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Formigas associadas a Turnera subulata (Turneraceae) : custos e/ou benefícios para planta hospedeira?

Cruz, Nayara Gomes da 25 February 2016 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Ecological interactions between organisms are complex and can present dynamic results, which are dependent on environmental context. Plants with extrafloral nectaries attract a wide variety of ants species, in associations commonly considered mutualistic. In tropical environments the combination of plants and ants play an important role in communities. Turnera subulata is a ruderal shrub widely distributed in disturbed areas, which has a pair of extrafloral nectaries in the base of each leaf. In this study, we evaluated whether the ants associated with T. subulata: (i) vary spatially (between locals) and temporally (over day period); (ii) respond to simulate presence of herbivores and the signs of damage caused in different structures of the host plant (stem and leaf); (iii) reduce herbivory rates; (iv) influencing the vegetative growth and reproductive success of the host plant, along its phenology. The experiments were conducted in São Cristóvão-SE. For the initial understanding of the system studied, T. subulata individuals were selected, in which we performed simulations of the presence of herbivorous and realization of injuries in the stem and leaves of the host plants. The total number of individuals and species associated ants was quantified during three periods of the day. It was quantitated the percentage of leaf area lost and leaves attacked by sucking. They also plot experiments were performed in which were established with and without ants. In each plot were transplanted T. subulata seedlings that were followed throughout their phenological stages. Observations were made in order to quantify the vegetative growth and reproductive investment measures the host plant as well as the number of sheets to damage by sucking insects and chewing; and the number of herbivores. The number of visitors associated with T. subulata was quantified during three periods of the day, being held 5min observation / share. In all cases, data were analyzed using general linear models. 21 species of ants were found. The composition of the ant meeting showed significant variation between locations and time of day. Visitation rates and predation by ants was higher in stems than in the leaves of plants. In general, herbivory rates were not correlated with the association / activity of ants, with the exception of leaf area proportion consumed, which showed a significant reduction in plants where the ants defended the leaves. The results showed that the maturation stage there was a trade-off between growth x propagation of plants; which is favorable for plants (ex.: higher reproduction) who were in plots with ants. Plants on treatment with ants had fewer visitors, including predators and parasitoids. The number of sucking herbivores was significantly reduced in the presence of ants, during the flowering stage. Our results suggest that the benefits of the association may be dependent on context. Moreover, they can contribute to the understanding of the mechanisms involved in facultative interactions between ants and plants and to the understanding of the communities in interaction nets. / Interações ecológicas entre organismos são complexas, podendo apresentar resultados dinâmicos, os quais são dependentes do contexto ambiental. Plantas com nectários extraflorais atraem uma ampla variedade de espécies de formigas, em associações comumente consideradas mutualísticas. Nos ambientes tropicais a associação de plantas e formigas desempenha importante papel nas comunidades. Turnera subulata é um arbusto ruderal, amplamente distribuído em áreas antropizadas, que apresenta um par de nectários extraflorais na base de cada folha. Neste estudo, avaliamos se as formigas associadas a T. subulata: (i) variam espacialmente (entre locais) e temporalmente (ao longo do período do dia); (ii) respondem à simulação da presença de herbívoros e aos sinais de danos ocasionados em diferentes estruturas da planta hospedeira (caule e folha); (iii) reduzem as taxas de herbivoria; (iv) influenciam o crescimento vegetativo e sucesso reprodutivo da planta hospedeira, ao longo da sua fenologia. Os experimentos foram realizados em São Cristóvão-SE. Para o entendimento inicial do sistema estudado, foram selecionados indivíduos de T. subulata, nos quais realizamos simulações da presença de herbívoro e realização de injúrias no caule e folhas das plantas hospedeiras. O número total de indivíduos e de espécies de formigas associadas foi quantificado durante três períodos do dia. Foi quantificada a proporção de área foliar perdida e de folhas atacadas por sugador. Também foram realizados experimentos em que foram estabelecidas parcelas com e sem formigas. Em cada parcela foram transplantadas mudas de T. subulata que foram acompanhadas ao longo de seus estágios fenológicos. Foram feitas observações a fim de quantificar as medidas de crescimento vegetativo e investimento reprodutivo da planta hospedeira, assim como o número de folhas com danos por insetos sugadores e mastigadores; e o número de herbívoros. O número de visitantes associados a T. subulata foi quantificado durante três períodos do dia, durante 5min de observação/parcela. Em todos os casos, os dados foram analisados através de modelos lineares generalizados. Foram encontradas 21 espécies de formigas. A composição da assembleia de formigas apresentou variação significativa no espacialmente e temporalmente. As taxas de visitação e de predação pelas formigas foi maior no caule do que nas folhas das plantas. De forma geral, as taxas de herbivoria não foram correlacionadas com a associação/atividade das formigas, com exceção da proporção de área foliar consumida, que mostrou redução significativa em plantas onde as formigas defenderam as folhas. Os resultados mostraram que no estágio de maturação houve um trade-off entre crescimento x reprodução das plantas; sendo este favorável (ex.: maior reprodução) para as plantas que estavam em parcelas com formigas. Plantas sobre tratamento com formigas tiveram menor número de visitantes, incluindo predadores e parasitoides. O número de herbívoros sugadores foi significativamente reduzido na presença de formigas, durante o estágio de floração. Nossos resultados sugerem que os benefícios da associação podem ser dependentes de contexto. Além disso, podem contribuir para a compreensão dos mecanismos envolvidos nas interações facultativas entre formigas e plantas, e para o entendimento das redes de interações em comunidades.
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Voláteis induzidos por herbivoria em plantas de mandioca e atratividade a ácaros (Acari: Tetranychidae: Phytoseiidae)

Bezerra, Ranna Heidy Santos 21 February 2017 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Under natural conditions, plants release volatile organic compounds (VOCs) that can differ either qualitative or quantitatively from those induced by herbivory. Induced VOCs are specific, varying with the attacked plant species, with the herbivore, and the developmental stages and conditions from both species. Induced VOCs mediate important ecological interactions. They can attract predators and parasitoids, repel herbivores and mediate communication between neighboring plants and different parts of the same plant. Cassava (Manihot esculenta) is a native plant from Brazil cultivated in all regions, but mainly in the northeast region. It has an important role in animal and human feeding, manufacturing of industrial products and the creation of jobs and income. Several studies have been conducted to identify the volatile compounds induced by herbivory and observe their influence in the behavior of herbivores and their natural enemies, however, to date little is known about the VOCs emissions of cassava plants and their role in arthropod-plant interactions. This study aimed at identifying the volatiles induced by herbivory from the herbivorous mites Mononychellus tanjoa, Tetranychus urticae and T. gloveri in cassava plants, and how these herbivorous mites and the predatory mite Neoseiulus idaeus respond to induced VOCs blends. Twenty three compounds (monoterpenes, sesqueterpenes, aldehyde, alcohol, esters, oxime, phenylpropanoid and indole) were identified in the headspace of healthy and mite-damaged cassava plants. Herbivore-damaged plants released novel compounds that weren’t emitted by the healthy plants. Significant difference were found in the emission of methyl salicylate by M. tanajoa and T. gloveri infested plants, and (Z)-3-hexen-1-ol infested with T. urticae, when compared to healthy plants. The compounds (Z)-β-ocimene, 2-methyl propanol oxime, 2-methyl butanoloxime, indole, methyl anthranilate and (E)-nerolidol were only induced by herbivory from T. urticae, and may be involved in the attraction of N. idaeus, since the predator with experience in cassava significantly preferred plants infested with T. urticae compared to healthy plants. Tetranychus gloveri with cassava experience preferred healthy cassava plants compared to clean air, demonstrating that the plant produces volatiles that are attractive to herbivores. It can be concluded that after the herbivory cassava plants emit VOCs that differ qualitatively and quantitatively from those released by healthy plants and the total amount emitted increases with the density of mites in the plant. Despite the emission of VOCs known to attract predatory mites by plants infested with M. tanajoa and T. gloveri, N. idaeus did not prefer infested plants, suggesting that the level of induction was not sufficient or these herbivorous mites are not attractive to the predator. / As plantas constantemente liberam um conjunto de compostos orgânicos voláteis (COVs) para a atmosfera que pode diferir qualitativa e quantitativamente dos voláteis que são liberados quando são atacadas por herbívoros. A composição desses voláteis é específica, variando de acordo com a espécie de planta e do herbívoro, e com os estágios de desenvolvimento e condições dessas espécies. Os COVs são importantes na mediação de interações específicas, podendo atrair predadores e parasitoides, repelir herbívoros e mediar a comunicação entre plantas vizinhas e diferentes partes de uma mesma planta. A mandioca, Manihot esculenta, é uma planta nativa do Brasil, sendo cultivada em todas as regiões, destacando-se a região Nordeste, com importante papel na alimentação humana e animal, como matéria-prima para produtos industriais e geração de emprego e renda. Diversos estudos têm sido realizados com o objetivo de identificar os COVs induzidos por herbivoria e observar a sua influência no comportamento dos herbívoros e seus inimigos naturais, porém pouco se sabe sobre as emissões de COVs das plantas de mandioca e seu papel nas interações artrópodes-plantas. No presente estudo buscou-se identificar os voláteis induzidos pela herbivoria dos ácaros Mononychellus tanajoa, Tetranychus urticae e T. gloveri em plantas de mandioca, e como esses ácaros herbívoros e o ácaro predador Neoseiulus idaeus respondem aos conjuntos de COVs induzidos. Foram identificados 23 compostos (monoterpenos, sesquiterpenos, aldeídos, álcool, oximas, éster, indole e fenilpropanoide) liberados pelas plantas de mandioca sadias e submetidas à herbivoria. Plantas com herbivoria emitiram novos compostos que não foram liberados pelas plantas sadias. Foi encontrada diferença significativa na emissão de salicilato de metila pelas plantas com herbivoria de M. tanajoa e T. gloveri, e (Z)-3-hexen-1-ol pelas plantas com herbivoria de T. urticae, quando comparadas com as plantas sadias. Os compostos (Z)-β-ocimeno, 2-metil propanol oxima, 2-metil butanol oxima, indole, metil anthranilate e (E)-nerolidol foram induzidos apenas pela herbivoria de T. urticae e podem estar envolvidos na atração de N. idaeus, uma vez que o predador com experiência em mandioca preferiu significativamente as plantas infestadas com T. urticae em comparação às plantas sadias. Tetranychus gloveri com experiência em mandioca preferiu plantas de mandioca sadias em comparação ao ar limpo, demonstrando que a planta produz voláteis atraentes para os herbívoros. Pode-se concluir que após a herbivoria plantas de mandioca emitem COVs que diferem qualitativa e quantitativamente daqueles liberados pelas plantas sadias e a quantidade total emitida aumenta com a densidade de ácaros na planta. Apesar da emissão de COVs conhecidos por atraírem ácaros predadores pelas plantas infestadas com M. tanajoa e T. gloveri, N. idaeus não preferiu as plantas infestadas, sugerindo que o nível de indução não foi suficiente ou esses ácaros herbívoros não são atraentes para o predador.

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