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Gênero, corpo, emoção e medidas sócio-educativas: uma aproximação da violência urbana.Franca Barreto, Alexandre January 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esta dissertação faz uma análise da violência urbana, a partir dos referenciais analíticos de
gênero, corpo e emoção junto a homens jovens egressos do sistema sócio-educativo da cidade
de Olinda, Pernambuco. O estudo prioriza as práticas corporais e as expressões emotivas para
tecer uma compreensão sobre as trajetórias de vida dos homens jovens, seus referenciais
identitários e suas experiências no sistema sócio-educativo. Estudos feministas de gênero e
masculinidades, violência urbana e emoção, bem como alguns textos antropológicos clássicos
de Mauss nortearam as análises da pesquisa. Ao se aproximar de jovens estigmatizados
socialmente e produzir uma leitura sobre suas emoções, o estudo questiona algumas
concepções binárias que ecoam em nossa cultura, tais como vítima/algoz, bem/mal,
razão/emoção, cognição/afeto, bem como procura fazer um contraponto a leituras analíticas que
focalizam a virilidade e a honra como justificativas centrais para a prática violenta masculina. O
trabalho de campo ocorreu em dois tempos: o primeiro se refere às memórias e anotações do
pesquisador durante o período que trabalhou na execução de Medidas Sócio-Educativas. O
segundo tempo refere-se aos dados centrais da pesquisa, que tratam de histórias de vida,
construídas ao longo de um ano de encontros e entrevistas, com quatro homens jovens egressos
do sistema sócio-educativo. As trajetórias de vida dos jovens confluem para uma realidade
perversa de economia de seus corpos masculinos, onde há uma escassez de recursos para
utilizar em suas trocas sociais como estratégias de expressar seus sentimentos e fortalecer
laços. Simultaneamente, apresentam recorrentes referenciais violentos em suas relações entre
sexo, geração, classe e raça. A dor e a revolta são emoções que marcam seus corpos e se
manifestam expressivamente através das infrações, alimentando feridas e dores em suas
relações sociais. As experiências no sistema sócio-educativo são significativas em todas as
histórias: dor, violência, receios, reconhecimento, acesso a direitos, respeito e ressocialização,
enredam distintamente as diferentes histórias, despontando frágeis transformações em suas
condições materiais de existências, na flexibilidade e ampliação de práticas expressivas dos
corpos masculinos e no exercício autônomo e não-violento de suas emoções. A dor continua
ferindo seus corpos, assim como persevera a reprodução de algumas práticas masculinas
tradicionais, comunicando limites de mudanças diante da fragilidade do sistema sócio-educativo
e das desigualdades nas relações sociais
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