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Caracterização Geoquímica e Isotópica de Mármores do Terreno Rio Capibaribe na Zona Transversal da Província Borborema-Nordeste do BrasilClélia Aragão Barreto, Maria 31 January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A composição isotópica, (δ13C, 87Sr/86Sr e Pb-Pb), de mármores de duas localidades (Surubim
e Caruaru) do Complexo Caroalina-Surubim, Zona Transversal da Província Borborema (NE-Brasil)
foi usada para se estimar a idades de sedimentação e metamorfismo das seqüências carbonáticas
originais. Estas ocorrências fazem parte de uma sucessão sedimentar depositada durante o Meso-
Neoproterozoico e metamorfisadas no fácies anfibolito. São mármores branco a cinza claro,
composição predominante de calcita, dolomita, tremolita, diopsídio, flogopita, quartzo, grafita, titanita,
plagioclásio, clorita, biotita, apatita e apresentam em comum, e nos mármores de Caruaru já
alternâncias de camadas com intercalações de xistos e veios de pegmatitos e bolsões de
paragnaisses. Dados geoquímicos de rocha total indicam que os mármores da folha Caruaru são
predominantemente calcíticos com CaO>40% e MgO<10% e os da folha Surubim são dolomíticos
com CaO<40% e MgO>12%. O teor de sílica em ambas as localidades normalmente é <5%. Análises
de química mineral e rocha total nos mármores de Caruaru sugerem que as temperaturas regionais,
durante o pico de metamorfismo, estariam no fácies anfibolito, próxima a 650oC. Para os mármores
da folha Surubim as temperaturas estimadas são um pouco mais baixas, na faixa médio-alta do fácies
anfibolito. Os valores de δ13C nas amostras da área de Caruaru apresentam uma variação de -2,55 a
+4,87 PDB e de -2,60 a +3,87 PDB na área de Surubim. A quimioestratigrafia isotópica de C, O e Sr
permite concluir que: (a) As curvas de variação temporal obtidas registram flutuações primárias na
composição isotópica de C, O e Sr da água do mar durante a passagem do Neo-Mesoproterozoico,
possivelmente relacionada ao rifteamento e formação de arcos magmáticos durante o evento
orogenético Cariris Velhos. (b) Os valores de 87Sr/86Sr são muito homogêneos nos mármores de
Caruaru (0,70734 a 0,70785) e os da folha Surubim (0,70634 a 0,70901) mostram uma maior
variação. Analogias destes valores com os registrados na literatura, expressas em curvas de variação
temporal, sugere que a deposição destes carbonatos indicam idade mínima de 520Ma e máxima de
725Ma para os mármores da folha Caruaru e enquanto os da folha Surubim apresentam menor
variação com idade mínima de 525Ma e máxima de 720Ma. Intervalos de variação de tempo
semelhantes são encontrados quando se usa a curva de evolução 87Sr/86Sr de rios e oceanos sugere
idades de sedimentação para as lentes de Caruaru, em torno de 0,70-0,75Ga, e para Surubim em
torno de 1Ga. Idades de deposição inferidas por curvas de variação temporal com isótopos de C e O
sugerem idades máximas um pouco mais antigas para todas as lentes estudadas, sendo que as
amostras de Caruaru indicam idade máxima de 0,95-1,0Ga, enquanto que as de Surubim indicam
idade máxima de 0,95Ga. Estes resultados sugerem que os mármores estudados foram depositados
durante um período de elevação do nível do mar, no evento Cariris Velhos, com metamorfismo
presente provavelmente nos estágios finais deste evento. As razões 206Pb/204Pb nos mármores de
Caruaru variam de 17,863 a 19,753 e nos de Surubim de 17,744 a 19,222, definindo uma idade de
metamorfismo de 628Ma para os mármores de Caruaru e de 652Ma para os da folha Surubim.
Apesar da dispersão de dados obtidos, estes são compatíveis aos valores propostos para
metamorfismo de idade neoproterozóica. As características químicas e físicas destes mármores
permitem classificá-los em termos metalogenéticos (indústria de construção civil e agropecuária), como mármore de boa qualidade, em função do poder de neutralização e poder relativo de
neutralização total com teores superiores a 76% sendo indicado para a produção de corretivo de
solos e cimentos, produtos importantes para a economia do Estado de Pernambuco
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