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Adaptações corporais de dançarinos em contexto de Cias profissionais com coreógrafos não residentesBastos, Jussara 03 June 2014 (has links)
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Dissertação Jussara Braga.pdf: 1324181 bytes, checksum: 29abe43776c3f3d8d7d97c6b134fbd8e (MD5) / CAPES / Em um ambiente profissional de uma Cia de dança contemporânea que
trabalha com coreógrafos não residentes, o contato com diferentes características de movimento e propostas em dança é bastante comum. Os
dançarinos que atuam neste ambiente profissional necessitam se relacionar
com diferentes qualidades de movimentos a cada trabalho coreográfico.
Buscamos investigar questões pertinentes ao processo de negociação e
adaptação corporal entre os hábitos de movimento de dançarinos profissionais
e movimentações ainda não habituais, as quais esses profissionais precisam
se relacionar a cada composição coreográfica. Buscamos também, averiguar e
tecer relações entre o preparo corporal diário da Cia e seu fazer cênico, no
intuito de investigar as estratégias utilizadas para lidarem com diferentes
propostas coreográficas. Assim, tornou-se pertinente averiguar qual é o
entendimento de corpo e de técnica em dança que habita esses ambientes
profissionais, problematizando questões emergentes ao se pensar a técnica na
dança contemporânea. Para travarmos discussões sobre como o corpo
aprende e se relaciona com novos aprendizados, nos valemos do fenômeno
embodiment, que nos explica que a cognição acontece no e pelo corpo e que o
movimento é condição primeira para o processo cognitivo. Nos apoiamos na
Teoria Geral dos Sistemas, segundo VIEIRA, 2008, BITTENCOURT, 2007,
PRIGOGINE, 1996, para situarmos a dança enquanto processual, sistêmica e
dinâmica, sob uma visão evolutiva de corpo enquanto corpoambiente, onde o
mesmo é entendido como resultante processual co-evolutiva com o ambiente
(QUEIROZ,2009, BRITTO, 2008). Também nos valemos da Teoria Corpomídia, que nos apresenta o corpo e suas relações enquanto processos
comunicacionais e entende que o corpo é mídia de si mesmo, apresentando
mídia como o processo corporal seletivo das informações que vão construindo
o corpo de maneira evolutiva (KATZ e GREINER, 2005). Defendemos que o
corpo vive em estado de constante fluxo de informações com o meio e, assim,
se modifica e modifica seu entorno. Fomos a campo através de três Cias de
dança que trabalham com coreógrafos não residentes: Grupo Êxtase de
Dança, de Viçosa- MG, Balé Teatro Guaíra, de Curitiba-PR e Cia de Danças de
Diadema, de Diadema-SP, direcionando a pesquisa para as três principais
vertentes da nossa discussão: o dançarino profissional, o diretor da Cia e o
coreógrafo não-residente. Pudemos averiguar que as Cias possuem a técnica
clássica como principal direcionamento do trabalho corporal diário dos
dançarinos, mesmo não sendo essa a linguagem trabalhada cenicamente por
elas. Entre as dificuldades enfrentadas, o tempo de montagem coreográfica
parece agravar o processo de adaptação corporal dos profissionais, que, por
sua vez, buscam estratégias conjuntas e individuais para superarem
dificuldades e possíveis obstáculos de adaptação corporal em seu cotidiano de
trabalho.
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