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Estilos de desempenho dos professores da 1a série e seus efeitos sobre a aprendizagem da leituraLevi Buarque, Lair January 1986 (has links)
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Previous issue date: 1986 / Entre as inúmeras hipóteses que se levantam acerca da evasão e
repetência na 1ª série da escola pública do país, está o desempenho do professor
alfabetizador como uma provável explicação para o fracasso das crianças da
escola oficial.
Este trabalho investigou a relação entre o estilo de desempenho dos
alfabetizadores - aqui definido como o modo de desenvolver a proposta
pedagógica em sala de aula - e o resultado dos alunos na alfabetização. No
presente estudo acompanharam-se, em sala de aula, doze professoras da 1ª série
distribuídas em cinco escolas da rede estadual durante o ano de 1984 e, ao final
dele, 120 crianças foram submetidas a testes de leitura e escrita de palavras.
Os resultados obtidos foram analisados em quatro níveis: a) identificação
do estilo de desempenho das professoras da amostra; b) estilo de desempenho do
professor e performance dos alunos; c) escola e desempenho dos alunos nas
tarefas aplicadas; d) perfil dos alunos aprovados ou retidos e avaliação das
professoras.
Os estilos de desempenho identificados resultaram de uma escala de
avaliação cuja construção partiu da análise qualitativa das atividades
desenvolvidas em sala de aula pelas 12 professoras observadas. Assim,
constataram-se dois estilos situados nos pólos opostos da escala proposta e
denominados de mecanicista e elaborativo. Seis professoras tiveram seus
desempenhos classificados como mecanicista, enquanto só duas encaixaram-se no
estilo elaborativo. As outras quatro, situaram-se numa faixa intermediária, mas
que tende preponderantemente para o estilo mecanicista.
Ao analisar o resultado dos alunos nas tarefas aplicadas, verificou-se que
não houve uma indicação de relação entre o estilo de desempenho do professor e
aprendizagem dos alunos na 1ª série.
Em seguida, agrupando-se os resultados, verificou-se que esses dados
indicaram um possível efeito da escola sobre os resultados finais na alfabetização.
O perfil dos alunos aprovados ou retidos da amostra também foi
confrontado com a avaliação da professora, verificando-se a inexistência de
alunos considerados fortes no grupo dos retidos e a presença de alunos fracos
entre os aprovados. Contrastou-se também o desempenho dos dois grupos nas
tarefas do abecedário e leitura de frases. No abecedário houve distribuição dos
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retidos nos dois níveis de desempenho (1a, 1b - 2a, 2b); os aprovados também se
distribuíram entre esses níveis, à exceção do 1a. Na tarefa de leitura de frases,
todos os alunos retidos não conseguiram ler, enquanto que entre os 103
aprovados, 17 (16,50%) crianças não leram. Esses resultados parecem evidenciar
que as professoras possuem critérios mais maleáveis para aprovar, enquanto que o
julgamento dos retidos indica uma avaliação dirigida para detectar a ausência de
requisitos para a 1ª série.
Os resultados finais deste estudo longe de isentar ou apontar culpados,
permitem indicar: a) a importância de se reconsideram a formação profissional
dos professores alfabetizadores e b) a necessidade da escola redefinir o seu papel
na tarefa de educar
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