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Percepção de Maus-Tratos no Domicílio pelo Idoso Morador no Município de Juazeiro-BA

BEZERRA, M. L. B. F. 29 October 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-29T14:10:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_3632_FINAL IMPRESSAO maria Luiza.pdf: 614540 bytes, checksum: 15832be9c728b09c7cdd1fda046eb3ec (MD5) Previous issue date: 2010-10-29 / A população brasileira apresenta um processo de envelhecimento acelerado e se espera que em 2025 o Brasil seja o sexto país com mais idosos no mundo (IBGE, 2004). Os profissionais da saúde, principalmente aqueles que fazem parte da Estratégia de Saúde da Família e Comunidade, deparam-se constantemente - com queixas relacionadas à violência doméstica e social contra os idosos. Assim, necessitam compreender este fenômeno para atuar em defesa e garantir a qualidade de vida destes indivíduos. A Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano de Bronfenbrenner (1996) foi a fundamentação teórica utilizada nesta pesquisa e permitiu o estudo do idoso dentro do microssistema familiar, a sua integração dentro deste ambiente ecológico e assim tornou possível a investigação sobre a violência que ocorre no domicílio. O objetivo geral deste trabalho foi analisar a percepção de violência pelo idoso e como ele reage diante de uma situação de violência. A investigação, realizada em Juazeiro-BA, contou com a participação de 10 idosos, na faixa etária entre 64 e 84 anos, que frequentavam a Unidade de Saúde da Família e que possuiam indícios de violência. As informações sóciodemográficas dos participantes foram coletadas a partir do prontuário da família dos idosos e complementadas no momento da entrevista. Dos 10 idosos pesquisados, 9 eram do sexo feminino, 6 tinham mais de seis filhos, 5 moravam com mais de quatro pessoas no domicílio, 8 eram analfabetos e tinham alguma religião, 6 eram do lar, 10 possuiam alguma doença crônica e 10 recebiam até um salário mínimo: sendo, para a maioria, a única fonte de renda da família. O roteiro da entrevista continha questões que buscavam identificar os seguintes aspectos: relações familiares e pessoais dos idosos; tipos de violência e a percepção deles da violência; autores da violência; reações e a estratégia de enfrentamento utilizadas por eles diante da situação. Depois da transcrição das entrevistas, foi efetuada a análise do conteúdo conforme orienta Bardin (2006). As principais formas de violência presentes no ambiente doméstico dos idosos foram a psicológica (90%) e a negligência (100%), seguindo com a financeira (50%) e em menor proporção a física (30%) e o abandono (30%). A violência foi percebida nas ações e circunstâncias vivenciadas por eles no cotidiano como confusão, bebida, brigas, desentendimento, brutalidade, desobediência, tristeza e agressão física. Em relação aos autores da violência, observou-se que eram, na maioria das vezes, filhos da vitima, do sexo masculino, dependentes financeiramente e usuários de drogas e de álcool. A reação dos idosos diante das situações de violência apresentou-se em alguns casos como inexistente, ou em outras situações de forma tímida, temerosa e fragilizada. Alguns idosos apresentaram reações através da manifestação patológicas diante das situações. O apoio de familiares e amigos, como também a religião, foram as estratégias de enfrentamento utilizadas. Também se observou que oito participantes não conheciam o Estatuto do Idoso (2003). Este trabalho aponta a necessidade de capacitação dos profissionais que fazem parte da estratégia saúde da família, no que se refere à violência contra o idoso e articulação de uma rede de apoio a fim de formar parcerias para o combate à violência. Sugere-se também a inserção do psicólogo como integrante da equipe a fim de apoiar os profissionais e oferecer melhor assistência. Os dados sobre as características peculiares deste grupo populacional poderão ser levados em consideração no momento da formulação e implementação das políticas públicas e dos planos de enfrentamento da violência.

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