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Mudanças Aparentes e Efeitos Invisíveis: sociabilidade, identidade e vulnerabilidade no cotidiano urbanizado da Bacia do Rio BeberibeHelena Pereira Gomes Maranhão, Maria 31 January 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011 / O presente trabalho busca identificar os efeitos das transformações promovidas por urbanizações de favelas na vida cotidiana de seus moradores, a partir da compreensão de como se dá a adaptação nos primeiros anos do reassentamento de famílias em conjuntos habitacionais construídos para baixa renda. Considerando o paradigma atual de intervenções em favelas, de participação e consolidação no local de origem, buscando o fortalecimento social e a manutenção dos laços de vizinhança, a questão investigativa se coloca a partir da constatação de que grande parte dos reassentamentos de populações advindas de favelas em conjuntos habitacionais apresenta, num primeiro momento, problemas de adaptação à nova forma de morar, ao novo contexto formalizado, aos novos vizinhos, à nova espacialidade, levando em muitos casos ao repasse precoce da moradia e à degradação dos conjuntos. Dentre os aspectos individuais e coletivos que levam a esta problemática, este estudo está focado nos ativos que conduzem a uma adaptação positiva, utilizando o conceito de Resiliência (NORRIS et al, 2007; MARANANDOLA & HOGAN, 2006; CEPAL, 2002; INFANTE, 2005; RAKODI, 2002) como um processo que leva a uma adaptação positiva após uma situação adversa, e nos fatores que favorecem à desestruturação da vida no novo morar. Como aspectos fundamentais nesse processo, consideramos as mudanças de sociabilidade, entendida como as interações estabelecidas, provocando tanto experiências positivas como negativas e na identidade local expressa por meio de elementos de identificação, apropriação e diferenciação. Como objeto empírico, utiliza-se dos conjuntos habitacionais construídos pelo Programa de Infraestrutura em Áreas de Baixa Renda na Região Metropolitana do Recife - PROMETRÓPOLE, nas comunidades de Jacarezinho e Saramandaia, em Recife e V8/V9 em Olinda. Como metodologia, adota-se a observação direta e questionários, com respostas estruturadas e perguntas abertas, estas últimas fornecendo dados qualitativos, de forma a se ter uma avaliação concreta dos aspectos que determinam a moradia a partir dos relatos dos moradores. Utiliza-se também de uma abordagem comparativa, trabalhando com as três áreas de intervenção. A pesquisa mostrou que, na mudança para conjuntos habitacionais, os aspectos que desestruturam a vida no novo morar estão ligados, principalmente, à quebra dos laços de vizinhança, aos conflitos com novos vizinhos, ao tráfico de drogas, à violência, à inadequação da família ao tamanho da habitação, gerando a insatisfação e com isso a vontade de sair do local. Por outro lado, foi identificado que a mudança altera a estrutura de ativos disponíveis, ligada ao capital físico e social, que pode ser acessada e que dá suporte a uma adaptação resiliente, à satisfação e à vontade de se firmar no local. Por fim, o poder público é identificado como peça fundamental para uma adaptação resiliente, na medida em que, no acompanhamento às famílias reassentadas, pode dar suporte para o desenvolvimento ou fortalecimento da habilidade de acessar os ativos disponíveis e com isso, de fato, melhorar a qualidade de vida das populações reassentadas
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