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Verso e reverso das mudanças nas famílias de camadas médias no DF

Vieira, Fernanda Bittencourt January 1998 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 1998. / Submitted by Jaqueline Ferreira de Souza (jaquefs.braz@gmail.com) on 2013-11-21T12:50:01Z No. of bitstreams: 1 1998_FernandaBittencourtVieira.pdf: 5107796 bytes, checksum: 95d84844219b62e1bb0efb4f60cb2fa3 (MD5) / Approved for entry into archive by Jaqueline Ferreira de Souza(jaquefs.braz@gmail.com) on 2013-11-21T12:50:54Z (GMT) No. of bitstreams: 1 1998_FernandaBittencourtVieira.pdf: 5107796 bytes, checksum: 95d84844219b62e1bb0efb4f60cb2fa3 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-11-21T12:50:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 1998_FernandaBittencourtVieira.pdf: 5107796 bytes, checksum: 95d84844219b62e1bb0efb4f60cb2fa3 (MD5) / As transformações nas famílias brasileiras tem sido profundas e intensas. A hegemonia do modelo conjugal moderno foi dando lugar a novos arranjos familiares: famílias constituídas na maternidade/paternidade solteira; famílias homoeróticas; famílias de mães/pais adolescentes; e aquelas formadas pelo mundo pós-divorcio, como as famílias mono parentais, recompostas, famílias ‘singles’ e famílias que dividem conjuntamente a guarda das crianças, vivendo a experiência de transformar o ‘casal conjugal’ em ‘casal parental’ ou de se constituir sob o domínio exclusivamente materno. O mundo pós-divorcio também flexibilizou as relações nas famílias. Esta flexibilização compreende um nova configuração dos papeis sociais dos seus membros, e uma nova visão sobre o exercício da sexualidade de homens e mulheres, uma ressignificação da maternidade e da paternidade, o que diz respeito as relações de gênero, as relações afetivo-sexuais e as relações intergeracionais. O objetivo desta dissertação e analisar tais mudanças nas formas familiares e nos valores que ordenam a vida privada nas famílias de camadas medias do Plano Piloto de Brasília. Após três décadas de reivindicação dos movimentos feministas por uma relação mais equânime e satisfatória nas famílias, pergunta-se o que mudou e o que permaneceu na ordenação familiar. A necessidade de retirar as mulheres do seu lugar subordinado e invisível compreendeu desde a sua inserção no espaço publico e no mercado profissional ate a necessidade de uma democratização da vida privada. A pesquisa compreendeu pais, mães e filhos, moradores do Plano Piloto, ao todo 26 pessoas. A pesquisa foi qualitativa e abrangeu a socialização, as relações afetivo-sexuais, o casamento/ separações, a educação dos filhos, as diferenças e semelhanças dos valores manifestados em relação aqueles vividos nas famílias dos seus pais, a sexualidade, os papeis e funções dos homens e das mulheres na vida privada. As ambiguidades das mudanças afloraram na pesquisa, demarcando as fronteiras entre o novo e o velho nas famílias. Essas fronteiras dizem respeito a participação ainda tímida dos pais na vida domestica e nos cuidados com os filhos, o que se agravava depois do divorcio. A centralização na mãe dos papeis expressivo e instrumental nas famílias monoparentais e o grande paradoxo que a flexibilização dos papeis gerou na contemporaneidade. As ambiguidades também afloraram nas autocríticas de pais que exerceram uma educação mais ‘liberal’; na diferença entre filhos e filhas com respeito a sexualidade; e no resgate de alguns valores que haviam sido questionados nas famílias de origem e que passaram a ser incorporados as suas vivencias atualmente, mostrando não haver uma linearidade nas mudanças dos comportamentos e dos valores. A necessidade de estimular a participação ativa do pai na vida do casal, seja este conjugal ou parental, parece despontar como um caminho para formar famílias mais igualitárias e emergir nas agendas de políticas publicas como nova reivindicação da atualidade. Essa redefinição do papel paterno na família e reforçada nas famílias ‘divorciadas’, nas quais a sua ausência impõe uma sobrecarga de funções para as mulheres. A pluralidade de formas familiares não e por si própria indicio de uma maior democratização da vida privada, sendo a democratização vivida ambiguamente, mais como um desejo do que propriamente como uma evidencia empírica. / The transformations in the Brazilian families have been profound and intense The hegemony in the modem conjugal pattern has been giving way to new family arrangements. The families constituted by single maternity/paternity as well as those formed by the world post-divorce: monoparental and reconstituted families, “single” families, and families who share on an equal basis the children’s care, homoerotic families, and families headed by adolescent parents share the experience of changing the “matrimonial couple” into a “parental couple” or of living only under maternal ruling, among other questions posed by such plurality of family forms. However, the world post-divorce is also the world that made the relations within families flexible. This flexibility comprises a new configuration of its members’ social roles, a new vision on the exercise of sexuality between men and women , a new meaning for maternity and paternity, which refers to gender relations, affective-sexual relations, and inter-generational relations. The objective of this dissertation is to analyze such changes in the family forms and values that order private life of middle-class families in the Plano Piloto of Brasilia. After three decades of vindication of the feminist movements towards a more equal and satisfactory relation in the families, which would withdraw woman from her subordinate and invisible place, leading them to a more egalitarian condition, which comprises their insertion in the public space, their professional projects, and the democratization of private life, one asks about what has changed and what has remained the same in family organization. The research involved 26 people, among them, fathers, mothers, and children who live in the Plano Piloto area of Brasilia. The research was qualitative and involved socialization, affective-sexual relations, marriage/separation, the upbringing of children, the differences and similarities of values in relation to those of their parent’s families, sexuality, and the roles and functions of men and women in the families. The ambiguities of the change have emerged in the research, setting boundaries between the new and the old in the families. Those boundaries refer to the participation, though timid, of the fathers in domestic life and in child care, which usually became less common after a divorce. The centralization in the mother of the expressive and instrumental roles in monoparental families has been the great paradox that the flexibility of the roles has generated at present. The ambiguities have also been brought up in :he self-analysis of parents who have carried out a more “liberal” upbringing of their children in respect to sexuality and in recovering certain values that had been questioned in their families of origin and which became incorporated to their present lives, showing there is no linearity in the changes of behavior and values. The need to stimulate the active participation of the father in the couple’s life either in a conjugal couple or a parental couple, seemed to rise as the way to form more egalitarian families, which emerge in the agenda of public policies as a new claim of the present times. This redefinition of the paternal role in the family is strengthened in the “divorced” families in which his absence forces an overload of funcions for the women. The plurality of family forms does not indicate, by itself, a greater democratization of private life, once the democratization is lived through with ambiguity, more as a desire than as an empirical evidence

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