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Da natureza da animação à animação da natureza: discursos ambientais nas “Enviro-toons” brasileiras veiculadas nos festivais Fica, Festcineamazônia e FilmambienteCERQUEIRA, Jean Fábio Borba 07 April 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-04-07 / Capes / Neste trabalho analisamos as representações dos discursos ambientais em animações
brasileiras veiculadas em três dos mais relevantes festivais internacionais realizados no país e
com foco no audiovisual ambiental: Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental
(FICA), Festival Latino Americano de Cinema Ambiental (FestCineAmazônia) e Festival
Internacional do Audiovisual Ambiental (Filmambiente). Considerando que no cinema de
animação as questões ambientais ganharam maior atenção a partir do final do anos 1990,
quando essa temática passou a ser representada de forma mais intensa em produções
comerciais hollywoodianas, e com mais vigor na vertente autoral e independente, entendemos
que a animação comporta, no seu conjunto, uma diversidade de discursos e de problemáticas
ambientais, compondo filmes que representam as relações entre homem e natureza, cujas
abordagens mais críticas foram convencionalmente chamadas de enviro-toons. Contudo,
diante da polissemia do termo natureza, da complexidade e multidimensionalidade das
questões ambientais e da diversidade de discursos acerca do ambiente, sustentamos a tese de
que predomina nas animações uma representação significativa dos discursos orientada para a
perspectiva hegemônica do meio ambiente, antropocêntrica e reformista, de acomodação ao
capitalismo industrial globalizado. A análise das 40 animações do corpus, veiculadas nas
edições dos festivais realizadas no período compreendido entre 1999 a 2014, reforça a
hipótese aqui defendida. Pois apesar de revelar a emergência de uma animação ambiental
brasileira caracterizada por uma diversidade técnica, estética, temática e autoral, torna
evidente que as representações dos discursos ambientais valorizam histórias em que as
relações homem/ambiente são desenvolvidas sem problematizações consistentes. Sendo
predominantemente limitadas a responsabilizar o indivíduo, sem atribuir maiores
responsabilidades à estrutura social. Por outro lado, observamos que as limitações discursivas
observadas nesse corpus revelam a animação ambiental brasileira em sua capacidade de
refratar e refletir as contradições e disputas que caracterizam o debate ambiental no contexto
nacional. Fundamentalmente, a pesquisa adotou como suporte teórico os estudos de Rousseau,
Descartes e Heidegger sobre a natureza, ambos no campo da filosofia, de Goldblatt, Dunlap e
Hannigan sobre as causas estruturais da problemática ambiental, ambos no campo da
sociologia ambiental, de Corbett, Hansen e Cox acerca das singularidades da comunicação
ambiental, dos trabalhos de Ingram, MacDonald e Ivakhiv sobre o cinema ambiental, os
estudos de Murray e Heumann, Starosielski, Whitley e Wells sobre a animação e o meio
ambiente, além dos estudos de Dryzek e Corbett sobre os discursos ambientais, e de
Fairclough e Maingueneau, acerca da constituição, circulação, poder e ideologia nos discursos. / This study analyzes the representations of environmental discourses of Brazilian animations
broadcasted in three important international festivals of environmental audiovisual films held
in Brazil: Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), Festival Latino
Americano de Cinema Ambiental (FestCineAmazônia) and Festival Internacional do
Audiovisual Ambiental (Filmambiente). Considering that environmental issues have gained
greater attention on animated cinema. From the late 1990s, when this issue started to be
represented more often in Hollywood commercial productions, and strongly by independent
audiovisual productions, we understand that animation movies have a diversity of discourses
and environmental issues, making films that represent and question the relationship between
man and nature, whose most critical approaches have been conventionally called enviro-toons.
However, given the polysemy of the term nature, as well as the complexity and
multidimensionality of environmental issues and the diversity of speeches about the
environment, we maintain the hypothesis that the predominant representation of the
discourses of animations have hegemonic, anthropocentric and environmental reformist
perspectives that tend to accommodation to globalized industrial capitalism. The analysis of a
corpus of 40 animations broadcasted in the editions of the festivals held in the period 1999-
2014 reinforces our hypothesis. Despite revealing the emergence of a Brazilian environmental
animation characterized by a technical, aesthetic, thematic and authorial diversity, the analysis
makes it clear that their representations of environmental discourses value stories in which the
man/environment relationships are developed without consistent problematizations. The
discourses are predominantly limited to blame the individual, without giving more
responsibility to the social structure. On the other hand, we observed that the discursive
limitations observed in this corpus reveal the Brazilian environmental animation in its ability
to refract and reflect the contradictions and disputes that characterize the environmental
debate in the wider context, the green public sphere. Fundamentally, we adopted as theoretical
support studies about the nature of Rousseau, Descartes and Heidegger, both in the field of
philosophy, Goldblatt, Dunlap and Hannigan about the structural causes of environmental
problems, both in the field of environmental sociology, Corbett, Hansen and Cox about the
singularities of environmental communication, of Ingram works, MacDonald and Ivakhiv
about environmental cinema, of Murray and Heumann, Starosielski, Whitley and Wells about
animation and environment, in addition to the Dryzek and Corbett studies about
environmental discourses, and Fairclough and Maingueneau about the circulation, power and
ideology in discourses.
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