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O preceito do jejum numa instituição religiosa : implicações subjetivas a partir da ótica foucaultiana / THE PRECEPT OF FASTING IN A RELIGIOUS INSTITUTION: SUBJECTIVE IMPLICATIONS FROM THE FOUCAULTIAN VIEW (Inglês)

Rocha, Saulo Cruz 16 December 2016 (has links)
Made available in DSpace on 2019-03-30T00:13:26Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2016-12-16 / This study deals with the subjective implications of the religious precept of fasting in subjects inserted in a religious institution, from the theoretical perspective of Michel Foucault on the precept and practices of penance, specially developed in The hermeneutic of the subject and in History of sexuality. We sought to investigate the process of elaboration of the meanings attributed to the religious precept of fasting and to identify how the ascetic practices precepted, experienced in the institution, can be articulated as elements that generate subjectivity. Semi-structured interviews were conducted with young participants of the Shalom Catholic Community in Fortaleza, Ceará, randomly and voluntarily selected at the institution, whose reports were read under the discourse analysis framework. Among the aspects addressed, the institutional application of the ¿ascetic-monastic¿ model stands out, in which fasting is not meant as a mere restriction of the alimentary order, but constitutes one of the elements of a series of penitential practices aiming to dominate the carnal impulses and the renunciation of self. The exercise of this asceticism, which Foucault calls ¿self-practices¿, establishes a formulation of truth about individuals, based on two fundamental aspects of Christian spirituality: the principle of contemplation, by which the mysticism imposes itself on all social relations, establishing the sacred about human thinking and action; and the principle of obedience, by which the subject places himself in a permanent condition of dependence upon another and sacrifices of his own will. This is made possible by the affective and social support provided by the group and by learning techniques and control developed under strong hierarchical structures, by an instruments of examination of conscience and of confession systematically adopted in the religious institution. Key-words: fasting, religion, Foucault, precept, subjectivity. / Este estudo se debruça sobre as implicações subjetivas do preceito religioso do jejum em sujeitos inseridos numa instituição religiosa, a partir da perspectiva teórica de Michel Foucault acerca do preceito e das práticas de penitência, especialmente desenvolvidos em A hermenêutica do sujeito e em História da sexualidade. Buscou-se investigar o processo de elaboração de sentidos atribuídos ao preceito religioso do jejum e identificar como as práticas ascéticas preceituais, vivenciadas na instituição, podem se articular como elementos geradores de subjetividade. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com jovens participantes da Comunidade Católica Shalom em Fortaleza, Ceará, selecionados aleatoriamente e voluntariamente na instituição, cujos relatos foram lidos sob o referencial da análise do discurso. Dentre os aspectos abordados, destaca-se a aplicação institucional do modelo ¿ascético-monástico¿ pelo qual o jejum não é significado como uma mera restrição de ordem alimentar, mas se constitui como um dos elementos de uma série de práticas penitenciais visando o domínio sobre os impulsos carnais e a renúncia de si. O exercício desta ascética, que Foucault denomina como ¿práticas de si¿, institui uma formulação de verdade sobre os indivíduos, baseando-se sobre dois aspectos fundamentais da espiritualidade cristã: o princípio da contemplação, pelo qual a mística se impõe sobre todas as relações sociais, instaurando o sagrado sobre o pensar e o agir humano; e o princípio da obediência, pelo qual o sujeito se coloca numa condição permanente de dependência sob outrem e de sacrifício da própria vontade. Isto é possibilitado pelo suporte afetivo e social proporcionado pelo grupo e por técnicas de aprendizagem e controle desenvolvidas sob fortes estruturas hierárquicas, por uma complexa rede discursiva e por instrumentos de exame de consciência e de confissão sistematicamente adotados na instituição religiosa. Palavras-chave: jejum, religião, Foucault, preceito, subjetividade.
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Santas jejuadoras, histéricas e anoréxicas : figuras de recusa alimentar - uma história das práticas de subjetividade produzidas pelo cristianismo e campos médicos : moderno e contemporâneo, a partir / FASTER SAINTS, HYSTERICALS AND ANOREXICS: FIGURES OF THE FOOD REFUSAL A HISTORY OF THE PRACTICES OF SUBJECTIVITY PRODUCED BY THE CHRISTIANITY AND MEDICAL FIELDS: MODERN AND CONTEMPORARY FROM THE FOUCAULTIAN PERSPECTIVE (Inglês)

Banhos, Ticiana Chaves 20 March 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2019-03-29T23:39:29Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2015-03-20 / This study based on the Foucaultian s perspective of Ethics starts from the differences among the acts of the food refusal of three figures that lie in different moments of the Western cultural history: middle age, modernity and contemporary namely saints, hystericals and anorexics. Under this vision of this perspective, the food refusal of these three figures is addressed as a moral action, which only makes sense within the ethical Christians, modern and contemporary fields, that are different from each other, in a way that acts on them knowledge, regulatory practices and forms of relation to itself. Thus, by means of such approach, we seek to explore the specificities of the figures of the food refusal as subjectivity practices. This paper has studied the food refusal of the saints, hystericals and anorexics, exploring the moral dimension, that relates to the way in which the subject implies itself in the feeding practice, in such a manner that the moral behavior not only relates to the rules but also implies certain relation to itself, which is not only self-awareness, but the constitution of the self as a moral subject. The form of relation to itself is, therefore, a mechanism by which values are inscribed in the conduct of individuals. It can be known through the subjective elements, defined within a field of values, such as the ethical substance, the way of subjection, the techniques of the self and the teleology. We initially examined the Ethical fields from where emerge the figures of the food refusal, through the analysis of the dominant speech of each period: the Christian religious domain and the medical, modern and contemporary fields seeking to explain the parameters by means of which the subjects are taken as objects of the knowledge-powers, religious and medical, and then to examine the way in which the individual becomes subject of his actions referring to the social mechanisms. The study engendered a perspective of analyses on the human experience that surpass its medical and scientific objectivities. While the strict diet of the middle age saints as Catarina de Siena and Clara de Assis, can be understood as ascetic and spiritualization practices in the extent they constitute themselves as ethical Christians subjects, resulting in resignation of the flesh, forgiveness of sins, mortification of vices, elimination of the bad thoughts, spiritual strength, purity of soul, spirit salvation, self-perfection and immortality; the histericals, constitute themselves, ethically, in the Modernity, as subjects of a sexuality, showing the food repulsion as a symptom of a subjective world divided in pulsions/drive, desires and interdictions. In the other hand the anorexic is the character of the food refusal drama, that respects the contemporary normative values system, which is the reverse of the health standard, meaning that she is the one who doesn t control her acts, either regulate her actions, such as the act of eat, the appetite and the satiety, much less succeed to use the body in a way to align herself with the demands of caring for the welfare, health and quality of life. Key-words: Saints, Hystericals and Anorexics: figures of the food refusal. Practices of Subjectivity. Foucault. Knowledge-Power. / Este estudo, ao se basear na perspectiva foucaultiana da ética, parte das diferenças entre os atos de recusa alimentar de três figuras situadas em momentos distintos da história da cultura ocidental - Idade Média, Modernidade e Contemporaneidade - quais sejam: santas, histéricas e anoréxicas. Sob a visão dessa perspectiva, a recusa alimentar dessas três figuras é abordada como ação moral, que só adquire sentido no interior dos campos éticos cristão, moderno e contemporâneo, os quais se diferenciam, na medida em que neles operam saberes, práticas regulatórias e, também, formas de relação a si. Desse modo, busca-se, por meio de tal abordagem, explorar as especificidades das figuras da recusa alimentar como práticas de subjetivação. Eis que este trabalho estudou a recusa alimentar das santas, histéricas e anoréxicas, explorando a dimensão moral, que diz respeito ao modo pelo qual o sujeito se implica na prática alimentar, de tal maneira que a conduta moral não só diz respeito às regras, mas ela implica certa relação a si, que não é somente consciência de si, mas constituição de si como sujeito moral. A forma de relação a si é, portanto, um dispositivo pelo qual os valores se inscrevem na conduta dos indivíduos. Ela pode ser conhecida com amparo nos aspectos subjetivos, definidos em um campo de valores, como a substância ética, o modo de sujeição, as técnicas de si e a teleologia. Foram, pois, investigados, inicialmente, os campos éticos de onde emergem as figuras da recusa alimentar por intermédio da análise dos discursos dominantes de cada época: o domínio religioso-cristão e as searas médicas, moderna e contemporânea, procurando explicitar os parâmetros por via dos quais os sujeitos são tomados como objetos dos saberes-poderes, religioso e médico, para em seguida, examinar a forma pela qual o indivíduo se torna sujeito de suas ações em referência aos dispositivos sociais. Tal estudo engendrou, assim, uma perspectiva de análise sobre a experiência humana que ultrapassa as suas objetivações médico-científicas. Enquanto o rigoroso regime alimentar das santas medievais, como Catarina de Siena e Clara de Assis, pode ser entendido como prática ascética e de espiritualização, na medida em que elas se constituem como sujeitos éticos cristãos, resultando em renúncia da carne, remissão dos pecados, mortificação dos vícios, eliminação dos maus pensamentos, fortalecimento espiritual, pureza da alma, salvação do espírito, perfeição de si e imortalidade; as histéricas constituem se, eticamente, na Modernidade, como sujeitos de uma sexualidade, exibindo a repulsa alimentar como sintoma de um mundo subjetivo dividido entre pulsões, desejos e interdições. Já a anoréxica é a personagem do drama da recusa alimentar, respeitante ao sistema de valores normativos contemporâneo, que se constitui como o avesso da norma da saúde, quer dizer, ela é aquela que não sabe controlar os seus atos, tampouco regular suas ações, como o ato de comer, o apetite e a saciedade, muito menos logra usar o corpo, de modo a se alinhar com as exigências de cuidados com a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida. Palavras-chave: Santas, histéricas e anoréxicas: figuras da recusa alimentar. Práticas de Subjetividade. Foucault. Saber-Poder.

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