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A recuperacao de ciclo II na visao de alunos da rede estadual paulista de ensinoOmuro, Selma de Araujo Torres 21 February 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006-02-21 / Esta dissertação refere-se à pesquisa empírica analítico-descritiva da visão expressa por alunos de Ensino Fundamental II da rede estadual de São Paulo a respeito do funcionamento de classe de Recuperação de Ciclo II, da qual fazem parte. A pesquisa tem por objetivo investigar como os alunos encaminhados para essas classes percebem e analisam sua condição de fracasso escolar (na medida em que não conseguiram concluir o Ensino Fundamental dentro do Regime de Progressão Continuada) e o que pensam sobre o projeto em que estão inseridos a Recuperação de Ciclo II sobre a escola e sobre a contribuição dos saberes escolares para a realização de seus projetos de vida.
Para análise da temática investigada são utilizadas as contribuições teóricas de Pérez Gómez sobre a cultura experiencial dos alunos e de Bernard Charlot sobre a noção de relação com o saber.
A pesquisa iniciou-se com um estudo preliminar envolvendo um grupo focal composto por quatro alunos que freqüentaram uma classe de Recuperação de Ciclo II, no ano de 2004, em uma escola estadual do Vale do Ribeira. A partir de dados levantados nesse primeiro estudo, realizou-se a pesquisa principal em outra escola da mesma região por meio de entrevistas com oito alunos matriculados em classe de Recuperação de Ciclo II no ano de 2005, análise de seus cadernos e de documentos escolares (fichas de avaliação individual, históricos escolares, projetos de recuperação paralela, atas de resultados finais). Para a coleta de dados foram elaborados e testados os seguintes instrumentos: roteiro para entrevista, questionário sócio-econômico, roteiro para análise de documentos escolares, roteiro para análise dos cadernos.
Os resultados da coleta de dados foram organizados em quadros-síntese e tabelas e permitiram concluir que os alunos explicam a situação de fracasso escolar de formas diversas: alguns responsabilizam a si próprios, outros, a problemas externos, demonstrando diferentes mecanismos afetivos e disposições para assimilar os resultados escolares insatisfatórios. Confirmou-se a hipótese inicial de que a maioria revela dificuldade em estabelecer uma relação significativa com os saberes escolares e, dessa forma, tem sua permanência na escola constantemente prejudicada. Essa dificuldade com os conteúdos acadêmicos, associada a outros problemas, decorrentes em grande parte, de situações relacionadas à origem sócio-econômica desses alunos e às condições da região em que moram o Vale do Ribeira, uma das regiões mais carentes do Estado de São Paulo tais como acesso limitado a bens culturais mais elaborados, necessidade de ingressar precocemente no mercado de trabalho, poucas oportunidades de estudos profissionalizantes e superiores, contribui para que muitos desses alunos mantenham freqüência irregular e acabem abandonando a escola.
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