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Desejo e cuidado na educação de crianças pequenas em creches / Desire and care in children\'s education in daycares centersPayés, Ana Carolina Linardi Munguía 14 November 2017 (has links)
A entrada dos bebês nas creches a partir de poucos meses de idade e a convivência em ambientes coletivos por até 12 horas diárias constituem um cenário atual que faz interrogar a educação infantil sobre o compromisso que assume, com as famílias e a sociedade, ao participar de forma tão enfática desse período inaugural na vida das crianças. Para a psicanálise, o bebê humano não nasce pronto e somente se constitui a partir de um outro que lhe dedique cuidados no interior de um laço particularizado. Na primeiríssima infância serão lançadas as bases para a saúde mental e a constituição subjetiva ulterior, o que, em grande parte, depende das relações estabelecidas nesse período. A educadora, ao cuidar do bebê, participa como mais um elemento na constituição psíquica da criança, sustentando-lhe o campo do Outro e trabalhando para manter em funcionamento alguns eixos da função materna. No entanto, apesar dessa importância, hoje o termo \"cuidado\" enseja um ponto de discórdia na Educação Infantil, sobre o qual tensionam perspectivas distintas que, muitas vezes, se atualizam na experiência educativa através da dissociação do cuidado no ato educativo. Este estudo busca isolar a problemática que vem se formando no campo da pedagogia e analisá-la à luz das ferramentas conceituais da psicanálise freudo-lacaniana, pretendendo, assim, redimensionar o termo \"cuidado\", ao apontar para aquilo que de não anônimo deve comparecer no laço entre educadora e bebê e que está em causa na constituição psíquica do infans. Para saber como as educadoras se implicam em meio às tensões discursivas da instituição, procurou-se escutar cinco educadoras de duas creches sobre o lugar do desejo em causa nos cuidados que dedicavam aos bebês, utilizando os IRDI como operadores de leitura acerca de como se endereçavam às crianças sob seus cuidados. Os resultados indicaram que nenhuma educadora dissocia o cuidado da educação dos bebês, no entanto, estão sujeitas a tensões discursivas que as colocam em posição de ter que responder a dois diferentes amos: o discurso institucional e o desejo. Concluiu-se que o cuidado dedicado a bebês não pode ser reduzido a uma dimensão técnica, asséptica ou assubjetiva, pois é preciso que algo de singular ou de não anônimo compareça no cuidado para que a educadora cumpra função educativa junto ao bebê. / In Brazil, infants increasingly attend in day-cares centers since an early age and spending up to 12 hours a day in a collectivity experience. This is a current scenario that interrogates about the education\'s commitment with families and society, since that institution has participated emphatically on this inaugural period of children\'s lives. For psychoanalysis, when the human baby is born, he is not yet constituted, and this will only be possible by an adult\'s caring in a particularized bond. For this reason, the relationships established in the early childhood are essentials in laying the mental health\'s foundations. The educator participates as an element in the baby\'s subject constitution by its care, or, in another words, by holding the Other\'s field and working to keep some axes of the maternal function in operation. Despite its importance, different perspectives in Education stress the term \"care\" giving rise to a discord, that sometimes incurs dissociating the care in the experience with babies. This study pretends to analyze this issue in a freudo-lacanian psychoanalysis perspective, aiming to resizing the term \"care\" by pointing that it should be nonanonymous in order to contribute to psychic constitution of infants. In order to know how the educators imply themselves in the discursive tensions of the institution, or what the space for desire in the education bond, five educators was listened using IRDI as reading\'s operators of their discourses. The results indicated that no one educator dissociates the care in their experiences, however, they were required to answer to two different masters: the institutional discourse and desire. It was concluded that babies care cannot be reduced to a technical or aseptic dimension, since that is necessary something of singular or non-anonymous in the education bond.
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Desejo e cuidado na educação de crianças pequenas em creches / Desire and care in children\'s education in daycares centersAna Carolina Linardi Munguía Payés 14 November 2017 (has links)
A entrada dos bebês nas creches a partir de poucos meses de idade e a convivência em ambientes coletivos por até 12 horas diárias constituem um cenário atual que faz interrogar a educação infantil sobre o compromisso que assume, com as famílias e a sociedade, ao participar de forma tão enfática desse período inaugural na vida das crianças. Para a psicanálise, o bebê humano não nasce pronto e somente se constitui a partir de um outro que lhe dedique cuidados no interior de um laço particularizado. Na primeiríssima infância serão lançadas as bases para a saúde mental e a constituição subjetiva ulterior, o que, em grande parte, depende das relações estabelecidas nesse período. A educadora, ao cuidar do bebê, participa como mais um elemento na constituição psíquica da criança, sustentando-lhe o campo do Outro e trabalhando para manter em funcionamento alguns eixos da função materna. No entanto, apesar dessa importância, hoje o termo \"cuidado\" enseja um ponto de discórdia na Educação Infantil, sobre o qual tensionam perspectivas distintas que, muitas vezes, se atualizam na experiência educativa através da dissociação do cuidado no ato educativo. Este estudo busca isolar a problemática que vem se formando no campo da pedagogia e analisá-la à luz das ferramentas conceituais da psicanálise freudo-lacaniana, pretendendo, assim, redimensionar o termo \"cuidado\", ao apontar para aquilo que de não anônimo deve comparecer no laço entre educadora e bebê e que está em causa na constituição psíquica do infans. Para saber como as educadoras se implicam em meio às tensões discursivas da instituição, procurou-se escutar cinco educadoras de duas creches sobre o lugar do desejo em causa nos cuidados que dedicavam aos bebês, utilizando os IRDI como operadores de leitura acerca de como se endereçavam às crianças sob seus cuidados. Os resultados indicaram que nenhuma educadora dissocia o cuidado da educação dos bebês, no entanto, estão sujeitas a tensões discursivas que as colocam em posição de ter que responder a dois diferentes amos: o discurso institucional e o desejo. Concluiu-se que o cuidado dedicado a bebês não pode ser reduzido a uma dimensão técnica, asséptica ou assubjetiva, pois é preciso que algo de singular ou de não anônimo compareça no cuidado para que a educadora cumpra função educativa junto ao bebê. / In Brazil, infants increasingly attend in day-cares centers since an early age and spending up to 12 hours a day in a collectivity experience. This is a current scenario that interrogates about the education\'s commitment with families and society, since that institution has participated emphatically on this inaugural period of children\'s lives. For psychoanalysis, when the human baby is born, he is not yet constituted, and this will only be possible by an adult\'s caring in a particularized bond. For this reason, the relationships established in the early childhood are essentials in laying the mental health\'s foundations. The educator participates as an element in the baby\'s subject constitution by its care, or, in another words, by holding the Other\'s field and working to keep some axes of the maternal function in operation. Despite its importance, different perspectives in Education stress the term \"care\" giving rise to a discord, that sometimes incurs dissociating the care in the experience with babies. This study pretends to analyze this issue in a freudo-lacanian psychoanalysis perspective, aiming to resizing the term \"care\" by pointing that it should be nonanonymous in order to contribute to psychic constitution of infants. In order to know how the educators imply themselves in the discursive tensions of the institution, or what the space for desire in the education bond, five educators was listened using IRDI as reading\'s operators of their discourses. The results indicated that no one educator dissociates the care in their experiences, however, they were required to answer to two different masters: the institutional discourse and desire. It was concluded that babies care cannot be reduced to a technical or aseptic dimension, since that is necessary something of singular or non-anonymous in the education bond.
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