A presente pesquisa objetivou avaliar a influência do sistema de alimentação, região de produção e/ou grupo genético sobre o perfil lipídico da carne de bovinos de corte através de uma sistematização e meta-análise de resultados publicados. Foram utilizados de forma agregada dados de 571 animais provenientes de nove trabalhos. As informações relacionadas à metodologia e aos resultados de cada trabalho foram tabuladas em planilha Microsoft Excel, constituindo a sistematização dos dados. Foi realizada uma meta-análise de subgrupos com co-variáveis qualitativas, modeladas através do software STATA. Os Subgrupos foram organizados da seguinte forma: Região de Produção (RP): América do Sul e Europa; Sistema de Alimentação (SA): Pasto, Concentrado e Suplementação; e Grupo Genético (GG): Britânica, Continental, Cruza Taurina, Crioula e Sintética. A análise conjunta dos trabalhos revisados demonstrou não existir influência entre diferentes grupos genéticos e regiões de terminação no teor lipídico da carne de bovinos de corte (p>0,05). Somente no Subgrupo SA para ômega-3 houve significância (p=0,0002), indicando que a alimentação a pasto pode influenciar na obtenção de maiores teores de ácidos graxos da família ômega -3 na porção intramuscular da carne dos animais. A identificação da composição lipídica da carne de bovinos com diferentes características extrínsecas contribui para o conhecimento dos fatores relevantes da formação dos ácidos graxos de interesse à saúde humana. O uso de informações agrupadas por meio de revisão sistemática e meta-análise constitui uma forma importante para elucidar questões ainda inconclusivas, porém a solidez metodológica e clareza dos dados foram identificadas como limitações desse tipo de análise. / This research aimed to systematize the results of fatty acid content in the meat of animals of different genetic groups, produced in different geographic regions and under different feeding systems, and analyze them through a meta-analysis approach. Data from 571 animals from nine studies were used. Information regarding the methodology and results of each study were tabulated in a Microsoft Excel spreadsheet, constituting the data systematization. A meta-analysis of subgroups with qualitative covariates, modeled using STATA software was performed. Subgroups were organized as follows: Region of Production (RP): South America and Europe; Feeding System (FS): Pasture, Pasture + Supplementation and Concentrated Feed; and Genetic Group (GG): British, Continental, Taurine Crossbreed, Creole and Synthetic. Analysis of the reviewed studies showed no influence of different genetic groups and fattening regions in the fat content of beef cattle meat. Only Subgroup SA to omega-3 was significant (p = 0.0002). Exclusive pasture feeding can influence the attainment of higher fatty acid content omega-3 family in the intramuscular portion of animal meat. The identification of the lipid composition of bovine meat of different extrinsic characteristics contributes significantly to knowledge of the relevant factors for the synthesis of fatty acids related to human health. Use of aggregate information by performing systematic review and meta-analysis is an important way to elucidate inconclusive issues, but the methodological soundness and clarity of data were identified as limitations of this method.

Made available in DSpace on 2014-07-29T15:13:44Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese2010_Aracele_Pales.pdf: 695173 bytes, checksum: c2cfab95f4b15e65d2286b44b98d0f9b (MD5) Previous issue date: 2010-09-10 / The aim of this study was to evaluate carcass characteristics, meat and quantify the concentrations of cortisol in animals of different genetic groups finished in feedlot.We evaluated 32 non-castrated male cattle from four different genetic groups, being: Nellore (N), Aberdeen Angus x Nelore (AN), Caracu x Nelore (CN), Guzerat x Nellore (GN). The AN group steers had average daily gain (1.28 kg ± 0.15), weight (from 50.61 ± 627.50 kg) and hot carcass weight (335.87 kg ± 31.48) than the others. The carcass yield was similar between the AN group (53.50 ± 1.30%) and group N (52.50% ± 1.06). Carcass conformation was similar between the AN group (12.12 ± 1.35) and the CN group (10.87 ± 0.83) and physiological maturity was similar between the genetic groups. The AN group showed genetic superiority (P <0.05) compared to others in most of the features that express the musculature of the carcass, being superior in at least 5.4% in carcass length and 6.7% in cushion thickness . In measuring the loin eye area of housing, the AN group (85.09 ± 11.4 cm2) was similar to the CN group (74.50 ± 7.82 cm2) and GN (73.93 ± 14.14 cm2).For fat thickness measured in the housing group AN (5.68 ± 1.16 mm) was higher than other groups. In the assessment of carcass physical composition, the groups were similar in the proportion of muscle (PMU), proportion of bone (POS) and edible portion (PCO), but the proportion of fat (PGO) was similar between the groups AN, GN and N, with a correlation between the PMU and PGO -0.92. The shear strength analysis showed no significant difference between the genetic groups. There was no difference in the thawing water loss and water loss during cooking. For the cortisol values were not significant differences between groups for the collection 1, 2 and 4, but in collecting and killing three group N and AN showed significant differences. / O objetivo do presente estudo foi avaliar características de carcaça, carne e quantificar as concentrações de cortisol em bovinos de diferentes grupos genéticos terminados em confinamento. Foram avaliados 32 bovinos machos não castrados de quatro grupos genéticos distintos, sendo: Nelore (N), Aberdeen Angus x Nelore (AN), Caracu x Nelore (CN), Guzerá x Nelore (GN). Os novilhos do grupo AN apresentaram ganho médio diário (1,28kg ± 0,15), peso de abate (627,50kg ± 50,61) e peso de carcaça quente (335,87kg ± 31,48) superior aos demais. O rendimento de carcaça foi semelhante entre o grupo AN (53,50% ± 1,30) e o grupo N (52,50% ± 1,06). A conformação da carcaça foi semelhante entre o grupo AN (12,12 ± 1,35) e o grupo CN (10,87 ± 0,83) e a maturidade fisiológica foi semelhante entre os grupos genéticos. O grupo genético AN apresentou superioridade (P<0,05) em relação aos demais na maioria das características que expressam a musculosidade da carcaça, sendo superiores em no mínimo 5,4% no comprimento da carcaça e 6,7% na espessura de coxão. Na mensuração de área de olho de lombo da carcaça, o grupo AN (85,09cm2 ± 11,4) foi semelhante ao grupo CN (74,50cm2 ± 7,82) e GN (73,93cm2 ± 14,14). Para espessura de gordura aferida na carcaça o grupo AN (5,68mm±1,16) foi superior aos outros grupos. Na avaliação de composição física da carcaça, os grupos foram semelhantes na proporção de músculo (PMU), proporção de osso (POS) e porção comestível (PCO), porém na proporção de gordura (PGO) houve semelhança entre os grupos AN, GN e N, com correlação entre PMU e PGO de -0,92. A análise de força de cisalhamento não apresentou diferença significativa entre os grupos genéticos. Não houve diferença para perda de água ao descongelamento e para perda de água no cozimento. Para os valores de cortisol, não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos durante as coletas 1, 2 e 4, porém na coleta 3 e no abate o grupo N e AN apresentaram diferenças significativas.

O objetivo deste trabalho foi estimar as exigências e a eficiência energética de vacas de corte lactantes e não gestantes, bem como do par vaca/bezerro. Posteriormente foi correlacionada a eficiência do par vaca/bezerro durante a lactação com a eficiência das mesmas vacas durante a terminação. Na fase de lactação os pares vaca/bezerro foram avaliados desde após o nascimento (17±5, d DP) até a desmama (210 d). Após a desmama foi conduzido o ensaio de terminação (67 d) e abate somente das matrizes. Foram avaliadas 10 vacas adultas ½ Caracu x Nelore (CN) e 10 ½ Angus x Nelore (AN), acasaladas com touros Red Angus (RA) e Canchim (CC), respectivamente. Na lactação o oferecimento da dieta (2,30 Mcal EM/kg e 12,4% PB) variou individualmente ao longo do período com objetivo de manter constante o peso das matrizes ao longo da lactação. A mesma dieta foi oferecida a vontade para a progênie. Durante o ensaio de terminação em confinamento a dieta (2,37 Mcal EM/kg e 10,5% PB) foi fornecida à vontade. A ingestão de matéria seca das matrizes foi de 92,4 g MS/kg PM0,75 (CV=3,2%; P=0,458). Vacas AN apresentaram produção de leite corrigida para gordura 12% superior (P<0,05). A concentração energética do leite (Mcal/kg) das vacas CN foi 9,4% superior (P<0,05). A eficiência (Mcal leite/Mcal EM ingerida) não foi diferente. A exigência de energia metabolizável de lactação (EMl) foi maior (P<0,05) para vacas AN em relação as CN, 90,1 e 74,2 (EMl, kcal EMl/kg PM0,75), respectivamente. Bezerros ½CC¼AN¼NE apresentaram ingestão de energia metabolizável (IEM) proveniente do leite 11,3% (P<0,05) superior. Bezerros ½RA¼CR¼NE foram 10,7% mais eficientes (g GP210d/Mcal IEM leite+dieta sólida). Não houve diferença para eficiência dos pares vaca/bezerro, contudo houve considerável variação individual, onde a eficiência média foi 35,3 g GP210d/Mcal IEM par (CV=11,5%). A eficiência do par foi positivamente relacionada ao ganho do bezerro (r=0,79; P<0,01) e negativamente relacionada à IEM do par (r=-0,58; P<0,05). Vacas CN ao abate apresentaram EGS 29% menor, AOL 13% maior e maior proteína no corpo vazio (P<0,05). Vacas AN apresentaram 14,7% maior proporção de órgãos internos relativo ao peso vazio e maior peso dos intestinos (P<0,01). As correlações fenotípicas demonstraram associação entre as eficiência de secreção do leite das vacas nas fase de lactação e de ganho de peso na fase de terminação (r=0,43; P=0,09). A eficiência de secreção de leite das vacas na lactação apresentou correlação com a eficiência do par (r=0,68; P<0,01). O consumo alimentar residual (CAR) das vacas na terminação foi correlacionado com o CAR das vacas em lactação (r=0,53; P<0,05) e com o CAR dos pares (r=0.62; P<0.01). Isso indica que vacas de corte mais eficientes durante a terminação são também mais eficientes no período de cria. / This study estimated the requirements and feed efficiency of non-pregnant lactating beef cows, as well as cow calf pairs. It also correlated the efficiency of the cows and their progeny during lactation to efficiency determined for the same cows in a finishing trial after weaning. In the lactating phase cow calf pairs were evaluated from just after birth (17±5, d) to weaning at 210 d. The finishing trial for the mature cows started after weaning and lasted 67 d after wich cows were slaughtered. Twenty adult cows were evaluated, 10 ½ Caracu x Nelore (CN) and 10 Angus x Nelore, bred to Red Angus (RA) and Canchim (CC) bulls, respectively. During lactation the diet (2.30 Mcal ME/kg and 12.4% CP) was offered in variable amounts to maintain individual live weight and condition score constant. The same diet was offered ad libitum to the calves. During the finishing phase cows were fed ad libitum (2.37 Mcal ME/kg e 10.5% CP). The dry matter feed intake of cows was 92,4 and SD 2,9 g DM/kg BW0,75. AN cows had fat corrected milk 12% higher compared to CN cows (P<0.05). However, milk energy content (Mcal/kg) was 9.4% higher (P<0.05) for CN cows. Efficiency of milk production (Mcal milk/Mcal ME intake) was not different. Metabolizable energy for lactation (MEl) was higher (P<0.05) for AN cows in comparison to CN, respectively 90.1 and 74.2 (MEl, kcal MEl/kg BW0,75). ME milk intake was 11.3% (P<0.05) higher for ½CC¼AN¼NE calves. Rates of gain were not different between calves, but ½RA¼CR¼NE were 10.7% more efficient (g LWG210d/Mcal MEI milk+solid diet). There was no difference in cow calf pairs efficiency, but there was a great individual variability with a mean of 35,31 g and SD of 4,08 g LWG210d/Mcal EM for the pair. Cow/calf pair efficiency was positively related to calf weight gain (r=0.79; P<0.01) and negatively to the pair metabolizable energy intake (r=-0.58; P<0.05). At slaughter CN cows presented backfat thickness 29% lower, longissimus muscle area 13% higher and higher empty body weight protein (P<0,05). AN cows had 14.7% higher relative internal organ weight and higher total intestine weight (P<0.01). The phenotypical correlations between efficiency indexes indicate moderate association between cow efficiency measured during lactation and in a short finishing period after weaning (r=0.43; P=0.09). Exist correlations between cow efficiency lactation and efficiency of the pair (r=0.68; P<0.01). Residual Feed Intake (RFI) during the finishing phase was moderately correlated to the RFI calculated during the lactation period for the cow calf pairs RFI (r=0.62; P<0.01) and the cows (r=0.53; P<0.05) indicated that beef cows more efficient in feed conversion during the finishing phase are more efficient during the lactation period.

O objetivo deste trabalho foi estimar as exigências e a eficiência energética de vacas de corte lactantes e não gestantes, bem como do par vaca/bezerro. Posteriormente foi correlacionada a eficiência do par vaca/bezerro durante a lactação com a eficiência das mesmas vacas durante a terminação. Na fase de lactação os pares vaca/bezerro foram avaliados desde após o nascimento (17±5, d DP) até a desmama (210 d). Após a desmama foi conduzido o ensaio de terminação (67 d) e abate somente das matrizes. Foram avaliadas 10 vacas adultas ½ Caracu x Nelore (CN) e 10 ½ Angus x Nelore (AN), acasaladas com touros Red Angus (RA) e Canchim (CC), respectivamente. Na lactação o oferecimento da dieta (2,30 Mcal EM/kg e 12,4% PB) variou individualmente ao longo do período com objetivo de manter constante o peso das matrizes ao longo da lactação. A mesma dieta foi oferecida a vontade para a progênie. Durante o ensaio de terminação em confinamento a dieta (2,37 Mcal EM/kg e 10,5% PB) foi fornecida à vontade. A ingestão de matéria seca das matrizes foi de 92,4 g MS/kg PM0,75 (CV=3,2%; P=0,458). Vacas AN apresentaram produção de leite corrigida para gordura 12% superior (P<0,05). A concentração energética do leite (Mcal/kg) das vacas CN foi 9,4% superior (P<0,05). A eficiência (Mcal leite/Mcal EM ingerida) não foi diferente. A exigência de energia metabolizável de lactação (EMl) foi maior (P<0,05) para vacas AN em relação as CN, 90,1 e 74,2 (EMl, kcal EMl/kg PM0,75), respectivamente. Bezerros ½CC¼AN¼NE apresentaram ingestão de energia metabolizável (IEM) proveniente do leite 11,3% (P<0,05) superior. Bezerros ½RA¼CR¼NE foram 10,7% mais eficientes (g GP210d/Mcal IEM leite+dieta sólida). Não houve diferença para eficiência dos pares vaca/bezerro, contudo houve considerável variação individual, onde a eficiência média foi 35,3 g GP210d/Mcal IEM par (CV=11,5%). A eficiência do par foi positivamente relacionada ao ganho do bezerro (r=0,79; P<0,01) e negativamente relacionada à IEM do par (r=-0,58; P<0,05). Vacas CN ao abate apresentaram EGS 29% menor, AOL 13% maior e maior proteína no corpo vazio (P<0,05). Vacas AN apresentaram 14,7% maior proporção de órgãos internos relativo ao peso vazio e maior peso dos intestinos (P<0,01). As correlações fenotípicas demonstraram associação entre as eficiência de secreção do leite das vacas nas fase de lactação e de ganho de peso na fase de terminação (r=0,43; P=0,09). A eficiência de secreção de leite das vacas na lactação apresentou correlação com a eficiência do par (r=0,68; P<0,01). O consumo alimentar residual (CAR) das vacas na terminação foi correlacionado com o CAR das vacas em lactação (r=0,53; P<0,05) e com o CAR dos pares (r=0.62; P<0.01). Isso indica que vacas de corte mais eficientes durante a terminação são também mais eficientes no período de cria. / This study estimated the requirements and feed efficiency of non-pregnant lactating beef cows, as well as cow calf pairs. It also correlated the efficiency of the cows and their progeny during lactation to efficiency determined for the same cows in a finishing trial after weaning. In the lactating phase cow calf pairs were evaluated from just after birth (17±5, d) to weaning at 210 d. The finishing trial for the mature cows started after weaning and lasted 67 d after wich cows were slaughtered. Twenty adult cows were evaluated, 10 ½ Caracu x Nelore (CN) and 10 Angus x Nelore, bred to Red Angus (RA) and Canchim (CC) bulls, respectively. During lactation the diet (2.30 Mcal ME/kg and 12.4% CP) was offered in variable amounts to maintain individual live weight and condition score constant. The same diet was offered ad libitum to the calves. During the finishing phase cows were fed ad libitum (2.37 Mcal ME/kg e 10.5% CP). The dry matter feed intake of cows was 92,4 and SD 2,9 g DM/kg BW0,75. AN cows had fat corrected milk 12% higher compared to CN cows (P<0.05). However, milk energy content (Mcal/kg) was 9.4% higher (P<0.05) for CN cows. Efficiency of milk production (Mcal milk/Mcal ME intake) was not different. Metabolizable energy for lactation (MEl) was higher (P<0.05) for AN cows in comparison to CN, respectively 90.1 and 74.2 (MEl, kcal MEl/kg BW0,75). ME milk intake was 11.3% (P<0.05) higher for ½CC¼AN¼NE calves. Rates of gain were not different between calves, but ½RA¼CR¼NE were 10.7% more efficient (g LWG210d/Mcal MEI milk+solid diet). There was no difference in cow calf pairs efficiency, but there was a great individual variability with a mean of 35,31 g and SD of 4,08 g LWG210d/Mcal EM for the pair. Cow/calf pair efficiency was positively related to calf weight gain (r=0.79; P<0.01) and negatively to the pair metabolizable energy intake (r=-0.58; P<0.05). At slaughter CN cows presented backfat thickness 29% lower, longissimus muscle area 13% higher and higher empty body weight protein (P<0,05). AN cows had 14.7% higher relative internal organ weight and higher total intestine weight (P<0.01). The phenotypical correlations between efficiency indexes indicate moderate association between cow efficiency measured during lactation and in a short finishing period after weaning (r=0.43; P=0.09). Exist correlations between cow efficiency lactation and efficiency of the pair (r=0.68; P<0.01). Residual Feed Intake (RFI) during the finishing phase was moderately correlated to the RFI calculated during the lactation period for the cow calf pairs RFI (r=0.62; P<0.01) and the cows (r=0.53; P<0.05) indicated that beef cows more efficient in feed conversion during the finishing phase are more efficient during the lactation period.