realizadas permitiram verificar que existe um efeito negativo do stress na qualidade da relação conjugal do próprio indivíduo (efeito ator), mas não se verificaram os efeitos de parceiro. Encontraram-se diferenças de género quanto ao stress percebido, mas não na qualidade conjugal e não se verificaram diferenças em função da tipologia de família. É necessária mais investigação diádica, pelo que são apresentadas sugestões para futuras análises. / Several studies have revealed an association between perceived stress and marital quality, but only two studies have shown this association in remarriage relationships, which is why this was the aim of this study. It included 89 Portuguese couples who had been in a heterosexual marital relationship for at least 6 months (with cohabitation), in which at least one element of the couple had already been married. The data collection procedure was performed exclusively online, using a sociodemographic questionnaire, the Perceived Stress Scale and the Revised Dyadic Adjustment Scale. The analysis carried out showed that there is a negative effect of stress on the quality of the individual's marital relationship (actor effect), but the partner effects were not verified. Gender differences were found in terms of perceived stress, but not in terms of marital quality, and no differences were found as a function of family typology. More dyadic research is needed and suggestions for further analysis are presented.

Sendo um bancário responsável pelo atendimento ao público relativamente às questões financeiras, e fazendo o dinheiro e as preocupações consequente parte do nosso dia a dia, estes trabalhadores estão sujeitos a pressões diariamente. Durante a pandemia da COVID-19, os bancos foram considerados serviços essenciais e tiveram de se manter abertos, o que aumentou o medo de adoecer e de contagiar os seus familiares. Este trabalho pretende conhecer os níveis de burnout e depressão pelo trabalho dos bancários em Portugal, verificar se variam em função de características sociodemográficas e conhecer a interrelação entre esses dois conceitos. Os dados foram recolhidos online através do método de bola de neve e através de email enviado aos trabalhadores de um banco pelo seu coordenador da Comissão de Trabalhadores. Foram aplicadas versões portuguesas do Burnout Assessment Tool (BAT), Occupational Depression Inventory (ODI), e Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS). Participaram de forma anónima e voluntária 210 bancários a nível nacional, predominando Lisboa com 37% e Porto com 24%. Os resultados revelaram níveis moderados de Burnout e baixos de Depressão pelo Trabalho, embora 42% da amostra apresentasse Burnout elevado. Encontrou-se sobretudo mais Exaustão e Queixas Psicológicas, e as mulheres revelaram mais Queixas Psicossomáticas e Sintomas Secundários. Todavia, no que concerne o Local da Agência verificou-se diferenças significativas na maioria das dimensões, porém seria importante em futuros estudos as amostras serem mais equiparadas. Em termos da Categoria Profissional encontraram-se diferenças significativas na Exaustão, Queixas Psicossomáticas, Sintomas Secundários e Depressão pelo Trabalho. Não se encontraram diferenças significativas em função do estado civil e da escolaridade, nem correlações significativas com a idade e os anos de serviço, sugerindo uma transversalidade do Burnout. A análise da regressão evidenciou que as dimensões do Burnout explicam 69,3% da Depressão pelo Trabalho e a Depressão pelo Trabalho explica 62,1% do Burnout, existindo uma correlação positiva forte entre ambos. Relativamente à ansiedade e depressão, os valores foram moderados, mas alguns casos já inspiram preocupação e podem estar em sofrimento psicológico. É de alertar que os resultados podem estar contaminados pelo "mito do trabalhador saudável", e quem já estiver em Burnout ter menor disponibilidade mental para preencher inquéritos ou até já poder estar de baixa médica. Sugere-se um estudo mais alargado e que inclua mais questões relativas ao estado de saúde psicológica e física de forma a conhecer mais detalhadamente a saúde ocupacional dos bancários.

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