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Sobre o conceito de intradutibilidade na teoria da linguagem presente no Ensaio sobre o entendimento humano, de John Locke / On the concept of translatability in John Lockes theory of language present on his Essay concerning the human understandingMoreira, Camila Bozzo 24 July 2017 (has links)
Esta dissertação reserva-se à analise do conceito de intradutibilidade presente na teoria da linguagem desenvolvida por John Locke, no Livro III, das palavras, de seu Ensaio sobre o entendimento humano, de 1690. Essa teoria visa rejeitar conceitos em voga no séc. XVII, especialmente o inatismo, advogando em favor do argumento de que o entendimento é adquirido por meio da experiência sensorial, sendo esta particular a cada indivíduo. Nesse sentido, a forma como as ideias são apreendidas na mente de cada indivíduo é também particular; a linguagem, portanto, é vista pelo autor como o instrumento responsável por socializar essas ideias particulares e permitir a comunicação. Entretanto, somada à crítica ao inatismo, Locke, no Livro III, questiona i. o emprego abusivo das palavras no contexto científico, ao elencar uma série de ações realizadas por debatedores para impressionar seu ouvinte muito mais do que transmitir um conhecimento e refletir sobre a Verdade e ii. a natureza imperfeita das palavras que compõem a linguagem especialmente devido ao seu comportamento arbitrário, ou seja, sua relação com as ideias que devem representar não é natural, mas imposta pelo homem. Ademais, Locke afirma, também como contraposição às discussões da época, haver duas essências: a nominal, acessível à nossa apreensão e delimitada pelas palavras, e a real, cuja totalidade é inapreensível pela experiência e, por extensão, pelas palavras. Assim, ao defender a intradutibilidade, argumenta em favor de um novo método de investigação filosófica, que leva em consideração a particularidade do falante, a arbitrariedade na relação entre as palavras e as ideias e a impossibilidade de 7 se acessar a realidade em sua totalidade. A afirmação da intradutibilidade não exclui a prática da tradução, reconhecida por John Locke no mesmo livro III, defende apenas o supracitado. Por isso, esta dissertação também apresenta uma tradução desse Livro III para uma demonstração prática da teoria predicada por esse autor e uma reflexão das escolhas realizadas no intuito de adequar-se aos argumentos levantados e analisados ao longo de toda a dissertação. / It is intended to analyse the concept of translatability in John Lockes theory of language, which is developed in the Book III, of words, of his Essay concerning human understanding, in 1690. He rejects the 17th century scholars and the inatism theory claiming that the knowledge is apprehended by sense experiences, which are particular to each one. Hence the ideas are also particular, the language, by that means, is the main instrument used by the humans to convey their thoughts and whose chief end is communication. Locke also rejects other two things: i. the abuse of words causing obscure discourses whose only purpose is to impress the hearer, not to present the truth and ii. the imperfection inherent to the nature of words, because its relation to the ideas is arbitrary and not based on any pattern in nature. Thus, Locke arguments that there are two types of essences: a nominal defined by words and a real, which is impossible to describe, because we have only access to reality through our senses. By defending intranslatability Locke is actually defending a new philosophical method which includes the fact that language is particular to each speaker, the arbitrary relation between words and ideas and the impossibility to comprehend thoroughly reality. However it does not excludes translation itself, recognized by Locke in the same Book III; translating it portrays his theory and proposes a debate concerning the choices made to better convey his view.
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Sobre o conceito de intradutibilidade na teoria da linguagem presente no Ensaio sobre o entendimento humano, de John Locke / On the concept of translatability in John Lockes theory of language present on his Essay concerning the human understandingCamila Bozzo Moreira 24 July 2017 (has links)
Esta dissertação reserva-se à analise do conceito de intradutibilidade presente na teoria da linguagem desenvolvida por John Locke, no Livro III, das palavras, de seu Ensaio sobre o entendimento humano, de 1690. Essa teoria visa rejeitar conceitos em voga no séc. XVII, especialmente o inatismo, advogando em favor do argumento de que o entendimento é adquirido por meio da experiência sensorial, sendo esta particular a cada indivíduo. Nesse sentido, a forma como as ideias são apreendidas na mente de cada indivíduo é também particular; a linguagem, portanto, é vista pelo autor como o instrumento responsável por socializar essas ideias particulares e permitir a comunicação. Entretanto, somada à crítica ao inatismo, Locke, no Livro III, questiona i. o emprego abusivo das palavras no contexto científico, ao elencar uma série de ações realizadas por debatedores para impressionar seu ouvinte muito mais do que transmitir um conhecimento e refletir sobre a Verdade e ii. a natureza imperfeita das palavras que compõem a linguagem especialmente devido ao seu comportamento arbitrário, ou seja, sua relação com as ideias que devem representar não é natural, mas imposta pelo homem. Ademais, Locke afirma, também como contraposição às discussões da época, haver duas essências: a nominal, acessível à nossa apreensão e delimitada pelas palavras, e a real, cuja totalidade é inapreensível pela experiência e, por extensão, pelas palavras. Assim, ao defender a intradutibilidade, argumenta em favor de um novo método de investigação filosófica, que leva em consideração a particularidade do falante, a arbitrariedade na relação entre as palavras e as ideias e a impossibilidade de 7 se acessar a realidade em sua totalidade. A afirmação da intradutibilidade não exclui a prática da tradução, reconhecida por John Locke no mesmo livro III, defende apenas o supracitado. Por isso, esta dissertação também apresenta uma tradução desse Livro III para uma demonstração prática da teoria predicada por esse autor e uma reflexão das escolhas realizadas no intuito de adequar-se aos argumentos levantados e analisados ao longo de toda a dissertação. / It is intended to analyse the concept of translatability in John Lockes theory of language, which is developed in the Book III, of words, of his Essay concerning human understanding, in 1690. He rejects the 17th century scholars and the inatism theory claiming that the knowledge is apprehended by sense experiences, which are particular to each one. Hence the ideas are also particular, the language, by that means, is the main instrument used by the humans to convey their thoughts and whose chief end is communication. Locke also rejects other two things: i. the abuse of words causing obscure discourses whose only purpose is to impress the hearer, not to present the truth and ii. the imperfection inherent to the nature of words, because its relation to the ideas is arbitrary and not based on any pattern in nature. Thus, Locke arguments that there are two types of essences: a nominal defined by words and a real, which is impossible to describe, because we have only access to reality through our senses. By defending intranslatability Locke is actually defending a new philosophical method which includes the fact that language is particular to each speaker, the arbitrary relation between words and ideas and the impossibility to comprehend thoroughly reality. However it does not excludes translation itself, recognized by Locke in the same Book III; translating it portrays his theory and proposes a debate concerning the choices made to better convey his view.
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