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Múltiplas evidências de perturbações ambientais durante a deposição da turfeira Pós-Glacial (Sakmariano) da Mina de Faxinal, Sul da Bacia do Paraná / Multiple evidences of environmental disturbances during the post-glacial peat deposition of the faxinal coalfield (Sakmarian), southern Paraná basinSchmidt, Isabela Degani January 2016 (has links)
Perturbações ambientais foram detectadas em sistema de turfeira no sul da Bacia do Paraná (Mina de Faxinal, Formação Rio Bonito) durante o Eopermiano (idade radiométrica 291 ± 1.3 Ma, topo do Sakmariano) sob vigência de período climático pós-glacial da Idade do Gelo do Neopaleozoico. Além da detecção de incêndios recorrentes, foi identificado um evento de incêndio autóctone/hipoautóctone em vegetação arbórea em um horizonte no carvão contendo grandes fragmentos de lenhos queimados comprimidos (21,8 x 13.4 cm). A influência de vulcanismo está registrada sob a forma de uma camada de tonstein (cinza vulcânica sedimentada) intercalada ao carvão, onde estão incluídas abundantes compressões de folhas glossopterídeas. A análise do carvão consistiu em determinação de refletância sob óleo de macerais do grupo inertinita em blocos polidos para confirmar a identificação de carvão vegetal macroscópico e ocorrência de incêndios na turfeira. Adicionalmente, a observação da matéria orgânica sob fluorescência nos blocos revelou que os incêndios não afetaram a microflora, mas alteração na fluorescência evidenciou dessecação ambiental, verificada também em lâminas palinofaciológicas. Sob microscopia eletrônica de varredura, o carvão vegetal apresentou paredes celulares homogeneizadas, indicando temperaturas de queima acima de 325ºC, mas não superiores a 400ºC devido aos baixos resultados de refletância e à preservação de tecido vegetal delicado. A preservação de floema secundário, em associação orgânica com xilema tipo Agathoxylon, é registrada ineditamente. A observação sob microscopia de luz transmitida das cutículas foliares extraídas do tonstein permitiu descrição detalhada de padrões xeromórficos que ocorrem de forma endêmica nas epidermes de glossopterídeas de Faxinal e foram atribuídos a respostas adaptativas às frequentes perturbações ambientais que afetaram a floresta turfosa, tais como incêndios recorrentes por dessecação ambiental cíclica ou influência de vulcanismo regional. Esses fatores, em conjunto ou alternativamente, garantiram a dominância monotípica de Glossopteris pubescens nom. nov. na comunidade. O conjunto de evidências indicou que os incêndios foram de superfície, em baixas temperaturas, o transporte do carvão vegetal foi praticamente inexistente no horizonte de grandes fragmentos de lenhos queimados e que os demais incêndios recorrentes tiveram pouco efeito na comunidade proximal, ocorrendo regularmente nas áreas de entorno da turfeira dado o aporte de carvão vegetal macroscópico fragmentário. Durante a fase de aquecimento pós-glacial no Permiano, os ambientes de turfeira no Gondwana eram altamente suscetíveis à ocorrência de incêndios dos quais as glossopterídeas se beneficiavam para manter sua dominância e abundância nessas comunidades, por possuírem eficiente plasticidade adaptativa para sobreviver a condições extremas em ambientes altamente perturbados. / Environmental disturbances were detected in a peat-forming environment from the southern Brazilian Paraná Basin (Faxinal Coalfield, Rio Bonito Formation) during the lower Permian (radiometric age 291 ± 1.3 Ma, late Sakmarian) under post-glacial conditions in the Late Paleozoic Ice Age. In addition to recurrent wildfires, an autochthonous/hypauthochthonous wildfire event was identified in the woody vegetation from a coal horizon containing compressed, large-sized logs (21,8 x 13.4 cm). Volcanic influence is recorded in a tonstein layer (sedimentary volcanic ash) interbedded in the coal, where abundant compressed glossopterid leaves are entombed. The coal analysis consisted of reflectance measurements in polished blocks under oil of macerals of the inertinite group to confirm the macroscopic charcoal identification and wildfire occurrence in the peatland. Additionally, the observation of the organic matter in the polished block under fluorescence showed that the microflora has not been affected by the wildfires, but altered fluorescence evidenced environmental dryness, verified in palynofacies slides as well. Under scannin electron microscopy, the charcoal showed homogenized cell walls, indicating burning temperatures higher than 325ºC, but not higher than 400ºC given the low reflectance values and the preservation of fragile plant tissue. The preservation of secondary phloem in organic association with Agathoxylon wood-type is a first paleobotanical record. Observation under transmitted light of the leaf cuticles extracted from the tonstein allowed for the detailed description of xeromorphic patterns, which have been attributed to adaptative responses to the frequent environmental disturbances affecting the peat forest, such as recurrent wildfires due to environmental dryness or regional volcanic activity. These factors, collectively or in an alternating way, ensured the monotypic dominance of Glossopteris pubescens nom. nov. in the plant community. The set of evidences indicated low temperature surface fires, virtually inexistent charcoal transport in the charcoalified log horizon and that the other wildfire events had little effect in the proximal community, occurring regularly in the surrounding areas of the peatland given the fragmentary macroscopic charcoal input. During the postglacial warming in the Permian, the Gondwanan peatlands were highly susceptible to wildfires from which the glossopterids benefited to maintain their dominance and abundance in these communities due to efficient adaptative plasticity to survive under extreme conditions in highly disturbed environments.
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Revisão da tafoflora interglacial de Cerquilho (SP), porção superior do Grupo Itararé, eocisuraliano da Borda Nordeste da Bacia do Paraná: o gênero Gangamopteris Mccoy, 1860 / not availableHoetzel, Amanda 24 October 2014 (has links)
No Gondwana, durante o Eopermiano, várias associações paleoflorísticas desenvolveram-se em sucessivas condições periglaciais ou interglaciais/interestadiais e pós-glaciais, designadas floras pré-glossopterídeas, protoglossopterídeas / Gangamopteris e Glossopteris. A diversidade florística de cada região gondvânica esteve condicionada à proximidade, distanciamento ou mesmo à ausência ou retirada de geleiras. No estado de São Paulo, desenvolveram-se e preservaram-se tafofloras pré-glossopterídeas (como as de Itapeva, Buri e Monte-Mor) e tafofloras de protoglossopterídeas / Gangamopteris como as de Tietê (à margem do rio Capivari, estrada Tietê-Piracicaba), de Cesário Lange e de Cerquilho, todas associadas a carvões. A diversidade florística de cada região gondvânica esteve condicionada à proximidade, distanciamento ou mesmo à ausência ou retirada de geleiras. Este trabalho analisa a tafoflora interglacial do \"sítio Toca do Índio\", situada cerca de 9 km a sudoeste da cidade de Cerquilho, SP, tendo em vista a necessidade de revisão e complementação dos estudos tafonômico, morfográfico e taxonômico dessa tafoflora interglacial, enfatizando seus componentes protoglossopterídeos e glossopterídeos e de buscar melhor posicionamento desta tafoflora na coluna bioestratigráfica, revisando sua antiguidade e estágio evolutivo de seus integrantes gangamopteróides e possíveis interpretações paleoecológicas, paleogeográficas e paleoclimáticas. Entre quase 400 espécimes, depositados na coleção paleontológica do Instituto de Geociências da USP, envolvendo folhas, caules, sementes, frutificações, raízes, etc., cerca de 70 correspondem a gangamopterídeas ou cordaitales. Os fitofósseis estão preservados na forma de impressões/raras compressões. Apresentam-se, em geral, dispostos horizontalmente nos estratos como folhas isoladas, desarticuladas, ou mais raramente ocorrendo em tufos de três a quatro folhas conectadas. Esparsas na matriz, raramente se apresentam paralelas umas às outras, mas normalmente, estão em disposição caótica na superfície dos estratos. Foram preparados mecanicamente, com limpeza e liberação das partes recobertas pela matriz, utilizando marteletes, estiletes, talhadeiras, etc., bem como identificação preliminar de todos os componentes da coleção. Foram feitos: exame do material Dissertação de Mestrado HOELZEL 2014 8 sob estereomicroscópio, procedendo à mensuração linear e de ângulos, descrição da morfologia dos espécimes foliares e de sua venação; documentação gráfica, com obtenção de fotomacrografias e fotomicrografias dos espécimes descritos, desenhos em câmara clara e sobre fotos ampliadas digitalmente, e bem como comparações com espécies já identificadas, na literatura paleobotânica pertinente. Algumas reflexões foram feitas sobre \"a evolução da arquitetura foliar do gênero Gangamopteris McCoy 1860, em sucessões paleoflorísticas gondvânicas brasileiras e sua comparação com as indianas\", na forma de um artigo aqui incluído. Numerosos trabalhos anteriores registraram, para a tafoflora do \"sítio Toca do Índio\", os seguintes componentes: Paracalamites australis, Phyllotheca australis, Stephanophyllites sanpaulensis, Cordaites, Rubidgea obovata, R. lanceolata, R. lanceolata var. truncata, R. itapemensis, Gangamopteris angustifolia, G. obovata, G. stephensonii, G. dolianitii, G. roesleri, Fertiliger tipo Brasiloide, Arberia minasica, A. sp, Arberiopsis boureaui, A.sp, Samaropsis cerquilhensis, Cordaicarpus brasilianus, Samaropsis rigbyi, S. dolianitii, S. tietensis, S. moreirana, S. goraiensis, S. rohnii, S. rugata e Paranocladus. A revisão dos elementos protoglossopterídeos e gangamopterídeos levou a restringir, por sinonímia, sua composição a Gangamopteris angustifolia, G. buriadica (agora reconhecida na tafoflora), G. obovata, G. stephensonii, G. dolianitii e G. roesleri. Sua alta diversidade específica, na comparação com as tafofloras do sul da bacia do Paraná, da Formação La Golondrina, da Argentina e Talchir inferior da Índia, ressalta seu caráter primitivo e de possível centro dispersor do gênero. O aspecto bioestratinômico, muitas vezes tridimensionalmente disposto, de alguns fitofósseis na rocha matriz, corrobora a hipótese de deposição em ambiente com possível remoção e / ou ressedimentação por ação de empurrão de gelo ou movimentação por densas águas de degelo. / On the Gondwana during the Early Permian, several paleofloristic associations developed in successive periglacial or interglacial / interestadial and post-glacial conditions, designated Pre-Glossopteris flora, protoglossopterids / Gangamopteris flora and Glossopteris flora. The floristic diversity of each Gondwanian region was affected by the proximity, distance or even the absence or withdrawal of glaciers. In the state of São Paulo, were developed and preserved pre -glossopterids taphoflora (as Itapeva, Buri and Monte-Mor) and protoglossopterids / Gangamopteris taphofloras as of Tietê (border of the Capivari river, Tietê -Piracicaba road), Cesario Lange and Cerquilho all associated with coals seams. This paper analyzes the interglacial taphoflora of \"sítio Toca do Índio\", located about 9 km southwest of the city of Cerquilho, SP, due to the need for revision and complementing of taphonomic, morphographic and taxonomic studies of this interglacial taphoflora emphasizing its protoglossopterid and glossopterid components and get this taphoflora better positioning in the stratigraphic column reviewing its antiquity and evolutionary stage of its gangamopteroid members and possible paleoecological, paleogeographic and paleoclimatic interpretations. Among almost 400 specimens, deposited in the Institute of Geosciences of USP paleontological collection, involving leaves, stems, seeds, fruiting, root, etc.., About 70 correspond to gangamopterids or cordaitales.The plant fossils are preserved as rare impressions / compressions. They appear, in general, arranged horizontally in layers as isolated leaves, disjointed, or more rarely occurring in clusters of three to four connected leaves. Scattered in the matrix, rarely occur parallel to each other, but usually are in a chaotic arrangement on the layers surface. The specimens were mechanically prepared with cleaning and releasing from matrix fragments recovering parts of them by using hammers, cutters, slitters, etc., as well as preliminary identification of all components of the collection. Examination of the material under stereomicroscope, proceeding to linear measurement and angles, description of foliar specimens morphology and venation; graphic documentation, obtaining photomacrographs and photomicrographs of the specimens described, camera lucida and on digitally magnified photos drawings as well as comparison with species already identified in the relevant paleobotany literature were made. Some reflections were made on \"the evolution of leaf architecture of the genre Gangamopteris McCoy 1860 in Brazilian Gondwanan paleofloristic sequences and its comparison with the Indian ones in the form of an article included here. Numerous previous studies reported, for the taphoflora \"sítio Toca do Índio\", the following components: Paracalamites australis, Phyllotheca australis, Stephanophyllites sanpaulensis, Cordaites, Rubidgea obovata, R. lanceolata, R. lanceolata var. truncata, R. itapemensis, Gangamopteris angustifolia, G. obovata, G. stephensonii, G. dolianitii, G. roesleri, Fertiliger tipo Brasiloide, Arberia minasica, A. sp, Arberiopsis boureaui, A.sp, Samaropsis cerquilhensis, Cordaicarpus brasilianus, Samaropsis rigbyi, S. dolianitii, S. tietensis, S. moreirana, S. goraiensis, S. rohnii, S. rugata and Paranocladus. The revision of the protoglossopterid and gangamopterid elements led to restrict, by synonymy, their membership to Gangamopteris angustifolia, G. buriadica (now recognized in the taphoflora), G. obovata, G. stephensonii, G. dolianitii and G. roesleri. Its high species diversity in comparison with taphofloras from the southern area of the Paraná Basin, of the La Golondrina Formation, Argentina and lower Talchir from India, emphasizes its primitive character and of a putative dispersal center of the genus. The biostratinomic aspect, often three-dimensionally arranged of some fossil specimens in the matrix rock, corroborates the hypothesis of deposition in environment with possible removal and / or resedimentation influenced by action of ice push or by turnover caused by dense water defrost.
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Múltiplas evidências de perturbações ambientais durante a deposição da turfeira Pós-Glacial (Sakmariano) da Mina de Faxinal, Sul da Bacia do Paraná / Multiple evidences of environmental disturbances during the post-glacial peat deposition of the faxinal coalfield (Sakmarian), southern Paraná basinSchmidt, Isabela Degani January 2016 (has links)
Perturbações ambientais foram detectadas em sistema de turfeira no sul da Bacia do Paraná (Mina de Faxinal, Formação Rio Bonito) durante o Eopermiano (idade radiométrica 291 ± 1.3 Ma, topo do Sakmariano) sob vigência de período climático pós-glacial da Idade do Gelo do Neopaleozoico. Além da detecção de incêndios recorrentes, foi identificado um evento de incêndio autóctone/hipoautóctone em vegetação arbórea em um horizonte no carvão contendo grandes fragmentos de lenhos queimados comprimidos (21,8 x 13.4 cm). A influência de vulcanismo está registrada sob a forma de uma camada de tonstein (cinza vulcânica sedimentada) intercalada ao carvão, onde estão incluídas abundantes compressões de folhas glossopterídeas. A análise do carvão consistiu em determinação de refletância sob óleo de macerais do grupo inertinita em blocos polidos para confirmar a identificação de carvão vegetal macroscópico e ocorrência de incêndios na turfeira. Adicionalmente, a observação da matéria orgânica sob fluorescência nos blocos revelou que os incêndios não afetaram a microflora, mas alteração na fluorescência evidenciou dessecação ambiental, verificada também em lâminas palinofaciológicas. Sob microscopia eletrônica de varredura, o carvão vegetal apresentou paredes celulares homogeneizadas, indicando temperaturas de queima acima de 325ºC, mas não superiores a 400ºC devido aos baixos resultados de refletância e à preservação de tecido vegetal delicado. A preservação de floema secundário, em associação orgânica com xilema tipo Agathoxylon, é registrada ineditamente. A observação sob microscopia de luz transmitida das cutículas foliares extraídas do tonstein permitiu descrição detalhada de padrões xeromórficos que ocorrem de forma endêmica nas epidermes de glossopterídeas de Faxinal e foram atribuídos a respostas adaptativas às frequentes perturbações ambientais que afetaram a floresta turfosa, tais como incêndios recorrentes por dessecação ambiental cíclica ou influência de vulcanismo regional. Esses fatores, em conjunto ou alternativamente, garantiram a dominância monotípica de Glossopteris pubescens nom. nov. na comunidade. O conjunto de evidências indicou que os incêndios foram de superfície, em baixas temperaturas, o transporte do carvão vegetal foi praticamente inexistente no horizonte de grandes fragmentos de lenhos queimados e que os demais incêndios recorrentes tiveram pouco efeito na comunidade proximal, ocorrendo regularmente nas áreas de entorno da turfeira dado o aporte de carvão vegetal macroscópico fragmentário. Durante a fase de aquecimento pós-glacial no Permiano, os ambientes de turfeira no Gondwana eram altamente suscetíveis à ocorrência de incêndios dos quais as glossopterídeas se beneficiavam para manter sua dominância e abundância nessas comunidades, por possuírem eficiente plasticidade adaptativa para sobreviver a condições extremas em ambientes altamente perturbados. / Environmental disturbances were detected in a peat-forming environment from the southern Brazilian Paraná Basin (Faxinal Coalfield, Rio Bonito Formation) during the lower Permian (radiometric age 291 ± 1.3 Ma, late Sakmarian) under post-glacial conditions in the Late Paleozoic Ice Age. In addition to recurrent wildfires, an autochthonous/hypauthochthonous wildfire event was identified in the woody vegetation from a coal horizon containing compressed, large-sized logs (21,8 x 13.4 cm). Volcanic influence is recorded in a tonstein layer (sedimentary volcanic ash) interbedded in the coal, where abundant compressed glossopterid leaves are entombed. The coal analysis consisted of reflectance measurements in polished blocks under oil of macerals of the inertinite group to confirm the macroscopic charcoal identification and wildfire occurrence in the peatland. Additionally, the observation of the organic matter in the polished block under fluorescence showed that the microflora has not been affected by the wildfires, but altered fluorescence evidenced environmental dryness, verified in palynofacies slides as well. Under scannin electron microscopy, the charcoal showed homogenized cell walls, indicating burning temperatures higher than 325ºC, but not higher than 400ºC given the low reflectance values and the preservation of fragile plant tissue. The preservation of secondary phloem in organic association with Agathoxylon wood-type is a first paleobotanical record. Observation under transmitted light of the leaf cuticles extracted from the tonstein allowed for the detailed description of xeromorphic patterns, which have been attributed to adaptative responses to the frequent environmental disturbances affecting the peat forest, such as recurrent wildfires due to environmental dryness or regional volcanic activity. These factors, collectively or in an alternating way, ensured the monotypic dominance of Glossopteris pubescens nom. nov. in the plant community. The set of evidences indicated low temperature surface fires, virtually inexistent charcoal transport in the charcoalified log horizon and that the other wildfire events had little effect in the proximal community, occurring regularly in the surrounding areas of the peatland given the fragmentary macroscopic charcoal input. During the postglacial warming in the Permian, the Gondwanan peatlands were highly susceptible to wildfires from which the glossopterids benefited to maintain their dominance and abundance in these communities due to efficient adaptative plasticity to survive under extreme conditions in highly disturbed environments.
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Revisão da tafoflora interglacial de Cerquilho (SP), porção superior do Grupo Itararé, eocisuraliano da Borda Nordeste da Bacia do Paraná: o gênero Gangamopteris Mccoy, 1860 / not availableAmanda Hoetzel 24 October 2014 (has links)
No Gondwana, durante o Eopermiano, várias associações paleoflorísticas desenvolveram-se em sucessivas condições periglaciais ou interglaciais/interestadiais e pós-glaciais, designadas floras pré-glossopterídeas, protoglossopterídeas / Gangamopteris e Glossopteris. A diversidade florística de cada região gondvânica esteve condicionada à proximidade, distanciamento ou mesmo à ausência ou retirada de geleiras. No estado de São Paulo, desenvolveram-se e preservaram-se tafofloras pré-glossopterídeas (como as de Itapeva, Buri e Monte-Mor) e tafofloras de protoglossopterídeas / Gangamopteris como as de Tietê (à margem do rio Capivari, estrada Tietê-Piracicaba), de Cesário Lange e de Cerquilho, todas associadas a carvões. A diversidade florística de cada região gondvânica esteve condicionada à proximidade, distanciamento ou mesmo à ausência ou retirada de geleiras. Este trabalho analisa a tafoflora interglacial do \"sítio Toca do Índio\", situada cerca de 9 km a sudoeste da cidade de Cerquilho, SP, tendo em vista a necessidade de revisão e complementação dos estudos tafonômico, morfográfico e taxonômico dessa tafoflora interglacial, enfatizando seus componentes protoglossopterídeos e glossopterídeos e de buscar melhor posicionamento desta tafoflora na coluna bioestratigráfica, revisando sua antiguidade e estágio evolutivo de seus integrantes gangamopteróides e possíveis interpretações paleoecológicas, paleogeográficas e paleoclimáticas. Entre quase 400 espécimes, depositados na coleção paleontológica do Instituto de Geociências da USP, envolvendo folhas, caules, sementes, frutificações, raízes, etc., cerca de 70 correspondem a gangamopterídeas ou cordaitales. Os fitofósseis estão preservados na forma de impressões/raras compressões. Apresentam-se, em geral, dispostos horizontalmente nos estratos como folhas isoladas, desarticuladas, ou mais raramente ocorrendo em tufos de três a quatro folhas conectadas. Esparsas na matriz, raramente se apresentam paralelas umas às outras, mas normalmente, estão em disposição caótica na superfície dos estratos. Foram preparados mecanicamente, com limpeza e liberação das partes recobertas pela matriz, utilizando marteletes, estiletes, talhadeiras, etc., bem como identificação preliminar de todos os componentes da coleção. Foram feitos: exame do material Dissertação de Mestrado HOELZEL 2014 8 sob estereomicroscópio, procedendo à mensuração linear e de ângulos, descrição da morfologia dos espécimes foliares e de sua venação; documentação gráfica, com obtenção de fotomacrografias e fotomicrografias dos espécimes descritos, desenhos em câmara clara e sobre fotos ampliadas digitalmente, e bem como comparações com espécies já identificadas, na literatura paleobotânica pertinente. Algumas reflexões foram feitas sobre \"a evolução da arquitetura foliar do gênero Gangamopteris McCoy 1860, em sucessões paleoflorísticas gondvânicas brasileiras e sua comparação com as indianas\", na forma de um artigo aqui incluído. Numerosos trabalhos anteriores registraram, para a tafoflora do \"sítio Toca do Índio\", os seguintes componentes: Paracalamites australis, Phyllotheca australis, Stephanophyllites sanpaulensis, Cordaites, Rubidgea obovata, R. lanceolata, R. lanceolata var. truncata, R. itapemensis, Gangamopteris angustifolia, G. obovata, G. stephensonii, G. dolianitii, G. roesleri, Fertiliger tipo Brasiloide, Arberia minasica, A. sp, Arberiopsis boureaui, A.sp, Samaropsis cerquilhensis, Cordaicarpus brasilianus, Samaropsis rigbyi, S. dolianitii, S. tietensis, S. moreirana, S. goraiensis, S. rohnii, S. rugata e Paranocladus. A revisão dos elementos protoglossopterídeos e gangamopterídeos levou a restringir, por sinonímia, sua composição a Gangamopteris angustifolia, G. buriadica (agora reconhecida na tafoflora), G. obovata, G. stephensonii, G. dolianitii e G. roesleri. Sua alta diversidade específica, na comparação com as tafofloras do sul da bacia do Paraná, da Formação La Golondrina, da Argentina e Talchir inferior da Índia, ressalta seu caráter primitivo e de possível centro dispersor do gênero. O aspecto bioestratinômico, muitas vezes tridimensionalmente disposto, de alguns fitofósseis na rocha matriz, corrobora a hipótese de deposição em ambiente com possível remoção e / ou ressedimentação por ação de empurrão de gelo ou movimentação por densas águas de degelo. / On the Gondwana during the Early Permian, several paleofloristic associations developed in successive periglacial or interglacial / interestadial and post-glacial conditions, designated Pre-Glossopteris flora, protoglossopterids / Gangamopteris flora and Glossopteris flora. The floristic diversity of each Gondwanian region was affected by the proximity, distance or even the absence or withdrawal of glaciers. In the state of São Paulo, were developed and preserved pre -glossopterids taphoflora (as Itapeva, Buri and Monte-Mor) and protoglossopterids / Gangamopteris taphofloras as of Tietê (border of the Capivari river, Tietê -Piracicaba road), Cesario Lange and Cerquilho all associated with coals seams. This paper analyzes the interglacial taphoflora of \"sítio Toca do Índio\", located about 9 km southwest of the city of Cerquilho, SP, due to the need for revision and complementing of taphonomic, morphographic and taxonomic studies of this interglacial taphoflora emphasizing its protoglossopterid and glossopterid components and get this taphoflora better positioning in the stratigraphic column reviewing its antiquity and evolutionary stage of its gangamopteroid members and possible paleoecological, paleogeographic and paleoclimatic interpretations. Among almost 400 specimens, deposited in the Institute of Geosciences of USP paleontological collection, involving leaves, stems, seeds, fruiting, root, etc.., About 70 correspond to gangamopterids or cordaitales.The plant fossils are preserved as rare impressions / compressions. They appear, in general, arranged horizontally in layers as isolated leaves, disjointed, or more rarely occurring in clusters of three to four connected leaves. Scattered in the matrix, rarely occur parallel to each other, but usually are in a chaotic arrangement on the layers surface. The specimens were mechanically prepared with cleaning and releasing from matrix fragments recovering parts of them by using hammers, cutters, slitters, etc., as well as preliminary identification of all components of the collection. Examination of the material under stereomicroscope, proceeding to linear measurement and angles, description of foliar specimens morphology and venation; graphic documentation, obtaining photomacrographs and photomicrographs of the specimens described, camera lucida and on digitally magnified photos drawings as well as comparison with species already identified in the relevant paleobotany literature were made. Some reflections were made on \"the evolution of leaf architecture of the genre Gangamopteris McCoy 1860 in Brazilian Gondwanan paleofloristic sequences and its comparison with the Indian ones in the form of an article included here. Numerous previous studies reported, for the taphoflora \"sítio Toca do Índio\", the following components: Paracalamites australis, Phyllotheca australis, Stephanophyllites sanpaulensis, Cordaites, Rubidgea obovata, R. lanceolata, R. lanceolata var. truncata, R. itapemensis, Gangamopteris angustifolia, G. obovata, G. stephensonii, G. dolianitii, G. roesleri, Fertiliger tipo Brasiloide, Arberia minasica, A. sp, Arberiopsis boureaui, A.sp, Samaropsis cerquilhensis, Cordaicarpus brasilianus, Samaropsis rigbyi, S. dolianitii, S. tietensis, S. moreirana, S. goraiensis, S. rohnii, S. rugata and Paranocladus. The revision of the protoglossopterid and gangamopterid elements led to restrict, by synonymy, their membership to Gangamopteris angustifolia, G. buriadica (now recognized in the taphoflora), G. obovata, G. stephensonii, G. dolianitii and G. roesleri. Its high species diversity in comparison with taphofloras from the southern area of the Paraná Basin, of the La Golondrina Formation, Argentina and lower Talchir from India, emphasizes its primitive character and of a putative dispersal center of the genus. The biostratinomic aspect, often three-dimensionally arranged of some fossil specimens in the matrix rock, corroborates the hypothesis of deposition in environment with possible removal and / or resedimentation influenced by action of ice push or by turnover caused by dense water defrost.
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Múltiplas evidências de perturbações ambientais durante a deposição da turfeira Pós-Glacial (Sakmariano) da Mina de Faxinal, Sul da Bacia do Paraná / Multiple evidences of environmental disturbances during the post-glacial peat deposition of the faxinal coalfield (Sakmarian), southern Paraná basinSchmidt, Isabela Degani January 2016 (has links)
Perturbações ambientais foram detectadas em sistema de turfeira no sul da Bacia do Paraná (Mina de Faxinal, Formação Rio Bonito) durante o Eopermiano (idade radiométrica 291 ± 1.3 Ma, topo do Sakmariano) sob vigência de período climático pós-glacial da Idade do Gelo do Neopaleozoico. Além da detecção de incêndios recorrentes, foi identificado um evento de incêndio autóctone/hipoautóctone em vegetação arbórea em um horizonte no carvão contendo grandes fragmentos de lenhos queimados comprimidos (21,8 x 13.4 cm). A influência de vulcanismo está registrada sob a forma de uma camada de tonstein (cinza vulcânica sedimentada) intercalada ao carvão, onde estão incluídas abundantes compressões de folhas glossopterídeas. A análise do carvão consistiu em determinação de refletância sob óleo de macerais do grupo inertinita em blocos polidos para confirmar a identificação de carvão vegetal macroscópico e ocorrência de incêndios na turfeira. Adicionalmente, a observação da matéria orgânica sob fluorescência nos blocos revelou que os incêndios não afetaram a microflora, mas alteração na fluorescência evidenciou dessecação ambiental, verificada também em lâminas palinofaciológicas. Sob microscopia eletrônica de varredura, o carvão vegetal apresentou paredes celulares homogeneizadas, indicando temperaturas de queima acima de 325ºC, mas não superiores a 400ºC devido aos baixos resultados de refletância e à preservação de tecido vegetal delicado. A preservação de floema secundário, em associação orgânica com xilema tipo Agathoxylon, é registrada ineditamente. A observação sob microscopia de luz transmitida das cutículas foliares extraídas do tonstein permitiu descrição detalhada de padrões xeromórficos que ocorrem de forma endêmica nas epidermes de glossopterídeas de Faxinal e foram atribuídos a respostas adaptativas às frequentes perturbações ambientais que afetaram a floresta turfosa, tais como incêndios recorrentes por dessecação ambiental cíclica ou influência de vulcanismo regional. Esses fatores, em conjunto ou alternativamente, garantiram a dominância monotípica de Glossopteris pubescens nom. nov. na comunidade. O conjunto de evidências indicou que os incêndios foram de superfície, em baixas temperaturas, o transporte do carvão vegetal foi praticamente inexistente no horizonte de grandes fragmentos de lenhos queimados e que os demais incêndios recorrentes tiveram pouco efeito na comunidade proximal, ocorrendo regularmente nas áreas de entorno da turfeira dado o aporte de carvão vegetal macroscópico fragmentário. Durante a fase de aquecimento pós-glacial no Permiano, os ambientes de turfeira no Gondwana eram altamente suscetíveis à ocorrência de incêndios dos quais as glossopterídeas se beneficiavam para manter sua dominância e abundância nessas comunidades, por possuírem eficiente plasticidade adaptativa para sobreviver a condições extremas em ambientes altamente perturbados. / Environmental disturbances were detected in a peat-forming environment from the southern Brazilian Paraná Basin (Faxinal Coalfield, Rio Bonito Formation) during the lower Permian (radiometric age 291 ± 1.3 Ma, late Sakmarian) under post-glacial conditions in the Late Paleozoic Ice Age. In addition to recurrent wildfires, an autochthonous/hypauthochthonous wildfire event was identified in the woody vegetation from a coal horizon containing compressed, large-sized logs (21,8 x 13.4 cm). Volcanic influence is recorded in a tonstein layer (sedimentary volcanic ash) interbedded in the coal, where abundant compressed glossopterid leaves are entombed. The coal analysis consisted of reflectance measurements in polished blocks under oil of macerals of the inertinite group to confirm the macroscopic charcoal identification and wildfire occurrence in the peatland. Additionally, the observation of the organic matter in the polished block under fluorescence showed that the microflora has not been affected by the wildfires, but altered fluorescence evidenced environmental dryness, verified in palynofacies slides as well. Under scannin electron microscopy, the charcoal showed homogenized cell walls, indicating burning temperatures higher than 325ºC, but not higher than 400ºC given the low reflectance values and the preservation of fragile plant tissue. The preservation of secondary phloem in organic association with Agathoxylon wood-type is a first paleobotanical record. Observation under transmitted light of the leaf cuticles extracted from the tonstein allowed for the detailed description of xeromorphic patterns, which have been attributed to adaptative responses to the frequent environmental disturbances affecting the peat forest, such as recurrent wildfires due to environmental dryness or regional volcanic activity. These factors, collectively or in an alternating way, ensured the monotypic dominance of Glossopteris pubescens nom. nov. in the plant community. The set of evidences indicated low temperature surface fires, virtually inexistent charcoal transport in the charcoalified log horizon and that the other wildfire events had little effect in the proximal community, occurring regularly in the surrounding areas of the peatland given the fragmentary macroscopic charcoal input. During the postglacial warming in the Permian, the Gondwanan peatlands were highly susceptible to wildfires from which the glossopterids benefited to maintain their dominance and abundance in these communities due to efficient adaptative plasticity to survive under extreme conditions in highly disturbed environments.
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