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Estudo da Microfauna de Foraminíferos do Sedimento da Superfície e da Subsuperfície da Plataforma e do Talude Continentais da Região Norte do Estado da Bahia (Salvador à Barra do Itariri)

Araújo, Tânia Maria Fonseca 12 1900 (has links)
Submitted by Everaldo Pereira (pereira.evera@gmail.com) on 2017-06-29T20:36:21Z No. of bitstreams: 1 Araujo (2004).pdf: 7763455 bytes, checksum: 4ef8d1e8765ced5d2972198b0ba4d1e0 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-06-29T20:36:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Araujo (2004).pdf: 7763455 bytes, checksum: 4ef8d1e8765ced5d2972198b0ba4d1e0 (MD5) / Este trabalho foi desenvolvido na região norte do Estado da Bahia (Salvador a Barra do Itariri (37º30’W e 38º30’W / 12ºS e 13º8’S). Foi analisada a microfauna de foraminíferos presente em 38 amostras do sedimento superficial do fundo da plataforma e do talude continentais e, em 40 amostras selecionadas em quatro testemunhos, de 1,90 m de comprimento, do talude continental. Dessa forma, foi possível a definição de assembléias bentônicas, tendo como base a profundidade, a sedimentologia e a hidrodinâmica local, bem como a interpretação de eventos paleoclimáticos e paleobatimétricos que ocorreram durante o Período Quaternário, nesta parte da margem continental brasileira. Foram isolados 11.239 espécimes e identificados 322 Taxa, nas amostras do sedimento da superfície do fundo, os quais representam 91 gêneros, 312 espécies, seis subespécies, 10 formas e uma variedade. Nas amostras do sedimento dos testemunhos foram isolados 10.544 espécimes pertencentes a 312 Taxa, representando 96 gêneros, 302 espécies, sete subespécies, oito formas e duas variedades. A equitatividade das espécies é alta tanto nas amostras do sedimento da superfície do fundo, como nas amostras do sedimento da subsuperfície. Os padrões de distribuição e a freqüência das espécies dos foraminíferos permitiram a definição de assembléias de foraminíferos, cuja representatividade foi caracterizada pela freqüência de ocorrência constante (> 50 %) concomitante à freqüência relativa principal (> 5 %). As zonas batimétricas definidas apresentam granulometria e composição do sedimento características, como também as espécies de foraminíferos e a coloração e preservação das suas testas: a plataforma interna (0 – 20 m de profundidade), está caracterizada pela presença de sedimento dos tipos areia média e areia cascalhosa, siliciclástica à mista, pobremente selecionadas, compostas principalmente de grãos de quartzo e fragmentos de algas coralinas, com as seguintes espécies abundantes: Peneroplis carinatus, Archaias angulatus e Peneroplis proteus; na plataforma média (>20 m – 40 m de profundidade), predominam sedimentos dos tipos areia grossa e areia cascalhosa, pobremente selecionadas, carbonática a mista, predominantemente composta por fragmentos de algas coralinas, restos de moluscos e grãos de quartzo, apresentando as seguintes espécies abundantes: Peneroplis carinatus, Amphistegina gibbosa, Amphistegina lessonii, Peneroplis bradyi, Hanzawaia bertheloti e Textularia candeiana; na plataforma externa (>40 m – 60 m de profundidade), predomina sedimento do tipo areia cascalhosa, pobremente selecionada, carbonática, constituída principalmente por fragmentos de algas coralinas e restos de moluscos, tendo como espécies de foraminíferos abundantes: Amphistegina lessonii, Peneroplis carinatus, Amphistegina gibbosa e Peneroplis bradyi; o talude (>80 m – 300 m de profundidade), está caracterizado pela presença de areia lamosa carbonática, pobremente selecionada, constituída predominantemente de fragmentos de moluscos e de algas coralinas, apresentando as seguintes espécies abundantes: Amphistegina lessonii, Cibicides pseudoungerianus, Cassidulina laevigata, Bulimina marginata e Cassidulina subglobosa. Globigerinoides ruber é a única espécie de foraminífero planctônico representativa na plataforma externa e no talude continentais. O tipo de transporte dos sedimentos foi interpretado através do estado de preservação das testas dos foraminíferos, o qual sugere transporte por saltação, tração e arrasto na plataforma e por suspensão no talude continental. Os maiores valores dos índices de diversidade (Shanon – Wiener, 1948) e riqueza (Margalef 1958 apud Ludwig & Reynolds, 1988) das espécies de foraminíferos foram encontrados nas amostras da plataforma média e os menores valores nas amostras da plataforma interna. Aplicando metodologia semelhante àquela utilizada para as amostras do sedimento da superfície do fundo o sedimento dos testemunhos está caracterizado da seguinte forma: Testemunho 132 (730 m de profundidade), lama carbonática constituída, principalmente, de foraminíferos e fragmentos de moluscos do topo até 20 cm de profundidade e lama siliciclástica com fragmentos de plantas a partir de 60 cm de profundidade até a base, contendo nove diferentes assembléias apresentando como espécies abundantes: Globigerinoides ruber, Globigerina bulloides, Orbulina universa e Sphaeroidina bulloides; Testemunho 141 (790 m de profundidade), lama carbonática constituída, principalmente por foraminíferos no topo, e lama mista contendo predominantemente restos de moluscos e grãos de quartzo a partir de 20 cm de profundidade até a base, contendo seis diferentes assembléias com apenas duas espécies abundantes Globigerinoides ruber e Globigerina bulloides; Testemunho 147 (640 m de profundidade), lama carbonática constituída, principalmente, por fragmentos de moluscos, do topo até 60 cm de profundidade, e a partir de 80 cm até a base lama mista constituída predominantemente de restos de moluscos e grãos de quartzo, com cinco diferentes assembléias cuja espécie mais abundante é a Globigerinoides ruber; Testemunho 160 (480 m de profundidade), lama siliciclástica constituída, principalmente, por restos de moluscos, com seis assembléias diferentes e três espécies abundantes: Globigerinoides ruber, Bulimina marginata e Globigerina bulloides. Cibicides pseudoungerianus é a única espécie de foraminífero bentônico representativa em todos os testemunhos. O transporte do sedimento do talude pode ser interpretado como do tipo suspensão ou subsolifluxão. Os maiores valores dos índices de diversidade (Shanon – Wiener, 1948) e riqueza (Margalef 1958 apud Ludwig & Reynolds, 1988) das espécies de foraminíferos foram encontrados nas amostras do testemunho 160 e os menores valores nas amostras do testemunho 132. Os padrões de distribuição e freqüência dos foraminíferos planctônicos atribuíram às assembléias dos testemunhos conotação bioestratigráficas possivelmente correspondente às biozonas internacionais do Período Quaternário: Zona Z (Holoceno – interglacial) e Zona Y (Pleistoceno – glacial). As variações da freqüência das espécies planctônicas bioindicadoras, da freqüência entre os hábitos bentônicos e planctônicos dos foraminíferos e da freqüência das espécies bentônicas indicadoras batimétricas e de produtividade, ao longo dos testemunhos, sugerem variações eustáticas do nível relativo do mar, que estão relacionadas aos eventos climáticos globais durante o Quaternário. Essas indicações devem ser comprovadas através de datação 14C de espécimes de foraminíferos, cálculo de taxa de sedimentação e cronologia da variação isótopica de δ18O / ABSTRACT - The foraminifera fauna present in 38 bottom sediment samples from the continental shelf and slope, as well as from 1,90 m long cores from the north coast of the State of Bahia, were analysed for their composition content. The study allowed the definition of benthonic assemblages, which were correlated to bathymetric, sedimentologic and hydrodynamic parameters. It was, also, possible interpreting the paleoclimatic and paleobatymetric events that occuered during Quaternary time in this part of the Brasilian Continental Margin. 11.239 specimens were isolated and 322 Taxa were identified from the bottom sediment samples, representing 91 genus, 312 species, six sub-species, ten forms and one variety. From the cores samples, 10.544 were piched up and 312 Taxa were identified representing 96 genus, 302 species, seven sub-species, eight forms and two varieties. The patterns of distribuition and the frequency of the foraminifera species indicate assemblages which representativity was characterized by its constant occurrence frequency (>50%), accompanying its major relative frequency (> 5%). The defined bathymetric zones were characterized by the sediment grain size and composition, the foraminifera species content and the color and preservation state of their tests. At the inner contimental shelf (0 – 20 m deep) predominate poorly sorted siliciclastic and mixed carbonate sandy to cobble sandy sediments, rich in quartz grains and coraline algae debris, with the following major foramimifera species: Peneroplis carinatus, Archaias angulatus and Peneroplis proteus; the medium continental shelf (> 20 – 40 m deep) is characterized by the presence of poorly sorted carbonate and mixed coarse to cobbly sands, dominantly composed by coralline algae fragments, mollusc debris and quartz grains with the following major foraminifera species: Peneroplis carinatus, Amphistegina gibbosa, Amphistegina lessonii, Peneroplis bradyi, Hanzawaia bertheloti and Textularia candeiana; at the outer continental shelf (> 40 m to 60 m deep) poorly sorted carbonate cobbly sands predominate, composed by coralline algae and mollusc fragments, with the following major foraminifera species: Amphistegina lessonii, Peneroplis carinatus, Amphistegina gibbosa and Peneroplis bradyi; at the continental slope (>80 m to 300 m deep) carbonate muddy sand rich in coralline algae and mollusc debris predominate. The following major foraminifera species in the region: Amphistegina lessonii, Cibicides pseudoungerianus, Cassidulina laevigata, Bulimina marginata and Cassidulina subglobosa. Globigerinoides ruber is the only planktonic species present in the outer shelf and slope. Based on the state of preservation of the foraminifera tests, it was interpreted the different types of sediment transport: saltation, tracting and dragging, in the continental shelf, and by suspension in the continental slope. The highest values of the foraminifera diversity and richness indices were found in the samples from the medium shelf and the lowest ones in the samples from the inner shelf. Applying the same methodology of the bottom sediment samples, the core samples were defined as the following: core 132 (730 m deep) carbonate mud mainly composed of foraminifera tests and mollusc debris from the top to 20 cm depth, and siliciclastic mud with plant fragments from 60 cm to its bottom, with nine foraminifera assemblages having four major foraminifera species: Globigerinoides ruber, Globigerina bulloides, Orbulina universa and Sphaeroidina bulloides. Core 141 (790 m deep) is composed by carbonate mud having foraminifera tests as the major component at the core top, and mixed mud with mollusc debries after the 20 cm until the core bottom, with six foraminifera assemblages having two major planktonic species: Globigerinoides ruber and Globigerina bulloides. Core 147 (640 m deep) is composed by carbonate mud with mollusc fragments as the major biodetritic component, from the core top to 60 cm deep, and from 80 cm deep until the core bottom, quartz mud with mollusc debris dominate, with five foraminifera assemblages having the species Globigerinoides ruber as the major foraminifera. Core 160 (480 m deep) is mainly composed by siliciclastic mud with mollusc fragments and six foraminifera assemblages with three major species Globigerinoides ruber, Bulimina marginata and Globigerina bulloides. Cibicides pseudoungerianus is the only benthonic species found in the cores samples. Based on the state of preservation of the foraminifera tests, it was interpreted two diferents types of sediment transport in the slope: suspension and subsolifluction. The highest values for the foraminifera diversity and richness indices were found in the samples from core 160, and the lowest ones in core 132. The frequency and distribution patterns of the planktonic foraminiferas suggest the presence of assemblages indications that might be correlated with the international biozones of the Quaternary time: the Z zone ( Holocene – Interglacial) and the Y zone (Pleistocene – Glacial). Variations observed in the frequency of the planktonic bioindicators, of the relation between benthonic and planktonic habits, and of the benthonic depth indicators in the samples from the cores, suggest eustatic sea level variations, which may be correlated with Quaternary Global Climatic Changes. This should be proved through foraminiferas 14C dating and δ18O analysis.

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