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Significância clínica da presença de Staphylococcus Coagulase-negativo isolados de recém-nascidos de uma unidade de terapia intensiva neonatal em Brasília - DFCordeiro, Denise Nogueira da Gama January 2007 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Medicina, 2007. / Submitted by Luis Felipe Souza (luis_felas@globo.com) on 2008-12-02T16:22:15Z
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Dissertacao__DeniseNogueira.pdf: 1483695 bytes, checksum: 3a767ae333624f79a298e2e7ee5061ad (MD5) / Introdução e Objetivos – Há longo tempo os S. coagulase-negativo (SCoN) vem sendo
reconhecidos como contaminantes em culturas pois fazem parte da flora da pele humana e das membranas mucosas. Nas últimas décadas eles emergiram como agentes etiológicos em infecções e são tanto causas importantes de infecções da corrente sanguínea nosocomiais, principalmente nas unidades de terapia intensivas neonatais (UTIN), quanto os contaminantes mais comuns das hemoculturas. Um elemento central da imunidade inata no recém-nascido, o neutrófilo, é imaturo, com deficiência na aderência, quimiotaxia e fagocitose, o que pode de alguma maneira explicar por que estes pacientes são tão susceptíveis às infecções por esse agente infeccioso. A freqüência de sobrevivência desses
pacientes tem aumentado significantemente, porém a custo de necessidade prolongada, de cateteres venosos centrais, ventilação mecânica, nutrição parenteral e tratamento
antimicrobiano. Esses materiais médicos artificiais podem ser colonizados pelo
estafilococo, que forma um biofilme aderente no dispositivo, resiste às defesas do
hospedeiro e tem uma susceptibilidade diminuída aos agentes antimicrobianos. Sinais
clínicos de sepse nos recém-nascidos são inespecíficos e marcadores hematológicos e
inflamatórios tem sido indicadores úteis para a identificação dos recém-nascidos sépticos.
Julgar a significância clínica do estafilococo coagulase-negativo é vital, mas frequentemente difícil nos pacientes neonatais, por que muitas vezes não é possível obter deles mais do que uma amostra de sangue para cultura. Nosso objetivo é descrever o perfil epidemiológico e a significância clínica do estafilococo coagulase-negativo, os aspectos
clínicos, fatores de risco relacionados e desfechos dos recém-nascidos na UTIN e estudar a atividade de antibióticos contra esse agente. Método – Os prontuários médicos dos pacientes com hemocultura positiva para o SCoN foram examinados. Dados clínicos basais foram obtidos prospectivamente tão logo a primeira hemocultura tornou-se positiva, enquanto a determinação da significância clínica
foi feita retrospectivamente, após encerramento da coleta dos dados.
Resultados – Durante o estudo 526 pacientes foram admitidos na UTIN e 45 pacientes com
49 hemoculturas positivas para SCoN foram estudados. Os microrganismos mais
comumentes isolados na UTIN foram as bactérias Gram-positivas (66,2%) com o SCoN como patógeno predominante (56,9%). A resistência do SCoN a oxacilina foi de 98%.
Todas as linhagens foram sensíveis à vancomicina. O diagnóstico mais freqüente na
admissão foi a Doença da Membrana Hialina (26,5%). Do total, 50% dos pacientes
pesavam menos de 1310g e 87% nasceram com menos de 37 semanas de gestação. Sinais clínicos como febre ou hipotermia e alterações respiratórias ajudaram no diagnóstico de sepse. Foram consideradas significantes 43 cepas de SCoN nas hemoculturas (87,8%), enquanto seis (12,2%) foram contaminantes. A idade media do início da infecção foi de 19 dias, mas a sepse precoce ocorreu em 8% dos pacientes. Nos pacientes com bacteriemia
verdadeira a idade gestacional foi mais baixa e o uso de cateter venoso central e nutrição
parenteral mais freqüente. Contagem de neutrófilos imaturos aumentados foi relacionada à sepse e a plaquetopenia foi fator de mau prognóstico. Conclusão – Este estudo descreve o perfil epidemiológico das infecções por estafilocococoagulase
numa UTIN terciária de um hospital público em Brasília. Esforços para controlar a incidência da infecção devem ter como objetivo os fatores preveníveis, em muitos casos associados com fatores externos ou dispositivos médicos invasivos e com o
uso mais restrito de antibioticoterapia.
____________________________________________________________________________________ ABSTRACT / Background and Objectives – Coagulase-negative staphylococci (CoNS) have been
recognized as culture contaminants for a long time since they are part of normal flora of
human skin and mucous membranes. In the last decades they had emerged as etiologic
agents of infections and are today both an important cause of nosocomial blood-stream
infections, mainly in neonatal intensive care unit (NICU) and the most common
contaminants of blood cultures. A central element of innate immunity to bacterial
infections in the newborn, the neutrophil, is immature with impaired adherence,
cheomotaxis and fagocitosis and may go some way to explain why these patients are prone to this infeccious agent. Survival rates of these patients have increased significantly, but at the cost of a prolonged need for central intravenous catheters, mechanical ventilation, parenteral nutrition and antimicrobial treatment. These medical artificial materials can be colonized by stafilococci that form an adherent biofilm on the device that resist host defences and display a significantly decreased susceptibility to antimicrobial agents.
Clinical signs of sepsis in neonates are non-specific and hematological and inflammatory
markers have been useful indicators for identifications of septic neonates. Judging the
clinical significance of coagulase-negative staphylococci is vital but often difficult in the
neonatal patients because it is often not possible to obtain more than on blood sample for culture from them. We aimed to describe the epidemiological profiles and the clinical
significance of the coagulase negative Staphylococcus, the clinical features, related risk factors and outcome of neonates in the NICU and to study the activity of several antibiotics against this agent. Methods – Patients with positive blood-culture contained CoNS in NICU have examined the medical records. Baseline clinical data were obtained prospectively as soon the first blood culture became positive whereas the determination of clinical significance was made retrospectively after discharge. Results – During the study 526 patients were admitted to the NICU and 45 patients with 49 positive blood-cultures for CoNS were studied. The
most common microorganisms isolated in NICU were Gram-positive bacteria (66,2%)
with CoNS as the predominant pathogen (56,9%). Resistance of CoNS to oxacillin was
98%. All strains were susceptible to vancomycin. The most frequent diagnosis on
admission was hyaline membrane disease (26,5%). Of the total patients 50% weighted less than 1310g and 87% were born with at less than 37 weeks of gestation. Symptomatology such fever or hypothermia and respiratory distress helped in the sepsis diagnosis. Fortythree (87,8%) of the CoNS strains in blood cultures were considered significant, whereas six (12,2%) were contaminants; mean age of onset infection was 19 days but early sepsis occurred in 8% of patients. In the patients with true bacteriemia the gestational age was
lower and the use of CVC and TPN were more frequent. High immature neutrophil count
was associated with sepsis and thrombocytopenia with poor prognose.
Conclusion - This study describes the epidemiological profile of CNoS infections in a
tertiary NICU of a public hospital in Brasília. Efforts to control the incidence of infection
should be aimed at preventable factors, in many cases associated with external or invasive medical devices and with the restrict use of antibiotic therapy.
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